Origem: Revista O Cristão – A Cruz
Paz por Meio do Sangue da Cruz
O efeito da presença de Cristo aqui, na plena revelação de Sua bondade, foi que ela se tornou um sinal para manifestação desenfreada de tudo o que o homem era contra Deus. Assim, todo o nosso estado foi exposto completamente. Em vez de reconciliação, Sua presença apenas atraiu toda a irreconciliabilidade do coração natural. E “havendo por Ele feito a paz pelo sangue da Sua cruz, por meio d’Ele reconciliasse Consigo mesmo todas as coisas” (Cl 1:20). Tendo começado com o centro da inimizade, a reconciliação se estenderá a toda a criação, mas Ele começa com o homem. O homem só se opunha ao coração e à vontade de Deus. Seu estado completo vem à tona agora com toda a luz adicional da cruz sobre essa condição.
“Um morreu por todos”
“Se Um morreu por todos, logo, todos morreram” (2 Co 5:14). Até a cruz, Deus estava tratando com o homem como vivo na carne. Então Ele enviou Seu próprio Filho ao mundo, tendo como único resultado a manifestação de toda a inimizade do coração do homem. Agora Deus vê o homem como morto em pecados; quão abençoado é ter-nos curvado a isso, que estamos absolutamente mortos em pecados pela rejeição do Senhor Jesus Cristo. E agora, quando nos entregamos ao que somos diante de Deus, a reconciliação começa a brilhar diante de nós – não relacionada aos pecados, mas ao estado de inimizade do coração do homem. Deus Se identificou com nossa condição; Ele O “fez pecado por nós” (2 Co 5:21). Todo o nosso estado, tendo sido completamente exposto, foi julgado na cruz de Cristo. Esse foi o fim, não apenas de tudo o que fiz, mas de tudo o que sou.
A nova criação
Já não conhecemos mais a Cristo segundo a carne (2 Co 5:16). Nós O conhecemos agora como ressuscitado dos mortos, uma nova criação, tendo entrado naquele lugar como Homem. É uma criação totalmente nova, onde todas as coisas são de Deus. Assim, vemos um Homem subindo em justiça divina diante de Deus, e todo aquele lugar maravilhoso ao qual Ele foi se abrindo diante de nós, como o lar do nosso coração. Nenhum distúrbio pode ocorrer ali entre sua alma e Deus. A palavra reconciliação é difícil de explicar. Encontramos uma ilustração dela em José e seus irmãos. Depois de gozar o fruto do seu amor por quinze anos, quando o pai deles morreu, eles disseram: “Porventura, nos aborrecerá José” (Gn 50:15). Eles não tinham sido reconciliados. Com quantas pessoas acontece assim agora, muitas vezes desconhecida até o leito de morte por alguém que desfruta dos frutos de Sua obra há anos. Existe uma suspeita oculta o tempo todo, porque eles nunca viram como Deus fechou a história do primeiro homem. Que descanso de coração quando isso é conhecido!
