Origem: Livro: Breves Meditações sobre os Salmos
Salmo 50
Este magnífico Salmo apresenta o Senhor conduzindo o julgamento da casa de Israel nos últimos dias. O juízo é estabelecido (vs. 1-6), e então os livros são abertos, e deles duas acusações distintas são lidas, como veremos a seguir. O Remanescente é separado deste juízo por uma característica simples: “Aqueles que fizeram Comigo um concerto com sacrifícios”. Ele não os descreve por nenhum relato prolongado do que fizeram ou sofreram por Ele; mas fala deles como crentes, como pecadores que confiam no sangue e no sacrifício do Salvador. Isso é suficiente para esse propósito. Como Jesus, introduzindo os santos ao conhecimento do Pai, fala deles com o mesmo caráter, dizendo que eles “têm verdadeiramente conhecido que saí de Ti, e creram que Me enviaste” (Jo 17).
Jeová então apresenta Suas acusações contra Israel. Ele os acusa de ignorância de Sua verdadeira adoração – nos mesmos detalhes que Paulo acusa os gentios em seu sermão em Atenas (At 17). E é simplesmente isso: o homem em sua religião trata Deus como Alguém que deve ser ministrado e apaziguado, em vez de tratá-Lo como o Bendito Doador e o próprio Reconciliador. Essa é a grande diferença entre a religião humana e a divina. A religião de Deus é graça, a religião do homem é obras. Israel havia enchido o altar com ofertas, mas não recorreu a Deus como Libertador (vs. 7-15). Essa é a primeira acusação lida nos livros quando o julgamento é iniciado. A segunda é então movida contra eles. Diz respeito à sua vida prática e comportamento, como os gentios faziam com sua religião e adoração. Isso condena sua conduta como desviada também. Eram religiosos, mas também injustos (vs. 16-21).
Sobre tudo isso, o Senhor dirige uma palavra de advertência, de repreensão e de exortação, para que Israel possa prestar atenção a tempo, antes que o julgamento assim anunciado chegue, e não haja escapatória. Que eles aprendam a religião do louvor, e a conduta da justiça, e assim, estejam devida e alegremente no caminho para a salvação e a glória (vs. 22-23).
É bom, podemos dizer neste Salmo, que o coração se fortifique com graça e não com manjares. O santuário de Deus é adornado com graça – o do homem com comida ou observâncias carnais. Se for no santuário de Deus que entramos, devemos fazê-lo com louvor, e sair dele para caminhar de uma maneira bem ordenada em direção à salvação ou ao reino, como aqui nos é mostrado. Se é no santuário do homem que entramos – o “espírito de escravidão” nos encherá – “manjares” ou religiosidade nos ocuparão, mas nenhuma verdadeira devoção renovada a Deus. A verdade de Deus libertará a consciência e nos fará felizes n’Ele por meio de riquezas ilimitadas da graça e obedientes a Ele em formas de justiça. A mentira do homem ou a religião do homem nos manterá com medo e nos deixará sem regeneração.
