Origem: Livro: Breves Meditações sobre os Salmos
Salmo 74
Temos neste Salmo uma amostra de súplica a Deus muito terna e triste. É evidentemente a expressão do Remanescente à vista da desolação de Sião. O inimigo é visto triunfando no pleno orgulho da vitória sobre a casa e o povo de Deus, e a congregação do Senhor é deixada em opróbrio sem sinal ou profeta. O desejo é que o Senhor Se mostre como o Parente vingador de Israel. Pois, de acordo com a lei, o parente deveria resgatar, vingar e edificar a casa do irmão. E esse é um clamor a Ele para agir como um Vingador. No êxodo do Egito, Ele agiu assim, e isso é pleiteado aqui. Ele então, como Parente deles, resgatou Israel do Egito e vingou Israel sobre o Egito, dividindo as águas para o Seu povo e quebrantando as cabeças do leviatã. Débora celebra Jeová como um Vingador em Juízes 5, e os céus celebram o Senhor nosso Deus da mesma forma em Apocalipse 19:2.
O profeta ou o suplicante é movido pelo mesmo coração profundo e aflito de Isaías, quando em espírito olhou para a mesma cena de desolação. Ele deseja saber, se pudesse, quanto tempo a miséria duraria (v. 10, Is 6:11).
O suplicante pleiteia ainda as promessas que protegem Israel e a Terra (veja o versículo 17, com Gênesis 8:22; e o versículo 16 com Jeremias 33:20). Ele também clama pelo concerto, e que essa causa era a causa de Deus. E isso está de acordo com seu mediador Moisés, que em seus dias, clamou pelos pais, e o concerto da promessa, e a honra do nome d’Aquele que os resgatou do Egito (veja Êxodo 32:12-13). E o próprio Senhor diz que, na preservação atual de Israel e seu estabelecimento final, Ele tem respeito pelo Seu próprio nome (Dt 32:27). E no relato de Seus caminhos com Israel, em Ezequiel 20, temos o mesmo pensamento repetidas vezes.
A desolação de Sião aqui contemplada é ou pela mão de Nabucodonosor, dos romanos, ou do rei voluntarioso no último dia. De fato, no julgamento de Deus, a Judéia é uma cena de desolação, desde os dias dos caldeus até que o inimigo caia sobre a gloriosa monte santo, e os reinos se tornem do Senhor.
NOTA: O versículo 7 pode nos lembrar da invasão dos caldeus (2 Rs 25:9); o versículo 4 pode nos trazer à mente os ídolos nas muralhas, ou a abominação da desolação (Dn 9:27; Mt 24:15).
