Origem: Revista O Cristão – A Trindade

O Batismo de Jesus

Jesus Se apresenta para o batismo, mas vem para Se colocar no meio de Seu povo. Certamente Ele não Se une ao povo rebelde e intratável, mas desde o primeiro passo dado por aqueles que, pela graça, ouvem a palavra do testemunho de Deus, desde o primeiro passo no bom caminho, Ele é encontrado com eles em Sua infinita graça. Conhecemos e concordamos com o testemunho de João de que Aquele que veio não tinha necessidade de arrependimento. Pelo contrário; Ele estava cumprindo a justiça. Mas para os Seus, era exatamente a coisa de acordo com Deus. A vida de Deus, que emitiu seu primeiro sopro na atmosfera de Deus, deu o primeiro passo no caminho divino no meio dos homens, em direção ao reino que iria aparecer. Ele não os deixaria lá sozinhos; Ele toma o Seu lugar com eles. Graça infinita, doce pensamento, cheio de Seu amor para com o coração dos Seus!

Observe também como Ele Se humilha aqui ao nível de Seu mensageiro: “Assim nos convém cumprir toda a justiça”. Ele diz, por assim dizer: “Você tem sua parte, Eu a Minha, na realização da vontade de Deus”. Lá, Ele já é um Servo! Ele é batizado, e toma Seu lugar no meio dos Seus – no meio do remanescente fiel que andava sob o efeito do poder da Palavra de Deus. E agora, onde está Ele, o Servo, Aquele que Se humilhou, que tem o Seu lugar com o Seu povo pobre, o mais pobre do Seu rebanho? O céu está aberto, o Espírito Santo desce sobre Ele, o Pai O confessa como Seu Filho, Ele é o modelo da posição que Ele assumiu por meio da redenção. O céu nunca havia sido tão aberto antes; nunca havia tido na Terra um Objeto que Ele pudesse reconhecer como fazendo Sua boa vontade. Agora havia.

Para nós também, o véu está rasgado e o céu está aberto. Nós fomos ungidos e selados pelo Espírito Santo assim como Jesus foi; o Pai nos reconheceu como sendo Seus filhos amados já neste mundo. Ele era tal em Seu próprio e pleno direito, digno de ser assim em Si mesmo. Somos introduzidos pela graça e redenção. Mas, quando adentra no meio de Seu povo, Ele mostra qual é a posição que n’Ele lhes pertence; como acabei de dizer, Ele é o modelo dela. Que felicidade! Que graça! Mas, observe com atenção, Sua Pessoa divina permanece sempre como tal, uma diferença além da qual nunca se perde, seja qual for Sua humilhação e Sua graça para conosco. Quando o céu está aberto para Jesus, Ele não tem nenhum Objeto acima, para o qual procura fixar sua atenção. Ele próprio é o Objeto que o céu contempla. Quando o céu está aberto para Estevão, assim como para nós pela fé, Jesus, o Filho do Homem, é o seu Objeto no céu, que está aberto para o Seu servo. Na graça, o Senhor toma um lugar conosco. Ele nunca perde o Seu próprio, seja pelo Pai, ou pelo coração do crente. Quanto mais próximos estamos d’Ele, mais O adoramos.

Observe aqui também outra coisa. É na humilhação voluntária de Jesus e por meio dela que toda a Trindade é pela primeira vez plenamente revelada. O Filho está alí, o Objeto especialmente notável como Homem, o Espírito Santo vem e permanece sobre Ele, e a voz do Pai O confessa. Revelação maravilhosa associada à posição que o Filho havia tomado! O Filho é reconhecido como Jeová no Salmo 2. O Espírito Santo é encontrado em todo lugar no Velho Testamento. Mas a revelação completa das três Pessoas na unidade de Deus – a base do Cristianismo – é reservada para o momento em que o Filho de Deus toma Seu lugar no meio dos pobres do Seu rebanho, Seu verdadeiro lugar na raça na qual Ele tinha Suas delícias, os filhos dos homens. Que graça é essa do Cristianismo! Que lugar é esse onde nosso coração é encontrado! Se ensinados por Deus, aprendemos a conhecer essa graça e Aquele em Quem ela veio a nós! Aqui, então, está nossa posição de acordo com essa graça em Cristo Jesus, diante de Deus nosso Pai, aceito no Amado.

J. N. Darby (adaptado)

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