Origem: Revista O Cristão – Sofrimentos
A Compaixão de Cristo
Temos um Sumo Sacerdote que penetrou nos céus – como Arão pelas sucessivas partes do tabernáculo – Jesus, o Filho de Deus. Ele, em todas as coisas, foi tentado como nós, mas sem pecado, de maneira que pode Se compadecer de nossas fraquezas. A Palavra traz à luz as intenções do coração, julga a vontade e tudo o que não tem Deus como seu objeto e sua fonte. Então, no que diz respeito à fraqueza, temos Sua compaixão. Cristo, é claro, não tinha desejos maus: Ele foi tentado em todos os aspectos, mas sem pecado. O pecado não teve parte nisso de forma alguma. Mas não desejo compaixão pelo pecado que está em mim. Eu o detesto – desejo que seja mortificado – julgado sem misericórdia. Isto é o que a Palavra faz. Por minhas fraquezas e dificuldades, busco compaixão e a encontro no sacerdócio de Jesus. Não é necessário, para se compadecer de mim, que uma pessoa sinta no mesmo momento o que estou sentindo – antes pelo contrário. Se estou sofrendo dor, não estou em condições de pensar tanto na dor de outra pessoa. Mas, para me compadecer dele, devo ter uma natureza capaz de apreciar sua dor.
Assim é com Jesus ao exercer Seu sacerdócio. Ele está em todos os sentidos além do alcance da dor e da provação, mas Ele é Homem. E Ele não apenas possui a natureza humana que, com o tempo, sofreu angústia, mas experimentou as provações pelas quais um santo precisa passar de forma mais completa do que qualquer um de nós mesmos, e Seu coração, livre e cheio de amor, pode se compadecer inteiramente conosco, tanto de acordo com Sua experiência do mal como de acordo com a liberdade gloriosa que Ele agora tem para prover e cuidar dessa natureza humana. Isso nos encoraja a manter firme nossa confissão, apesar das dificuldades que assolam nosso caminho, pois Jesus Se preocupa com elas, de acordo com Seu próprio conhecimento e experiência do que são e de acordo com o poder de Sua graça.
O trono da graça
Portanto, estando nosso Sumo Sacerdote lá, podemos ir com toda ousadia ao trono da graça, para encontrar misericórdia e a graça adequada para nós em todos os momentos de necessidade: misericórdia, porque somos fracos e vacilantes; graça necessária, porque estamos envolvidos em uma guerra que Deus reconhece.
Observe, não é que vamos ao Sumo Sacerdote. Isso é feito com frequência, e Deus pode ter compaixão, mas é uma prova de que não compreendemos completamente a graça. O Sacerdote, o Senhor Jesus, Se ocupa de nós, Se compadece de nós, por um lado, e, por outro, vamos diretamente ao trono da graça.
O Livro de Hebreus não fala aqui sobre quedas; encontramos isso em 1 João 2. Ali também está em conexão com a comunhão com o Pai; aqui, com o acesso a Deus. Seu objetivo aqui é nos fortalecer, nos encorajar a perseverar no caminho, consciente das compaixões que possuímos no céu, e que o trono está sempre aberto para nós.