Origem: Livro: A Epístola aos HEBREUS
A Perfeição Pessoal e a Grandeza de Cristo Como Sumo Sacerdote (vs. 25-28)
O último ponto ao qual o escritor se refere é o fato de que Cristo é perfeitamente adequado para ser nosso Sumo Sacerdote, muito mais do que qualquer sacerdote aarônico. Por conta de Quem Ele é, sendo tanto Divino quanto Humano, Cristo é infinitamente mais do que capaz de nos salvar de todo perigo espiritual e do inimigo no caminho de fé. O escritor diz: “Portanto, pode também salvar perfeitamente [completamente – TB] os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (v. 25). Podemos ver aqui, pelo contexto, que ele não está falando da salvação de nossas almas da pena pelos nossos pecados, mas da salvação em um sentido prático. Este aspecto da salvação flui para nós de Sua vida de intercessão ininterrupta à mão direita de Deus (Rm 8:34). Os crentes são mantidos no caminho e impedidos de falhar por intermédio de Sua poderosa intercessão. Mas note que isso não é uma coisa automática. Deus quer nossa participação se quisermos ser salvos dessa maneira. Devemos nos achegar “a Deus por Ele”. Isso se refere a expressar nossa dependência a Ele em oração. Aqui reside um problema com muitos de nós. Embora o Senhor possa nos “salvar completamente” desses perigos, muitas vezes negligenciamos ir a Deus em oração, e assim não obtemos do alto Sua ajuda e fracasso no caminho é o resultado.
Quanto à capacidade de Cristo, o escritor diz: “Porque nos convinha tal Sumo Sacerdote”. Ele Se tornou Homem e, portanto, sabe o que é andar aqui em um mundo que está cheio de provações e tentações. Ele está agora à direita de Deus como nosso Sumo Sacerdote. Isso leva o escritor a falar mais definitivamente da aptidão moral e espiritual de Cristo para interceder por nós no alto. Ele é:
- “Santo” – Sua ajuda será consistente com tudo o que Deus é em santidade. Ele não Se comprometerá com o pecado, nem o desculpará no intento de nos ajudar no caminho (v. 26).
- “Inocente” – Ele nunca pedirá algo para nós que nos prejudique espiritualmente ou de outra forma (v. 26).
- “Imaculado” – Ele permanece imaculado, apesar da natureza profana de algumas de nossas tentações que Ele manipula em nosso favor (v. 26).
- “Separado dos pecadores” – No lugar onde a ressurreição O colocou, Ele é Separado dos pecadores e não está servindo como um Sacerdote por eles; Ele está lá em nosso favor (v. 26).
- “Feito mais sublime do que os céus” – Ele está em uma posição de supremo poder, acima de todos os nossos inimigos espirituais e usa esse poder em nosso favor, de acordo com Sua perfeita sabedoria e amor (Mt 28:18). Portanto, não há uma dificuldade em todo o universo com a qual não seja capaz de lidar (v. 26).
- Ele não precisa oferecer sacrifícios “por seus próprios pecados”, como faziam os sacerdotes aarônicos quando erravam em sua função sacerdotal porque Ele é absolutamente sem pecado (v. 27). Sendo assim, Ele nunca cometerá um erro no que nos pede.
- Ele não tinha “fraquezas” (AIBB) como os sacerdotes aarônicos, mas permanece na presença de Deus para interceder por nós com “a palavra do juramento” como o “Filho”, e assim é “perfeito para sempre” como nosso grande Sumo Sacerdote (v. 28).
Essas coisas mostram quão perfeitamente apto o Senhor é para ser nosso Sumo Sacerdote e para nos ministrar “misericórdia” e “graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (cap. 4:16).
Assim, tendo estabelecido que o sacerdócio de Cristo é segundo a ordem do sacerdócio de Melquisedeque, o escritor procedeu a mostrar pelas Escrituras que o sacerdócio aarônico em vários pontos é inferior ao de Melquisedeque. Isso nos deixa então a conclusão óbvia de que o sacerdócio de Cristo é, portanto, superior ao de Aarão.
