Origem: Livro: Para Que Te Vá Bem
Divórcio
Escrever sobre o divórcio em um livro sobre casamento é lamentável, mas necessário. Até agora, consideramos a base bíblica para o casamento e um pouco da bênção que Deus planejou para a humanidade. É igualmente importante reconhecer que um casamento bíblico é um compromisso para a vida toda. Antes de entrarmos em um casamento, precisamos ouvir o que Deus tem a dizer sobre romper esse vínculo.
Encontramos nosso Senhor abordando o assunto do divórcio quatro vezes em três evangelhos separados – Mateus, Marcos e Lucas. Se algo é repetido quatro vezes, deveria chamar nossa atenção. O evangelho de Mateus nos dá o tratamento mais completo sobre o assunto. Citando em parte: “Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem. Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la? Disse-lhes Ele: Moisés, por causa da dureza do vosso coração, vos permitiu repudiar vossa mulher; mas ao princípio não foi assim. Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério” (Mt 19:6-9).
Apesar de uma previsão para o divórcio sob a Lei Mosaica, este não era o plano de Deus desde o início. Exceto no caso de fornicação por parte de um cônjuge infiel, não há fundamento bíblico para o divórcio. Ao ouvir isso, os discípulos ficaram descrentes: “Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar” (Mt 19:10). Parece que as pessoas daquela época tinham uma visão bastante liberal do divórcio[5] – não muito diferente dos dias atuais. O Senhor não repreende Seus discípulos, mas simplesmente aponta que nem todo homem é capaz de viver uma vida celibatária. Ou seja, se você não pode aceitar um compromisso para a vida toda, então não se case; mas para a maioria, isso não seria possível.
[5]  N. do A.: O abandono por parte de um cônjuge incrédulo é possivelmente a única exceção. No entanto, a circunstância abordada pelo apóstolo Paulo no sétimo capítulo de Primeira a Coríntios fala de uma situação na qual nenhum dos dois era salvo antes do casamento. ↑
Se um casal busca o divórcio que seja contrário à Palavra de Deus, os dois ficam em uma posição complicada. Nenhum dos dois fica livre para se casar novamente, não importa quem iniciou a separação. Se se casarem novamente, cometerão adultério. Eles criaram uma situação para si mesmos que não podem desfazer. Pode haver uma restauração parcial e ainda pode haver bênção, mas a circunstância deles permanece.
O casamento é literalmente até que a morte os separe. A morte da esposa ou do marido põe em liberdade o cônjuge vivo; ele ou ela pode se casar novamente. “De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera, se for doutro marido; mas, morto o marido, livre está da lei, e assim não será adúltera, se for doutro marido” (Rm 7:3). Da mesma forma, o casamento não se estende além da morte: “Porque, na ressurreição, nem casam, nem são dados em casamento; mas serão como os anjos no céu” (Mt 22:30).
