Origem: Revista O Cristão – Deus Nosso Pai

Meu Pai e Vosso Pai

Em João 20:17, o Senhor Jesus depois de Sua ressurreição diz a Maria Madalena para ir a Seus irmãos e dizer-lhes: “Eu subo para Meu Pai e vosso Pai, Meu Deus e vosso Deus”. A majestade dessas palavras está quase além do nosso entendimento. Mesmo os escritos naturais podem ter um encanto que atrai a inteligência culta, mas quão excepcionalmente sublimes são os pronunciamentos da Palavra de Deus! As palavras de nosso Senhor nesta ocasião ecoam pelo triste tumulto dos séculos que se passaram desde então, e elas são tão doces e claros hoje quanto quando foram proferidos.

A obra de nosso Senhor na cruz deve ocupar o lugar central em nossos pensamentos, pois sem isso nós ainda estaríamos em nossos pecados. Mas tudo isso foi seguido pela ressurreição e ascensão, e fazemos bem em nos deter nelas um pouco. Deus permitiu quarenta dias entre esses dois eventos, a fim de demonstrar claramente ao homem a bendita verdade da ressurreição, mas a ascensão foi o ato culminante de Deus em vindicar Seu amado Filho. Também é verdade que Cristo ascendeu por Seu próprio ato, pois Ele diz aqui: “Eu subo”. Aqui temos a divina majestade e sublimidade da passagem.

O relacionamento afetuoso vem primeiro 

Nós não nos detemos nos acontecimentos em torno da declaração dessas palavras, por mais interessantes que sejam. Maria Madalena teria detido o Salvador, sem saber que ela, e finalmente a Igreja, O conheceriam agora apenas de uma forma celestial. Foi um grande privilégio que ela mesma não percebeu na época. Mais do que isso, vemos que a palavra “Pai” vem antes de “Deus”. É a mesma mão divina que escreveu pelo mesmo João a frase “graça e verdade”. O relacionamento afetuoso vem primeiro.

Entretanto, percebemos que não é “nosso Pai”, ou “nosso Deus”. Não poderia ser assim. O que quer que seja que a graça mostre, a distância entre a criatura e o Criador não pode ser superada nesse sentido. Seu relacionamento é de uma Filiação única, enquanto ao mesmo tempo existe uma ênfase que Seu Deus e Pai é também nosso.

Onde podemos encontrar qualquer coisa como isso em pensamentos e expressões humanas? Que conforto e âncora para a alma são encontrados nestas palavras! Um grande poeta comentou certa vez que “nossas canções mais doces são aquelas que falam dos pensamentos mais tristes”, mas o Cristão canta mais docemente em seus mais brilhantes gozos. Diferente de Maria, não vimos o Senhor em Sua humilhação, mas nós, juntamente com ela, O veremos em glória e estaremos com Ele, quando nós também tivermos subido para o Pai.

The Bible Tresury, vol. 1, pág. 312 (adaptado)

R. Beacon

Compartilhar
Rolar para cima