Origem: Revista O Cristão – Sal

A Doutrina de Paulo e o Sal

Então, temos a doutrina de Paulo? Podemos nos vangloriar, como todos fazem, de que temos as Escrituras – e certamente isso é bom. Podemos ter confiança de que um sempre Fiel Senhor nunca deixará ou abandonará Seu povo, e que Ele conhece os que são Seus e os manterá até o fim. Mas podemos dizer que temos a doutrina de Paulo para a Igreja – o corpo de Cristo na Terra formado pela presença e batismo do Espírito Santo? Tendo isso, podemos dizer que estamos como membros vivos, agindo sobre a verdade disso por meio do infalível suprimento de graça que Ele dá? Ou nos colocamos sob o caráter daqueles que são descritos como os “que aprendem sempre e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade”? – Aqueles a quem a verdade alcançou a mente e o intelecto, mas sem fé, e, portanto, sem nenhum valor prático na vida? Podemos dizer da verdade assim como da fé: “Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem a verdade”? Se ele não tiver demonstrado que ele tem fé na verdade; e assim, aprendeu a agir sobre ela como algo em que ele acredita? Quando a fé tem seu efeito correspondente na vida do homem, isso é sempre um sinal de que ele tem fé na verdade que ele conhece – quando a fé foi posta em prática. Nenhum homem jamais teve o gozo e o poder de uma verdade divina até que a tenha aceitado e andado nela. Muitos estão, portanto, sempre aprendendo e nunca são capazes de chegar a um conhecimento divinamente confirmado da verdade porque a prática é deficiente. A verdade é aprendida no intelecto e a mente natural talvez seja tocada pela beleza e excelência divinas dela e que não podem ser negadas, mas não há fé nela. Não foi aprendida na consciência e na alma; e quando a tribulação ou a perseguição surgem por causa dela, o homem se ofende — talvez a considere não essencial — e renuncia àquilo a que nunca chegou: a um conhecimento divinamente dado. Se alguma vez houve um dia em que tenha existido algo como “sal que perdeu seu sabor”, esse é o dia presente. As mais comoventes, as mais elevadas verdades de Deus tornaram-se os tópicos da conversa do mundo. Elas são sustentadas por muitos de tal modo, no qual a sublimidade e o poder delas são perdidos. Caminhos e comportamentos mundanos são juntados ao conhecimento intelectual das mais altas verdades de Deus; e como o sal que perdeu sua salinidade, pode-se apenas perguntar: “Como restaurar-lhe o sabor? Nem presta para a terra, nem mesmo para o monturo; lançam-no fora” (Lc 14:34-35 – ARA). “Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, caridade, paciência, perseguições e aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio e em Listra; quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou. E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições. Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados. Tu, porém, permanece nas coisas que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido” (2 Tm 3:10-14). Que o Senhor abra o entendimento de Seu amado povo em tal dia mau, no meio da confusão e corrupção — quando os homens estão dizendo: “O que é a verdade?” E, ainda que não se importando com a resposta, que eles possam descobrir que existem tais princípios na Palavra de Deus como nenhuma quantidade de fracasso do homem pode jamais tocar, e que são sempre praticáveis para aqueles que desejam humildemente andar com Deus, e guardar a palavra da paciência de Jesus, até que Ele venha. Que eles aprendam a caminhar juntos em unidade, paz e amor na verdade, por causa do Seu nome. Amém.

F. G. Patterson

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