Origem: Revista O Cristão – Leia, Raquel, Joquebede e Miriã
O Cântico de Miriã
Miriã, tendo cumprido sua parte na adoção de Moisés pela filha do Faraó, desaparece de vista e passam muitos anos antes de nos encontrarmos com ela novamente. Sem dúvida, durante todo esse tempo, ela estava sendo ensinada por Deus para a parte que ela ainda tinha que cumprir, o que não era de forma alguma sem importância. Ela evidentemente se ligou ao povo de Deus de uma maneira marcante e era admirada por eles, pois nos é apresentada em Êxodo 15:20 como “a profetisa, a irmã de Arão”.
A partir disso, concluímos que ela foi instruída nos caminhos do Senhor e usada para revelar Sua mente às mulheres de Israel, sobre as quais ela parecia ter influência.
Quando Moisés e os filhos de Israel, exultando em sua maravilhosa libertação do Egito e de seus inimigos, os egípcios, cantam esse belo cântico de triunfo ao Senhor, é Miriã quem, estimulada pelas palavras gloriosas, leva as mulheres a se unirem ao povo nesta melodia maravilhosa e eleva o refrão: “Cantai ao SENHOR, porque sumamente Se exaltou”. Assim, no início da jornada no deserto, em companhia do povo redimido do Senhor, com seus inimigos mortos atrás deles, as águas profundas do Mar Vermelho entre eles e a terra onde eram escravos, com a presença do Senhor com eles na visível coluna de nuvem para ser seu guia e proteção, Miriã pode liderar os louvores do Senhor em notas de canto triunfante. Se soubermos o que é em nossa alma estar na posição de vitória de Miriã, também teremos que cantar Seus louvores, não apenas com voz, mas desde as profundezas de nossos corações em adoração.
A voz contra Moisés
Nós não podemos considerar aqui em detalhes o belo cântico em si mesmo, mas o final dele é grandioso – a herança, o santuário e o reino eterno do Senhor. Oh, que esse poderia ter sido o ato final da vida de Miriã! Mas há outra imagem, e muito triste, retratada para nós em Números 12. Miriã e seu irmão Arão falam contra Moisés por um ato que consideram impróprio, lançando dúvidas sobre sua liderança dada por Deus, manifestando assim inveja e insubordinação de uma maneira muito triste. Que exemplo triste para a congregação e como a conduta deles aumentou o fardo da vida já extenuante de seu irmão!
Isso foi muito desagradável para Deus, que não permitiu que esse espírito maligno continuasse por um momento. É muito bonito ver como o Senhor entra e justifica Moisés como Seu servo acima da censura. Como uma marca de Seu profundo descontentamento, o Senhor afligiu Miriã, a instigadora da maledicência, com lepra, mostrando assim a ela e a toda a congregação quão pecaminosa era sua ação diante d’Ele. Foi somente após Arão confessar e julgar o pecado e a fervorosa oração de Moisés por ela que o Senhor a curou. A impressão solene da mão de castigo do Senhor foi sentida por toda a congregação, pois eles não continuaram suas jornadas até que Miriã foi novamente restaurada ao arraial com saúde. Quão profundo e abrangente é o efeito do pecado!
Quão cuidadosos devemos ser em ter tudo aberto à vista “d’Aquele com Quem temos que tratar”. “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (Sl 139:23-24).
Autor Desconhecido