Origem: Revista O Cristão – Discipulado
Evolução em 2006
Em 20 de dezembro de 2005, o Juiz Distrital dos EUA John Jones determinou que era inconstitucional para uma escola secundária na Pensilvânia ensinar “design inteligente” como uma alternativa à evolução. Jones condenou como “futilidade de tirar o fôlego” a política do conselho escolar que tentou lançar dúvidas sobre a teoria da evolução. Não precisamos dizer que as reações do público foram diversas. Uma dos demandantes que processou o distrito escolar sobre o assunto disse que ela estava “pasmada” sobre a decisão do juiz. Ela disse à imprensa: “Esta é uma vitória para a educação, uma vitória para a ciência e uma vitória para a educação científica”. Outra mulher observou que a liberdade de religião incluía o direito de liberdade de não ter qualquer religião e, portanto, nada que tenha a ver com Deus deveria ser ensinado nas escolas. Por outro lado, Richard Thompson, um dos advogados que representavam os réus, comentou: “Os fundadores deste país ficariam surpresos com a ideia de que essa simples mudança de currículo viola a constituição que eles redigiram”.
Coincidindo com tudo isso foi inaugurada recentemente uma exposição sobre Darwin no Museu Americano de História Natural, em Nova York, e que tinha viajado para Boston, Chicago e Toronto antes de terminar em Londres em 2009, no 200º aniversário do nascimento de Darwin. A exposição detalha a história e os artefatos de sua vida e revela algo da dolorosa jornada que ele fez da certeza moral à dúvida. Parece que duas coisas influenciaram fortemente o pensamento de Darwin em sua idade mais jovem. Ele estava preocupado com o problema do mal e como um Deus benevolente poderia permitir tanto sofrimento no mundo. Então, quando sua amada filha Annie morreu com dez anos de idade (possivelmente de tuberculose), ele foi levado a um maior desespero. Em 1859 ele publicou seu famoso livro, A Origem das Espécies, que parecia destruir a própria base do Cristianismo. As pessoas agarraram sua teoria imediatamente, com o resultado de que, quando ele morreu em 1882, Darwin foi enterrado com honra na Abadia de Westminster.
Uma velha ideia
O fato é que Darwin não foi o criador da teoria da evolução, pois desde o começo da existência do homem ele tentou resolver o enigma da vida à parte de Deus. Muitas teorias se desenvolveram, incluindo coisas como a ideia da transmigração da alma, que é encontrada na maioria das falsas religiões. Uma teoria da evolução relativamente bem definida foi proposta por Aristóteles (que viveu vários séculos antes de Cristo), e sugestões de tal ideia são encontradas mesmo em monumentos babilônicos e egípcios. Mais recentemente, um homem chamado Jean Baptiste Lamarck publicou pelo menos dois livros sobre o assunto no início de 1800, e assim ele deve ser considerado como o verdadeiro pai do ensino evolucionário moderno. Alguns anos antes disso, o avô de Darwin, Erasmus Darwin, também havia publicado um material e deve ter influenciado grandemente seu neto. No entanto, foi Darwin que reuniu tudo isso e no momento em que as pessoas estavam prontas para receber isso. Como alguém observou certa vez, quando o Senhor está trabalhando, Satanás também está trabalhando. Quando Deus levantou homens como Lutero e outros para liderar o caminho na Reforma, Satanás levantou um Shakespeare para ocupar as mentes dos homens e proporcionar uma distração do pensamento Cristão. Quando Deus levantou homens como J. N. Darby e outros para trazer de volta a verdade da igreja, Satanás levantou Darwin e outros para afastar os corações dos homens. O darwinismo na Inglaterra buscou destruir a glória de Deus como Criador, enquanto a chamada “alta crítica”, que começou na mesma época na Alemanha sob homens como Julius Wellhausen, buscou destruir a glória de Deus como Redentor.
Darwin sofreu forte oposição dos Cristãos, começando com Samuel Wilberforce na Inglaterra, que liderou um ataque contra ele em 1860. Muitos estão familiarizados com o chamado “julgamento dos macacos” de 1925 no Tennessee, onde o professor John Scopes foi julgado por violar uma lei estadual que proibia o ensino da evolução nas escolas. Contudo, em anos mais recentes, alguns crentes tentaram reunir a Palavra de Deus e o Darwinismo. Alguns tentaram argumentar que o registro da criação de Gênesis é meramente um relato geral e que Deus permitiu que Sua criação tivesse uma certa autonomia para se desenvolver por conta própria. Outros tentaram resolver o problema dizendo que é o papel da Bíblia dizer: “Por que isso aconteceu”, enquanto é o papel da ciência perguntar: “Como isso aconteceu?” Estranhamente, o falecido Papa João Paulo II disse em 1996 que não havia conflito essencial entre a teoria de Darwin e o catolicismo.
