Origem: Livro: Eleição, Livre Arbítrio e Segurança Eterna
Ilustrações Bíblicas
Vemos uma figura do chamado de Deus em Lázaro. Aqui estava um homem morto em uma tumba; ele podia ouvir o barulho da multidão além das paredes de pedra? Não, de jeito nenhum! Em nós mesmos, somos impotentes para responder ao evangelho — ninguém é mais surdo a uma súplica do que uma pessoa morta. No entanto, quando o Senhor Jesus “clamou com grande voz: Lázaro, vem para fora” (Jo 11:43), qual foi o resultado? “O que estava morto saiu” (v. 44 – KJV). O ouvir e a vida vieram ao mesmo momento e foi tudo obra de Deus. A obra de vivificar (dar vida) é somente de Deus: “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados” (Ef 2:1). Além disso, a fé para crer, uma vez vivificado, é Seu dom – também não podemos creditá-la a nós mesmos. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2:8). O Senhor sabia antes do episódio o que faria e disse que o seria para a glória de Deus: “Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela” (Jo 11:4). Finalmente, o chamado foi pessoal: “Lázaro, vem para fora”; não foi um chamado geral para todos em seus túmulos.
Outra ilustração pode ser encontrada no relato de Lucas sobre a grande ceia. Apresento-a aqui em sua totalidade. “Um certo homem fez uma grande ceia e convidou a muitos. E, à hora da ceia, mandou o seu servo dizer aos convidados: Vinde, que já tudo está preparado E todos à uma começaram a escusar-se. Disse-lhe o primeiro: Comprei um campo e preciso ir vê-lo; rogo-te que me hajas por escusado E outro disse: Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-los; rogo-te que me hajas por escusado. E outro disse: Casei e, portanto, não posso ir. E, voltando aquele servo, anunciou essas coisas ao seu senhor. Então, o pai de família, indignado, disse ao seu servo: Sai depressa pelas ruas e bairros da cidade e traze aqui os pobres, e os aleijados, e os mancos, e os cegos. E disse o servo: Senhor, feito está como mandaste, e ainda há lugar. E disse o senhor ao servo: Sai pelos caminhos e atalhos e força-os a entrar, para que a minha casa se encha. Porque eu vos digo que nenhum daqueles varões que foram convidados provará a minha ceia” (Lc 14:16-24). Poucos lendo esta história terão dificuldade em entendê-la – a justiça do mestre e a tolice dos inventores de desculpas serão prontamente reconhecidas. E ainda, algum dos pobres, mutilados, aleijados ou cegos veio por sua própria vontade? A história não diz isso. Eles foram trazidos a mando do mestre. Na verdade, ele diz a seu servo para sair e obrigá-los (ou coagi-los) a entrar. A resposta do último inventor de desculpas é muito honesta: “Não posso ir”; esta é realmente a verdade concernente ao homem.
O relato dado por Mateus (Mt 22:1-14) é um pouco diferente e essas diferenças são instrutivas. Em Lucas, temos um único servo – fala do Espírito Santo. Em Mateus, entretanto, temos servos (plural) encarregados da tarefa de chamar os convidados. Qual foi o resultado? Um homem sem roupa nupcial tomou seu lugar na festa. Isto é profissão sem sinceridade. Ninguém pode estar diante de Deus em sua própria justiça: “Todas as nossas justiças, [são] como trapo da imundícia” (Is 64:6). O pregador do evangelho pode não ser capaz de distinguir entre sinceridade e profissão, mas “O Senhor conhece os que são Seus” (2 Tm 2:19). Tudo será revelado no final. “Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos” (Mt 22:14). O evangelho vai para todos e acontece que aqueles que respondem com sinceridade não são outros, senão os escolhidos de Deus, eleitos. “Creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna” (At 13:48).
