Origem: Livro: Breves Meditações sobre os Salmos

Salmo 45

O Messias em Sua segunda vinda é celebrado aqui; e isso forma adequadamente a resposta graciosa do Senhor às lamentações do Remanescente proferidas no Salmo anterior, e ao seu clamor lá (Sl 44:26) para que o Messias venha como libertador a Sião.

O coração e a língua encontram uma obra pronta e alegre quando o Rei, em Sua formosura, se torna seu assunto. Pois em tal tema, “o habilidoso Escritor” (ARA), o Espírito Santo, está em Sua devida obra. Ele está tomando as coisas de Cristo para nos mostrar. E a mente do santo também está tranquila. Como disse um dos nossos próprios poetas, falando das coisas de Jesus,

“Meu coração, minha mão, meu ouvido, minha língua,
Aqui está um alegre trabalho para vocês”.

Mas, ao passar para o Senhor como Rei, o coração e a língua do profeta param por um momento sobre Sua Pessoa e ministério nos dias de Sua carne. E pode ser que Sua glória presente, como Sacerdote nos céus, esteja implícita nas palavras: “Por isso, Deus Te abençoou para sempre”. Mas rapidamente tudo é deixado de lado para vê-Lo, como o rei Davi, lutando a batalha do Senhor pela causa da verdade, da mansidão e da justiça, e limpando a terra de todos os obreiros da iniquidade; e então como o rei Salomão, assentado no trono da glória. Deus O consagra ao ofício, reconhecendo a justiça como Seu título, e todos O saúdam com amor, como o daquela que uma vez quebrou seu vaso de alabastro de unguento sobre Sua cabeça (vs. 8-9). Jerusalém, a rainha mística, também é abordada; e as nações, suas companheiras, destacam o gozo e a glória do rei.

Mas há algo impressionante em relação a esta rainha. Ela é vista como vindo, como qualquer pecador dos gentios, de algum lugar de contaminação que ela é exortada a deixar para trás (Dt 21:13). Isso nos fala do caráter no qual Jerusalém será finalmente recebida, como um pródigo retornado; e assim o rei desejará muito sua beleza. Pois neles está todo o Seu prazer. É Sua própria beleza que Ele vê nos tais – a beleza que Ele mesmo colocou sobre eles – as sandálias, o anel e a melhor roupa.

Neste Salmo, o título do Senhor é adequadamente reconhecido como subsistindo em Sua justiça (v. 7); mas o título de Jerusalém, o título da rainha, como o de cada pecador, é apenas por graça. Isso é justo e belo. E talvez o livro de Cantares nos deem os exercícios dessa filha ao considerar, como ela é aqui exortada, passando pela disciplina de coração em preparação para essa união com o Rei.

Observe que a rainha é a Jerusalém terrenal, não a celestial; porque, primeiro, seu casamento é com o Rei, não com o Cordeiro; segundo, seu casamento segue, não precede, a vitória. Os Judeus, em seus escritos antigos, falam de uma Jerusalém acima e uma Jerusalém abaixo, e de uma ser como a outra – de Jerusalém sendo construída no firmamento assim como Jerusalém na Terra.

Podemos ler os versículos 16-17 como endereçados ao Rei – “Teu” no versículo 16, bem como no versículo 17, estando no gênero masculino.

Compartilhar
Rolar para cima