Origem: Livro: A Epístola aos HEBREUS
1) Temos “Uma Possessão Melhor e Permanente”
Vs. 32-34 – “Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições. Em parte, fostes feitos espetáculo com vitupérios e tribulações e, em parte, fostes participantes com os que assim foram tratados. Porque também vos compadecestes dos que estavam nas prisões e com gozo permitistes a espoliação dos vossos bens, sabendo que, em vós mesmos, tendes nos céus uma possessão melhor e permanente.”
A primeira coisa que o escritor não queria que perdessem de vista era as grandes possessões espirituais que tinham em Cristo. Essas bênçãos e privilégios são extremamente preciosos e estão muito acima de qualquer coisa que os judeus tiveram no judaísmo. Na verdade, são as mais altas bênçãos conferidas que Deus já deu (ou dará) a qualquer uma das Suas criaturas! Assim, por meio da graça, os Cristãos têm um lugar especial diante de Deus que todos os outros em Sua família abençoada não têm, por meio de sua ligação com Cristo pela habitação do Espírito Santo. Por isso, são chamados “a igreja dos primogênitos” (Hb 12:23). (O termo “primogênito” refere-se a ter a preeminência sobre os outros.) Os Cristãos não poderiam ser mais abençoados (Ef 1:3).
Esses crentes hebreus já haviam tido uma perspectiva correta sobre essas coisas espirituais quando foram “iluminados” pela primeira vez e salvos pelo evangelho e precisavam ser relembrados dessa forma de pensar. Por isso, ele diz: “Lembrai-vos, porém, dos dias passados …”. Quando partiram pela primeira vez no caminho Cristão, entenderam que a porção deles em Cristo era algo especial e consideraram um privilégio terem sido julgados como dignos de sofrer por essas coisas. Como resultado, eles alegremente suportaram “grande combate de aflições”. Quando foram publicamente envergonhados por seus compatriotas, sendo “feitos espetáculo com vitupérios e tribulações”, aceitaram isso sem retaliação, porque entenderam que era tudo parte do sofrimento por Cristo. Mesmo quando seus “bens” (posses materiais) eram saqueados pela hostilidade dos outros, aceitavam esses contratempos “com gozo”. A razão pela qual eram capazes de suportar essas coisas de maneira tão notável era que sabiam que tinham “uma possessão melhor e permanente” em Cristo. Como resultado, viram que por essas coisas valia a pena viver e sofrer.
Mas, infelizmente, sendo bombardeados com a oposição, estavam se desencorajando no caminho e perdendo suas convicções iniciais. Por isso, vem esta exortação do escritor. Seu remédio para eles era retornar à sua forma de pensar inicial que eles tinham como novos Cristãos – mas não para retornar ao judaísmo. Precisavam se restabelecer em suas convicções, considerando novamente o que havia sido colocado em suas mãos. Então mais uma vez perceberiam que era um grande privilégio ter recebido aquelas coisas preciosas.
Da mesma forma, para nós, nada nos motiva mais a prosseguir no caminho de fé com mais convicção do que ter consciência do que foi colocado em nossas mãos. Se tomarmos um momento para contar nossas muitas bênçãos em Cristo, o que nos diferencia de todas as outras criaturas abençoadas de Deus, veremos imediatamente que realmente nos foi dado algo especial. Seria subestimar dizer que é um privilégio ser um Cristão.