Desconforto de consciência
É verdade que a Palavra de Deus deve ser a revelação de Deus de Si mesmo para o homem, e assim nos dá o que diz respeito à vida e à piedade. Ela foi escrita para alcançar o coração e a consciência do homem, não para satisfazer toda pergunta curiosa que ele possa fazer. No entanto, devemos estar certos de que não pode haver qualquer terreno comum entre o darwinismo e a Palavra de Deus. Levado a sua conclusão lógica, o darwinismo postula o aparecimento espontâneo da vida e uma progressão de animais unicelulares até o próprio homem. A Palavra de Deus é sublime e clara: “No princípio, Deus” (Gn 1:1). A verdadeira razão para o pensamento evolutivo é, em última instância, o desejo do homem de evitar sua responsabilidade para com o Criador e o fato de que um dia ele deve responder a Ele. Se ele pode se convencer de que Deus não existe, então ele pode contornar o sempre presente incômodo em sua consciência que ele estará diante de Deus algum dia. Porque “como eles se não importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso” (Rm 1:28). Como o famoso biólogo britânico Richard Dawkins escreveu, o darwinismo “tornou possível ser um ateu intelectualmente satisfeito”. É por isso que o ensino do design inteligente é tão repugnante para a mente natural, e por que um juiz decidirá contra trazê-lo para o currículo escolar. Todas as ideias ridículas e saltos quânticos conectados com a evolução podem ser tolerados, mas não o ensinamento de que Deus existe.
Hebreus 11:3 diz: “Pela fé, entendemos que os mundos, pela Palavra de Deus, foram criados”, e devemos ter isso em mente. Não é a falácia ou não da teoria da evolução que reforça nossa crença na Palavra de Deus, mas sim a fé n’Aquele que escreveu essa Palavra. Deus nos deu uma revelação de Si mesmo que traz as marcas de sua própria inspiração, e não precisa do homem para autenticá-la. No entanto, podemos dizer com confiança que a teoria da evolução se destrói a si mesma. Para qualquer mente honesta, existem numerosas barreiras à sua viabilidade, qualquer uma delas é um obstáculo sem esperança que não pode ser ultrapassado. Está além do escopo deste artigo considerá-las em detalhes, mas vamos olhar para uma “barreira” que remete a Darwin.
Uma barreira genética
Em sua visita às ilhas Galápagos nos anos 1831-1836, Darwin ficou impressionado com as variações nos bicos dos tentilhões. Cada grupo tinha um bico único adaptado à sua dieta específica. Os bicos não só eram diferentes de uma área para outra, mas também variavam ao longo do tempo, dependendo de vários fatores, como a quantidade de chuva. Darwin chamou tudo isso de “seleção natural” e postulou que isso poderia causar várias mutações que eventualmente resultariam no surgimento de uma espécie inteiramente nova. Naturalmente, a seleção natural é bem reconhecida e acontece o tempo todo no mundo. O que a teoria da evolução falha em afirmar é que a seleção natural pode se livrar da informação genética, mas não pode criar nenhuma nova. Os pools genéticos possuem apenas uma certa quantidade de informação para qualquer traço particular. Mudança mutacional pode causar a perda de um traço particular, mas nenhum processo evolucionário criativo existe para superar o limite adicionando um novo. No caso dos tentilhões de Galápagos, os genes para todas as diferentes formas de bico estavam obviamente contidos em seu pool genético e poderiam levar à adaptação pelas várias condições sob as quais viviam. Mas nenhum tentilhão de Galápagos jamais desenvolveu, por exemplo, o bico em forma de gancho de uma ave de rapina, já que isso não estava em seu pool genético. Assim, as várias formas de bico dos tentilhões de Galápagos provavelmente vieram de uma única população ancestral, mas ninguém foi capaz de ver um cruzamento de uma espécie para outra.
Nada novo
Em conclusão, podemos dizer que a teoria da evolução não é realmente nada de novo, mas tem estado na mente dos homens por milhares de anos, enquanto ele procurava eliminar Deus de seu conhecimento. Ficou para um homem como Darwin dar um passo à frente e juntar tudo, cerca de 150 anos atrás. É triste dizer que suas ideias foram apanhadas como “fogo selvagem”, pois os homens procuravam resistir ao brilhante testemunho que Deus estava revelando. Que sejamos impedidos de comprometer qualquer parte da verdade de Deus contida em Sua Palavra! Não existe, nem jamais existiu, qualquer conflito entre a Palavra de Deus e o verdadeiro conhecimento, mas o darwinismo é a tentativa de Satanás de derrubar não somente a Palavra de Deus, mas o próprio Deus.
