Origem: Revista O Cristão – Vasos
A Abundante Provisão da Graça
“Traze-me ainda um vaso”
Quando a viúva dos filhos dos profetas não tinha mais comida e clamou a Eliseu por ajuda, ele disse a ela: “Vai, pede para ti vasos emprestados a todos os teus vizinhos, vasos vazios, não poucos. Então, entra, e fecha a porta sobre ti e sobre teus filhos, e deita o azeite em todos aqueles vasos, e põe à parte o que estiver cheio. Partiu, pois, dele e fechou a porta sobre si e sobre seus filhos; e eles lhe traziam os vasos, e ela os enchia. E sucedeu que, cheios que foram os vasos, disse a seu filho: Traze-me ainda um vaso. Porém ele lhe disse: Não há mais vaso nenhum. Então, o azeite parou” (2 Rs 4:3-6).
Temos aqui nesta história o que a graça de Deus pode fazer por uma família que está em luto. O orgulho ou a vontade própria do homem se opõe à graça. Mas nesta família não há perguntas de incredulidade ou independência de Deus. O profeta entra em seus sofrimentos e a coloca em contato com a plenitude da graça de Deus. As coisas estavam todas erradas em Israel, pois Deus havia sido abandonado e Sua aliança quebrada, contudo Ele estava visitando Seu povo em graça, e era para a fé aproveitar a oportunidade para contar com Ele em sua confissão de toda a triste verdade sem encobrir nada.
A plenitude da graça
Vemos no Novo Testamento que a plenitude da graça veio por Jesus Cristo. “A sabedoria já edificou a sua casa” e a mobiliou de forma suntuosa, providenciando abundantemente para a necessidade de todos que estão dentro dela. O testemunho do Espírito Santo é de um Cristo ressuscitado e glorificado à destra de Deus. Em Atos 2, a obra do Espírito Santo foi de tal caráter que chegou ao coração até mesmo daqueles que antes a desprezaram e recusaram. “E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns. E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça” (At 4:32-33).
O Espírito Santo
O poder e a graça que produziram esses resultados abençoados nos primórdios da história da Igreja ainda permanecem, embora o mesmo efeito não possa ser visto agora. O Espírito Santo é Soberano em Sua ação e, de acordo com a própria Palavra do Senhor, habita conosco para sempre desde o Pentecostes, enquanto a assembleia estiver aqui, onde Seu poder e graça são necessários, Ele permanece conosco. As instruções de Eliseu à mulher angustiada revelam o caráter da maneira habitual que Deus age quando o apelo é feito a Ele. Ele fará com que os Seus sejam realmente exercitados sobre a necessidade, mas temos que aprender que nossa suficiência vem de Deus, que trabalha de acordo com Sua maravilhosa paciência e sabedoria infinita. Ele pode reviver verdades que há muito foram esquecidas em todo o seu poder original e frescor dentro do nosso coração, exatamente no momento em que elas são realmente necessárias, ou Ele pode nos estabelecer para aprender o valor e a aplicação a nós das Escrituras que há muito professamos acreditar e conhecer como aquilo que expressa as doutrinas do Cristianismo. Mas o desafio: “O que tens em casa?” nos faz pensar e nos lança sobre aquilo que Deus deu. E essa verdade não é peculiarmente aplicável nos dias atuais, uma vez que Deus deu agora no Cristianismo tudo o que Ele sempre quis ou pôde dar a esse pobre mundo arruinado? Tudo é apresentado no evangelho, que se recusado hoje, formará a base do julgamento em outro dia.
Do ponto de vista da posição Cristã, um desenvolvimento da graça completamente novo e inesperado é apresentado, em conexão com Cristo no céu e o Espírito Santo na Terra. O que é mais necessário para nós, então, é derramarmos o azeite – este suprimento abundante do Espírito Santo que Deus nos deu e que temos na “casa” (a Igreja). Vamos em fé simples e obediência trazer vasos vazios para dentro da casa e fechar a porta. Deus encherá os vasos.
Encha todos eles
“Então, entra, e fecha a porta sobre ti e sobre teus filhos, e deita o azeite em todos aqueles vasos, e põe à parte o que estiver cheio” (v. 4). Eles são separados – consagrados. A justiça é vindicada, o credor é pago integralmente, o cativo é libertado e permanece uma reserva infinita de graça, que nunca podemos esgotar. O azeite continuava a fluir até não haver mais vasos – uma bela ilustração, certamente, da graça divina à maneira de Sua obra atual e aplicação cotidiana às necessidades pessoais do povo de Deus e conectando-se de uma maneira bendita com a consideração graciosa do Senhor por nós nesta cena atual de desordem e ruína.
