Origem: Livro: Breves Meditações sobre os Salmos

Salmo 37

Esta é a meditação de um crente, ou adorador, ao observar a cena moral ao seu redor, chamada pelo apóstolo de “o curso deste mundo”, à luz que a fé e a esperança lhe proporcionam; e na calma e certeza dessa luz, ele profere uma palavra de rico consolo. Ele fala do futuro e do ajuste final das coisas entre os justos e os ímpios, embora tudo possa parecer muito diferente por um tempo.

O peso deste Salmo é a remoção dos ímpios da Terra e a concessão dela como herança aos mansos. Poderia ter como lema as palavras de Isaías – “Dizei aos justos que bem lhes irá Ai do ímpio! Mal lhe irá”.

E ele nos fala de sua experiência como uma espécie de selo dessa verdade; pois em sua observação de pessoas e circunstâncias, ele pôde dizer que nunca tinha visto os justos desamparados no final nem os ímpios prósperos no final, embora por um tempo eles se espalhem como a árvore verde (vs. 25, 35). Portanto, ele deseja que os justos tenham o coração encorajado, embora as tristezas atuais possam ser muitas e variadas. O fim deles será a paz, quando os ímpios forem exterminados; a herança deles virá e durará para sempre, quando o dia (ou seja, o julgamento) dos ímpios vier (vs. 13, 18).

A mansidão, que assim culmina na herança (veja Mateus 5:5), parece ser aquele temperamento de alma que nos torna dispostos a não ser nada até que a herança prometida venha. O Senhor Jesus (em Quem estava toda a perfeição) expressou isso plenamente. Embora Senhor de todos, Ele Se contentou em não ter nada; e o reino é a recompensa de Sua mansidão (Mt 21:5). Os santos, em sua medida, são os mansos agora. O Remanescente será assim em seus dias (Sf 2:3). Este Salmo pode, portanto, ser lido por todos nós; pois a experiência de todos os escolhidos de Deus é, em essência, a mesma; mas o Remanescente, numa medida mais completa, precisará do consolo desse Salmo quando vier a ser pressionado pelas bem-sucedidas confederações dos ímpios nos últimos dias. O versículo 11 e Mateus 5:5 mostram que os discípulos do Senhor Jesus e o Remanescente dos últimos dias têm muita identificação moral.

Assim, este Salmo nos ensina a não viver para nenhuma esperança que não seja a ressurreição e o reino – e somente são divinamente sábios, aqueles que atentam “para o seu fim”. Uma lição simples, séria e santa – uma lição feliz para os estrangeiros e peregrinos de Deus. “E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre”.

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