Origem: Livro: A Epístola aos HEBREUS
Moisés (vs. 24-28)
A fé de Moisés exibe essa mesma vontade de aceitar o sofrimento por fazer a vontade de Deus. O escritor diz: “Pela fé, Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, Escolhendo, antes, ser maltratado [sofrer aflição – JND] com o povo de Deus do que por, um pouco de tempo, ter o gozo do pecado; tendo, por maiores riquezas, o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa. Pela fé, deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível”. Como era o caso com os patriarcas no versículo 13, havia uma ordem moral aos exercícios de fé de Moisés que o levou a desistir de sua posição no Egito. A providência o colocou na corte do Faraó, mas a fé o levou para fora.
Tendo uma visão do prêmio da divina “recompensa”, Moisés foi capaz de ter uma correta estimativa dos “tesouros do Egito”, que eram apenas coisas vãs. Isso o levou a participar da sorte do sofrido e aflito povo de Deus. Isso é muito surpreendente; ele desistiu de uma posição significativa no Egito, e “o gozo do pecado” que a acompanhavam, para identificar-se com o povo sofredor de Deus. Escolheu sofrer com eles! O que o levou a fazer isso? “Considerou” (ARA) o opróbrio relacionado com os filhos de Israel ser “maiores riquezas” do que os tesouros do Egito! O escritor ressalta que essa reprovação era do mesmo caráter que “o vitupério de Cristo” que os crentes hebreus estavam enfrentando. F. B. Hole pergunta: “Se a glória do Egito não é para ser comparada ao vitupério de Cristo, como ela ficará em comparação à glória de Cristo?” (Hebrews, pág. 53). O escritor nos diz que Moisés foi capaz de suportar a dificuldade que veio com essa posição de reprovação porque sua fé viu aqu’Ele que é “invisível”, e isso o motivou.
A lição disso para os crentes hebreus era que eles também precisavam manter seus olhos n’Aquele que é “invisível”. Para a pessoa sem fé, isso é absurdo. Ele pergunta: “Como você pode olhar para algo invisível?” Mas a fé vê coisas invisíveis (2 Co 4:18). Mesmo que Cristo tenha voltado para o céu e não seja mais visto fisicamente, manter os olhos de fé n’Ele e no que temos n’Ele, nos dá a perseverança de que precisamos para continuar no caminho. Os crentes hebreus precisavam perceber que o opróbrio de Cristo, que estavam suportando nas mãos de seus irmãos incrédulos, era um privilégio (At 5:41; Fp 1:29). O passo que a fé deles os levou a tomar, identificando-se com Cristo, seria recompensado (premiado) num dia vindouro.
