Origem: Revista O Cristão – Sabedoria

Cristo, a Sabedoria de Deus

Em Provérbios 8 encontramos a sabedoria em toda parte, pois lá a Sabedoria é personificada como o próprio Senhor Jesus. “O SENHOR me possuiu” (v. 22) antes de todas as Suas obras, antes de Ele estabelecer as fundações da terra e dos mundos. Em Lucas 1 o arcanjo anunciou Sua vinda a Maria e, em Seu nascimento, uma multidão de anjos dos exércitos celestiais espalharam as boas novas de que “na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor”. Simeão, no poder do Espírito Santo, segurou este Tesouro do alto em seus braços e O celebrou como a salvação de Deus até os confins da terra: “Uma luz para alumiar as nações e para glória de teu povo Israel”.

A sabedoria expressou sua voz e começou a pregar na cidade, ao entrar pelas portas e, em Lucas 4, em Nazaré (onde Ele havia sido criado de acordo com o conhecimento humano). Jesus entrou na sinagoga e a Sabedoria “levantou-Se para ler”. Ele tomou o livro dos concertos eternos de Deus e encontrou o lugar onde está escrito “O Espírito do Senhor é sobre Mim” (Lc 4:18-23).

Os prazeres nos homens 

Os prazeres da Sabedoria estavam nas partes habitáveis da terra, e com os filhos dos homens. Em Lucas 5 Ele estava em uma certa cidade e um homem cheio de lepra se encontrou com Ele. A Sabedoria em graça o curou e o homem ficou limpo. A Sabedoria foi encontrada em outra cidade, e às portas havia um homem morto que estava sendo carregado, o único filho de sua mãe que era uma viúva (Lucas 7). A Sabedoria encontrou um prazer novo ao encontrar-se com a morte, e, tomando Seu lugar no meio deste cenário, em compaixão disse: “Não chore”. E Ele foi e tocou o caixão… e entregou o jovem à sua mãe. Chegou a hora desta Sabedoria, por sua vez, ser justificada por um de seus filhos, e quem poderia fazer isso senão uma mulher de outra cidade que era pecadora? Ela o justificou por reconhecê-Lo, como só um pecador pode, e ficou atrás d’Ele chorando (Lc 7:36-50). Simeão tinha sabedoria em seus braços, mas a pecadora estava a Seus pés e Ele encontrou Seus melhores e mais doces prazeres com essa mulher. A Sabedoria foi justificada por aquela criança na casa do fariseu, e ela foi justificada pela infinita sabedoria e amor: “Os teus pecados te são perdoados. A tua fé te salvou; vai-te em paz”.

Na cruz 

Em Lucas 23, a “Sabedoria” ocupou outro lugar, na cruz, a fim de que Deus pudesse justamente assumir a atitude de pedir aos pecadores que se reconciliem Consigo mesmo e encontrem seu prazer em fazer isso. Ele realizou a obra de morte e sangue, pela qual Ele se tornou ainda mais a Sabedoria de Deus e o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. A Sabedoria (como fruto desta redenção finalizada) levou um de seus filhos, um ladrão agonizante, de volta aos céus, como o troféu e testemunha que Seus prazeres estavam com os filhos dos homens. Esta criança justificou a Sabedoria quando expirou, dizendo: “Este nenhum mal fez”, acrescentando: “Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino”. A sabedoria, na infinitude de seus próprios prazeres, justificou o ladrão dizendo: “Hoje estarás comigo no Paraíso!” O ladrão subiu com a Sabedoria, como uma amostra para os céus do que havia sido recolhido aqui embaixo, e o próprio Deus pôde descer para fazer da cruz de Cristo um propiciatório (veja Rm 3:25) e proclamar-se a Si mesmo em retidão, um Deus justo e o justificador daquele que crê em Jesus.

Cristo feito sabedoria por/para nós 

Ao lado desta Sabedoria (como em 1 Coríntios 1) toda a sabedoria do homem é loucura para com Deus e rejeitada pelos filhos da Sabedoria também. “Ninguém se engane a si mesmo: se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio” (1 Co 3:18). Esta Sabedoria que Deus possuiu desde o princípio para Si mesmo, agora faz, em graça soberana e santidade divina, ser para nós nossa sabedoria, pois em 1 Coríntios 1:30 é a mão de Deus que fecha o círculo de nossa bem-aventurança, por permanecer no meio da Sabedoria e de todos os seus filhos e dizendo: “Mas vós sois d’Ele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção; para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor”. Que possamos nos gloriar no Senhor aqui embaixo e sair de tudo o que usurpa Seu nome e título, até que Ele venha para os Seus e seja justificado por nós, na presença de principados e potestades nos altos lugares do céu. A mulher da cidade que era pecadora levou o precioso unguento e ungiu a Sabedoria para si mesma na casa do fariseu, até chegar o dia em que Ele será ungido com o óleo de alegria acima de todos os Seus companheiros nas cortes superiores!

The Remembrancer (adaptado)

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