Origem: Revista O Cristão – Ana, Mical, Abigail, Bate-Seba
“Cante, Ó Estéril”
A mulher estéril é sempre apresentada na Escritura como figura da condição arruinada e desamparada da natureza. Não há capacidade de fazer nada para Deus – nenhuma energia para produzir qualquer fruto para Ele; tudo é morte e esterilidade. Essa é a verdadeira condição de todo filho de Adão. Ele não pode fazer nada por Deus nem por si mesmo, no que diz respeito ao seu destino eterno. Ele é enfaticamente “sem força” – “uma árvore seca”. Tal é a lição que nos ensina a mulher estéril.
No entanto, o Senhor fez com que Sua graça superasse todas as fraquezas e necessidades de Ana, e colocou um cântico de louvor em sua boca. Ele a capacitou a dizer: “Meu poder está exaltado no Senhor: minha boca se dilatou sobre os meus inimigos, porquanto me alegro na Tua salvação” (1 Sm 2:1). É uma graça especial do Senhor fazer com que a mulher estéril se regozije. Só Ele pode dizer: “Canta alegremente, ó estéril que não deste à luz! Exulta de prazer com alegre canto e exclama, tu que não tiveste dores de parto! Porque mais são os filhos da solitária do que os filhos da casada, diz o SENHOR” (Is 54:1).
Ana percebeu isso e, em pouco tempo, a viúva Israel também perceberá, “Porque o teu Criador é o teu marido; SENHOR dos Exércitos é o Seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor” (Is 54:5). O belo cântico de Ana é o reconhecimento agradecido da alma pelos atos de Deus em referência a Israel. “O SENHOR é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela. O SENHOR empobrece e enriquece; abaixa e também exalta. Levanta o pobre do pó e, desde o esterco, exalta o necessitado, para o fazer assentar entre os príncipes, para o fazer herdar o trono de glória” (1 Sm 2:6-8). Tudo isso será mais plenamente exemplificado em Israel nos últimos dias, como agora é exemplificado na pessoa de todo aquele que, por meio da graça, é levantado de sua condição arruinada na natureza para a bem-aventurança e paz em Jesus.