Origem: Revista O Cristão – Comunhão

A Comunhão de Seu Filho

Esta é uma realidade muito abençoada, quando vista em seu verdadeiro caráter. A graça nos concedeu isso, mesmo aqui embaixo, e nós temos o poder e as condições necessárias para o seu desfrute. Vejamos o que define esta comunhão em seu plano mais elevado. “Mas, se andarmos na luz temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1 Jo 1:7). É uma declaração maravilhosa da posição Cristã. Devemos sempre ter em mente que nos escritos de João, a luz é Deus totalmente revelado e conhecido, enquanto trevas é Deus desconhecido.

Capacidade 

Caminhamos, então, na clara luz dessa revelação maravilhosa, e temos comunhão com todos os nossos companheiros irmãos, desfrutando da mesma luz e participando da mesma vida e natureza d’Aquele que é luz. Isso nos dá capacidade para tal comunhão. E então, a base de toda a posição é exposta na terceira parte que declara o valor infinito do sangue de Jesus – “nos purifica de todo pecado”, de modo que, embora “noutro tempo, éreis trevas”, agora são justamente introduzidos nessa posição.

Poder 

O poder para desfrutar dessa comunhão é o Espírito de Deus, dado para habitar em nós. Portanto, 2 Coríntios termina com as palavras: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos”. E Filipenses 2:2 nos faz ver a prática disso na caminhada dos santos, como o apóstolo se refere com tanta atenção a ela em seu apelo: “Portanto, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no Espírito completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa”. Este é o efeito normal do poder do Espírito, onde Ele não está entristecido em nós. Ele produz essa unidade entre os Cristãos, onde o “eu” não pode ter lugar.

Privilégio 

Será útil também olhar para essa comunhão à luz do chamado de Deus. Encontramos no prefácio da primeira epístola aos santos coríntios. “Fiel é Deus” – ele não podia dizer que eles eram fiéis, como sabemos muito bem pelo resto da epístola. Mas isso não impede o apóstolo de lançá-los sobre a fidelidade de Deus – “pelo Qual fostes chamados para a comunhão de Seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor”. Aqui, novamente, a achamos colocada mais alta do que se limitássemos nossos pensamentos a respeito dela como “a comunhão dos santos”. É a comunhão do Filho de Deus que é o maravilhoso privilégio daqueles que possuem a vida eterna e que a encontramos em 1 João 1:14. Essa comunhão com o Pai e com Seu Filho, Jesus Cristo, é individual e verdadeira para cada filho de Deus, se não houvesse outra comunhão para se entrar na Terra. E o objetivo expresso da epístola de João era que pudéssemos ser trazidos para o que inicialmente tinha sido o privilégio dos discípulos, que tinham ouvido e visto a Palavra da Vida quando manifestada no mundo. Mas em Coríntios é o privilégio da assembleia de Deus como tal. O Filho de Deus tem essa comunhão d’Ele, na Terra, e todos os Cristãos são chamados a ela.

Separação 

As condições para desfrutar dela serão encontradas em 2 Coríntios 6, onde somos ordenados a não nos colocarmos debaixo de um julgo desigual com os incrédulos. Deve haver separação do mundo. “Porque que sociedade [participação (JND) como é a palavra aqui] tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos?Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e Eu vos receberei; e Eu serei para vós Pai, e vós sereis para Mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso” (2 Co 6:14-18).

Assim, vemos o quão real é a comunhão dos santos. Nada do que é da carne entra nela. É caracterizada pela natureza da vida divina que possuímos em Cristo e só pode ser conhecida e desfrutada no poder do Espírito e na separação do mundo.

J. A. Trench (adaptado)

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