Origem: Revista O Cristão – Serviço
Serviço e Comunhão
Para aqueles que buscam servir ao seu gracioso Mestre no ministério da Palavra no trabalho de escola dominical, na pregação de rua, na distribuição de folhetos, ou em qualquer outra forma de trabalho para o Senhor, eu diria com profundo afeto: certifiquem-se de que seu serviço é aquilo que brota da comunhão com Cristo. Rios de água viva só podem fluir daqueles que vão até Ele e bebem, e eles devem ir a Ele continuamente. Tenham o cuidado de não permitir que nada ofusque o seu desfrute do amor divino, e procurem perceber por si mesmos a preciosidade inigualável de Cristo, para que quando falarem d’Ele seja a partir da plenitude de um coração tornado abundantemente feliz. É verdade que a forma externa do serviço pode ser mantida pela mera energia da natureza e à parte da comunhão com Cristo, mas então faltará o elemento-chave que torna o serviço aceitável a Ele, e a própria alma de vocês será enfraquecida e se tornará como grama murcha.
O objetivo do serviço
Além disso, estejam em guarda contra fazer do serviço o seu único objetivo. Aqueles que agem assim raramente servem bem. Conhecemos homens fervorosos que caíram nessa armadilha. Eles nunca estão satisfeitos a menos que estejam sempre em movimento e menosprezam os outros que não seguem seus passos. Ora, Marta serviu muito e criticou aquela que parecia servir menos, no entanto, a segunda recebeu a aprovação do Senhor, e Marta a perdeu. Há um zelo que percorre mar e Terra, mas não é alimentado por fogos celestiais. Há um correr de um lado para o outro com pés inquietos e um fazer isso e aquilo que, afinal, pode ser apenas a atividade religiosa da carne, que se desvanece.
Comunhão
Cultivem a comunhão com Deus, estejam muito em oração, e dediquem tempo à Palavra de Deus, para que sua própria alma seja alimentada. De que outra forma vocês alimentarão os outros? “Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi que trilha o grão. Porventura tem Deus cuidado dos bois? Ou não o diz certamente por nós? Certamente que por nós está escrito” (1 Co 9:9-10). Ao pensar nos outros e trabalhar para o bem deles, Deus quer que também nos alimentemos. Logo passaremos fome se não o fizermos, e a força espiritual diminuirá. Seremos cuidadores das vinhas dos outros, enquanto nossas próprias vinhas não foram cuidadas.
Vocês descobrirão que é um hábito enfraquecedor ler a Palavra apenas para buscar algo para outras pessoas. É o serviço gibeonita (Js 9:21). Além disso, o que vocês recolhem e colocam diante dos outros será mera informação religiosa na qual não haverá unção celestial. É muito diferente do ministério vivo do Espírito Santo.
Fidelidade nas pequenas coisas
Sejam fiéis também nas pequenas coisas; pode ser que Deus confie a vocês questões maiores. Ficamos um pouco receosos daqueles que negligenciam os deveres comuns da vida cotidiana para o que eles se agradam de pensar e chamar de obra do Senhor. Em toda a oportunidade, façam com fidelidade e bem, tudo o que lhes vier à mão. Em uma escola humilde, longe da observação pública, Deus treina Seus servos para a mais elevada missão deles. Moisés passou quarenta anos no deserto, guardando os rebanhos de seu sogro, antes de ser chamado para liderar as tribos de Israel para fora da casa da servidão, e Davi no deserto, vigiando as poucas ovelhas de Jessé, foi preparado ali para seu conflito com Golias no vale de Elá. Os anos assim passados não foram anos desperdiçados; o fruto deles foi sempre visto depois.
Christian Truth, 12:197
