Origem: Livro: Luz Para as Almas Ansiosas

Tenho aguardado que Deus me dê algum tipo de indicação ou sinal interior de perdão e aceitação.

“Se não virdes sinais e milagres, não crereis” (Jo 4.48) é um impedimento antigo para a bênção. Ele é gerado pela incredulidade de nossos corações ou pelo desejo de ter algo palpável para ver ou sentir em lugar da palavra de Deus e a Pessoa e obra de Cristo. Como nos alegra observar o nobre da antiguidade, deixando de lado os raciocínios de seu próprio coração e dando ouvidos, descobrindo assim uma suficiência satisfatória “na palavra que Jesus lhe disse” (Jo 4.50).

Mais cedo ou mais tarde todos nós teremos de aceitar isso. Quando o conhecido pregador, Dr. Chalmers, estava morrendo, ele disse a alguns de seus amigos teólogos que o rodeavam, “Deem-me uma porção da pura palavra de Deus para que eu possa morrer com isso”.

Quem não ouviu falar do menino cristão que disse quando a mão fria da morte já embaçara seus olhos: “Procure João 3.16 pra mim, mamãe. Coloque agora meu dedo sobre a palavra todo e deixe que eu morra com o dedo em cima dela. Todo diz respeito a mim, mamãe. A palavra de Deus bastava para ele.

O escritor deste livro conheceu um fazendeiro na Inglaterra que, em grande perplexidade de alma, pediu a Deus que lhe concedesse um sinal de aceitação. Ele tinha um rebanho de ovelhas na fazenda naquela época, vagando por vários lugares em suas terras e pediu a Deus que se houvesse qualquer esperança de salvação para ele, que dez destas ovelhas estivessem em um certo abrigo quando fosse até lá. Pouco depois ele encaminhou-se para o lugar estabelecido e contou ansioso as ovelhas no abrigo. Para seu grande alívio encontrou exatamente dez! Será que isso bastou para a sua alma ansiosa? Não. Deu-lhe apenas um raio transitório de esperança, que logo desvaneceu. Seria uma simples coincidência, ou um sinal autêntico de Deus em resposta à sua oração?

Mais uma vez teve a ousadia de repetir o pedido e desejou novamente dez ovelhas naquele canto do cercado como sinal. Com enorme excitação, sem dúvida, ele começou a contar o rebanho e mais uma vez, para seu alívio e surpresa, encontrou somente dez! “E isso lhe conferiu paz e segurança?” perguntamos. Não, disse ele, nada me deu a certeza de minha bênção até que obtive a palavra infalível de Deus sobre ela. Tudo permaneceu numa névoa de insegurança até que ele firmou os pés na frase “Assim diz o Senhor” e norteou sua vida pelo mapa das Escrituras.

Se você abrir a Bíblia e procurar o primeiro capítulo do Evangelho de Lucas, descobrirá um surpreendente contraste entre a fé simples e a incredulidade que pede sinais. No momento em que Maria ouviu a mensagem celestial, ela declarou:

“Cumpra-se em mim segundo a tua palavra”; e a resposta à fé manifestada por ela foi: “Bem-aventurada a que creu, pois hão de cumprir-se as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas” (v. 38, 45).

Por outro lado, quando Zacarias ouviu a mensagem do anjo Gabriel, ele disse, “Como saberei isto?” e ficou mudo em consequência. Em lugar de abrir a boca para louvar, como Maria tinha feito, ela foi fechada, silenciando-a pelo juízo de Deus.

Que você, caro leitor, possa ser levado como o centurião nos dias de outrora, a dizer ao Senhor, “Dize, porém, uma palavra” e isso bastará. Pois “Porventura diria ele, e não o faria? ou falaria, e não o confirmaria?” (Nm 23.19). Que não seja dito a seu respeito, “Se não virdes sinais e milagres, não crereis”. Que maior prodígio poderia ser mostrado do que o do Calvário, o Filho de Deus morrendo por rebeldes culpados? Que maior sinal de segurança do que este: “A boca do Senhor o disse”?

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