Origem: Revista O Cristão – A Administração do Dinheiro
O Padrão de Vida
Quando os jovens estabelecem um novo lar, eles devem considerar o padrão de vida que devem ter. Com isso queremos dizer o custo da casa, o tipo de mobília e os custos com roupas, alimentação, transporte e outras coisas. Não agrada a Deus nem promove a felicidade no lar viver além da nossa renda ou mesmo gastar até o último centavo dela.
Em um tempo como o atual, quando tudo é abundante para a conveniência do lar, é muito fácil estabelecer um padrão que está além da capacidade do jovem marido de sustentar. Também existe uma tendência dos jovens de quererem começar seu próprio lar no mesmo padrão em que seus pais vivem agora, esquecendo que, na maioria dos casos, seus pais começaram de maneira bastante simples e viviam dentro de suas possibilidades. Em todos os momentos é importante se lembrar: “é grande ganho a piedade com contentamento”. Não é o estilo de nossas casas nem o modelo do automóvel que são os grandes critérios de como um Cristão está se saindo, mas sim: “Existe piedade e contentamento?”
Alguns dos Cristãos mais felizes são aqueles que têm pouco dos bens deste mundo, mas que desfrutam de Cristo e das coisas de Deus e continuam com um espírito contente nas coisas temporais. O esforço pelas coisas que estão além das nossas possibilidades ajudará a produzir, de um lado, magreza de alma e, do outro, o exato oposto da felicidade. Lembre-se de que o amor ao dinheiro é a raiz de todo mal; não é uma questão de você ter ou não dinheiro.
Mesmo do ponto de vista puramente natural, é uma experiência feliz quando os jovens casados acham prazeroso trabalhar juntos na reforma de uma casa antiga, em reformar alguns móveis ou em qualquer das muitas coisas que compõem um lar. Já ouvimos pessoas não salvas comentarem que a maneira mais certa de deixar jovens recém-casados descontentes é dar a eles tudo o que poderiam desejar, de modo que não haja mais nada pelo que trabalhar. A “piedade com contentamento”, no entanto, fará com que estejamos contentes em qualquer circunstância em que estivermos.
Entrando em dívidas
Há outra questão que merece algumas observações. Uma das maiores armadilhas para nossos queridos jovens é se endividar. É algo tão fácil de fazer e tão frequentemente incentivado por técnicas de vendas agressivas que eles podem acabar caindo nisso antes que percebam. Dessa maneira, sua renda poderá ser onerada durante anos. Não é isso nos gloriarmos do dia de amanhã? Não sabemos o que o dia de amanhã nos trará, e nos carregar de obrigações que só podem ser cumpridas por meio de um emprego estável com um determinado nível de renda é praticamente se gloriar do futuro. Deus não prometeu uma certa quantia de dinheiro para cada ano futuro, mas Ele abundantemente nos dá dia após dia.
Comprar a prazo tende a inflar nosso padrão de vida e a aumentá-lo fazendo um empréstimo com base no futuro. Fazemos bem em lembrar que a dívida é um jugo, e, muitas vezes, um jugo pesado, pois “o que toma emprestado é servo do que empresta” (Pv 22:7).
Cumprindo nossas obrigações
Também devemos considerar que, se estivéssemos incapacitados e, portanto, incapazes de cumprir nossas obrigações, ou se o Senhor viesse nos levar para casa (essa é uma distinta probabilidade a qualquer momento), aquele a quem devemos seria o perdedor. Isso seria honroso? Seria compatível com um testemunho Cristão adequado? Ninguém poderia aprovar que um Cristão fraudasse um credor. Há, no entanto, em relação ao assunto de causarmos uma perda a outra pessoa, algo que pode ser dito sobre a questão de empréstimos com garantia ou imóveis hipotecados. Nesses casos, o título da propriedade foi retido pelo credor, ou então é facilmente recuperado por ele e, portanto, ele não sofreria perdas, mas simplesmente recuperaria sua propriedade na qual ainda há o mesmo valor.
É deplorável quando os Cristãos sentem que precisam se igualar com seus vizinhos ou até mesmo com seus irmãos em Cristo. Busquemos honestamente viver de acordo com os meios que o Senhor nos deu, prosseguindo com gratidão e contentamento “como aqueles que em tudo querem portar-se honestamente”.
