Origem: Revista O Cristão – Prioridades
O Argueiro no Olho do Teu Irmão
Antes de tudo, devemos julgar a nós mesmos, e julgamento próprio não é nos comparar nem mesmo com o irmão mais piedoso que conhecemos, mas nos comparar com Cristo. Se isso for devidamente exercitado, não haverá tendência a julgar onde não devemos. Foi dito aos coríntios: “Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando somos julgados, somos corrigidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo” (1 Co 11:31-32).
Mateus 7:3 supõe um caso em que há um mal muito sério que é ignorado por uma pessoa em si mesma, e algo muito menor é notado em um irmão – um defeito, um cisco, por assim dizer. Aqui, trata-se de algum defeito que alguém pensa ter detectado no outro. E aquele que não se julgou a si mesmo está totalmente inapto para tratar com outro. “O que é espiritual” é aquele que deve restaurar, se outro for surpreendido em uma falta. Aquele que se julga diante de Deus está consciente de que, independentemente do que outro tenha feito, ele é capaz de fazer o mesmo ou pior. “Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum” (Rm 7:18). Ezequias foi deixado por Deus para que pudesse conhecer tudo o que estava em seu coração, e que terrível fracasso se seguiu. Nada pior poderia nos acontecer do que sermos abandonados a nós mesmos. Remova primeiro o que é grande, o que o impede de ver claramente, e muito provavelmente você descobrirá que o argueiro no olho do seu irmão também se foi. Muitas vezes, esses argueiros são descobertos por aqueles que estão em um estado de espírito ruim e amargo. E, se realmente vemos falhas no outro, qual é o melhor uso que podemos fazer dessa descoberta? Corrigi-las em nós mesmos. Assim, poderemos ajudar nosso irmão.
Julgamento hipócrita
“Hipócrita” (v. 5) é uma palavra forte para ser dita a um discípulo, mas ela é aqui proferida por Aquele que é a verdade e conhece o coração de todos. Existe a possibilidade de até mesmo um verdadeiro santo agir com hipocrisia. Se encobrimos nossos pecados, estamos agindo de forma hipócrita. Parecer aos outros aquilo que realmente não somos é hipocrisia. É exatamente nesse sentido que se pode entender um discípulo sendo chamado assim. Pedro agiu com dissimulação, e isso estava na mesma linha da hipocrisia. Bem, então, primeiro trate com você mesmo. Você verá muito mais claramente quando o seu “eu” for julgado diante de Deus. Se isso for negligenciado, acharemos mais fácil ver falhas nos outros do que em nós mesmos. Para provar algo, você precisa de um padrão, e o padrão que Deus nos deu é a Sua Palavra escrita. Temos que provar tudo por essa Palavra. Ao ouvir o melhor professor que já existiu, sou obrigado a provar tudo o que ele diz (“Atentai no que ouvis” – ARA), mas ao ouvir a própria Palavra, a instrução é: “Vede, pois, como ouvis”. Mas é necessário que testemos tudo pela Palavra de Deus. Os dois padrões da verdade são a Pessoa de Cristo e a Palavra de Deus.
Autor desconhecido
