Origem: Revista O Cristão – A Cruz

O Escândalo da Cruz

Jesus, quando questionado por João se Ele era o Messias, disse: “E bem-aventurado é aquele que se não escandalizar em Mim”. O escândalo era tão parte da Sua missão quanto dar vida e saúde aos necessitados. João se escandalizou por sua prisão? Ele deve aprender agora que sua honra mais verdadeira como o precursor de seu Senhor estava em sofrer por Ele. Uma benção especial ligada ao fato de ele compartilhar os sofrimentos de Cristo – “Bem-aventurado é aquele”. Oh, como essa palavra deve ter acalmado a mente perturbada de João! Como ela explicaria sua situação como prisioneiro e acrescentaria brilho à sua cadeia. Nela o Senhor previu Sua própria cruz e marcou a natureza de todo verdadeiro testemunho Cristão.

Seria um serviço fácil se tivéssemos apenas que pregar o evangelho aos pobres e testemunhar os atos benevolentes de um gracioso Salvador, mas, embora esse seja nosso privilégio, estamos conectados com Aquele que foi crucificado. Ele considera a cruz Sua maior glória e valoriza o coração que segue no mesmo caminho.

Paulo invadiu a luxuosa Corinto com o evangelho, mas seu lema era que ele não deveria saber nada entre eles além de Jesus Cristo e Ele crucificado. Isso firmou sua alma e o manteve afastado da loucura de Corinto. Ele procurou conhecer um Cristo crucificado.

E no luxo – o luxo religioso – do dia, como essa verdade investigativa é necessária! O dia da glória chegará, mas, enquanto isso, somos chamados a aprender o escândalo da cruz. Por um lado, esse escândalo ainda não cessou, e a cruz é, como sempre, o emblema da inimizade do homem a Deus, assim como, por outro lado, é a prova do amor de Deus e do Seu julgamento. Deus prova tudo pela cruz de Cristo. Aquilo que mais se assemelha a ela é mais precioso para Ele, e a religião que recusa a cruz é tida como abominação por Ele.

Cristianismo popularizado 

Quanto desse “escândalo” pode ser encontrado no Cristianismo popularizado de hoje? Nenhum; o único esforço parece ser o de evitar a cruz, tanto no caráter expiatório quanto no condenatório do mundo. Ele é desprezado como antigamente e, portanto, essa popularização da verdade provocou a anomalia mais terrível possível. O que poderia ser uma farsa maior do Cristianismo dos apóstolos do que a triste falsificação que vemos ao nosso redor? Não há qualquer semelhança entre o que é apresentado a nós no livro dos Atos e o Cristianismo que ama o dinheiro, busca o prazer e está voltado para o mundo. Ele é, como sistema, a negação do Cristianismo e, pela decadência geral, temos que carregar a vergonha. Se, então, um testemunho pode ser tornado mais brilhante do que outro, consiste em não se escandalizar em Jesus.

O sucesso exterior em Sua obra é privado da maior parte de sua glória, se a ofensa estiver faltando. “E bem-aventurado é aquele que se não escandalizar em Mim” teve seu significado profundo e significativo para João preso, assim como o fato de que cegos, coxos, surdos e leprosos foram curados ou mortos ressuscitados. A ofensa da cruz foi e é parte integrante e essencial do único testemunho divino.

J. W. Smith

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