Origem: Revista O Cristão – Estrelas
E Fez as Estrelas
O título deste artigo é tirado de Gênesis 1:16, onde, no quarto dia da criação, Deus fez luminares “para aluminar a Terra”. É significativo que Deus utilizou um dia inteiro e apenas a luz foi criada; nada mais foi feito no primeiro dia. O próprio Deus não precisava da luz do Sol, da Lua ou das estrelas para poder trabalhar, pois no primeiro dia Ele disse: “Haja luz” (Gn 1:3). Por causa dessa luz, a luz foi separada das trevas, e assim a luz se tornou dia, e as trevas se tornaram noite. Mas então, no quarto dia, Deus criou o Sol, a Lua e as estrelas.
Um pouco de informação está conectada com o Sol e a Lua, pois mais uma vez eles deveriam separar o dia da noite. Mais do que isso, eles deveriam ser “para sinais, para estações, para dias e anos” (Gn 1:14 – ARA). O Sol deveria governar o dia, e a Lua deveria governar a noite; eles deveriam iluminar a Terra.
As estrelas
Mas então, quando se trata de fazer as estrelas, a Palavra de Deus as traz quase como uma reflexão tardia. Ele simplesmente diz: “E fez as estrelas”. Em outra tradução, a referência às estrelas é ainda mais breve. No final do versículo 16, lê-se: “E as estrelas” (JND). Quando percebemos o grande número de estrelas que existem e o tamanho colossal de muitas delas, na comparação com o Sol e a Lua, estes parecem insignificantes. No entanto, o Espírito de Deus dedica muito mais espaço a eles, descrevendo sua criação e função. Por que isso acontece?
Eu acredito que é porque o Sol e a Lua estão envolvidos com a bênção da criação de Deus na Terra, e particularmente com a bênção do homem. O Universo, pelo menos o que conhecemos hoje, é tão vasto que, se fosse feito um modelo dele, que fosse grande o suficiente para que a Terra fosse vista a olho nu, o modelo seria grande demais para que a Terra o contivesse. No entanto, Deus escolheu a Terra, um dos menores elementos de Sua criação, para ser adequada para o homem viver nela, e Ele colocou o homem nela. Então, Ele começou a operar Seus propósitos a respeito de Seu Filho amado sobre essa mesma pequena Terra.
A Terra foi feita para o homem
Quando Deus tornou a Terra adequada para a existência do homem, Ele estava interessado no que seria para o conforto e prazer do homem aqui. O Filho amado de Deus era “cada dia as Suas delícias” (Pv 8:30), e Seu Filho estava destinado a Se tornar um Homem e descer à Terra. Assim, também lemos que Deus Se regozijava “no Seu mundo habitável” e que as Suas “delícias” estavam “com os filhos dos homens” (Pv 8:31). Certamente Deus Se interessa por toda a Sua criação, mas Seu interesse está particularmente na Terra, e ainda mais particularmente na parte dela que é habitável. Que graça da parte de Deus!
Deus criou o homem para ter um relacionamento com ele e, portanto, aquela parte da criação que afetava o homem era importante para Deus. Quando se tratava de fazer as estrelas, elas não eram tão importantes aos olhos de Deus quanto o Sol e a Lua, pois o Sol e a Lua estão particularmente conectados com a Terra.
A criação das estrelas
Por que, então, Deus criaria as estrelas? Sabemos hoje que elas são muito numerosas e, como observamos em outras partes desta edição, os astrônomos sabem que existem 10.000 vezes mais estrelas nos céus do que grãos de areia na Terra! Isso é, no mínimo, incompreensível. O que é ainda mais impressionante é o tamanho de algumas das estrelas e a distância entre elas. A estrela mais próxima do nosso sistema solar está a cerca de 4,25 anos-luz de distância, e um ano-luz é a distância que a luz viaja em um ano. Como a luz viaja a quase 300.000 quilômetros por segundo, podemos ver facilmente que grandes distâncias estão envolvidas. Todas as outras estrelas estão muito mais distantes.
A maioria das estrelas é maior que o nosso Sol (que também é uma estrela), e a maior estrela conhecida até hoje é chamada UY Scuti. É tão grande que, se fosse um globo vazio, poderia conter cinco bilhões de vezes o Sol! Como mais de 900.000 Terras poderiam caber dentro do Sol, você pode imaginar o tamanho dessa estrela. Para tornar isso mais perceptível para nós, suponha que a Terra fosse do tamanho de uma bolinha de pingue-pongue. O número de Terras que caberia nesta enorme estrela cobriria o Estado de São Paulo (Brasil) com uma “manta de bolinhas” de 1,70m de espessura!
A manifestação da Glória de Deus
De acordo com a Escritura, Deus criou essas estrelas para manifestar Sua glória na criação, pois lemos que “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das Suas mãos” (Sl 19:1). Em uma noite clara, podemos ver a beleza das estrelas na Via Láctea, e quando percebemos quantas são e quão grandes elas são, elas certamente criam em nós uma sensação de temor pelo Criador delas. Elas se movem em harmonia, pois Deus as controla, e assim lemos que “todas as coisas subsistem juntas por Ele” (Cl 1:17 – JND). Mesmo que o homem não tenha uma revelação direta de Deus ou acesso à Sua Palavra, por meio do testemunho da criação ele é responsável por reconhecer “tanto o Seu eterno poder como a Sua divindade” (Rm 1:20).
No entanto, as estrelas também têm outros significados na Escritura. Elas são frequentemente usadas para representar indivíduos, e Abraão foi informado de que a semente dele seria tão numerosa “como as estrelas do céu” (Gn 22:17). Em outras partes da Palavra de Deus, os indivíduos são representados como estrelas. Mais notavelmente, nosso bendito Senhor Jesus Cristo é descrito como “uma Estrela… de Jacó” e “Dominará Um de Jacó” (Nm 24:17, 19). É possível que tenha sido um entendimento dessa passagem que levou os sábios do Oriente a reconhecer a estrela que anunciou o nascimento de nosso Senhor neste mundo. Esse mesmo Senhor Jesus Cristo aparecerá como a Estrela da manhã para Sua Igreja quando Ele vier para levá-la para casa para Si mesmo.
Usos negativos das estrelas
No entanto, as estrelas também foram usadas de forma negativa. Os homens inventaram os signos do zodíaco que conectaram as estrelas com o ocultismo e, infelizmente, muitos depositam sua fé nesse absurdo. Estevão acusou a nação de Israel de tomar “a estrela do vosso deus Renfã, figuras que vós fizestes para as adorar” (At 7:43). Foi por causa da adoração de ídolos que Deus permitiu que fossem levados ao cativeiro.
Em Apocalipse 8:10-11, lemos que “caiu do céu uma grande estrela, ardendo como uma tocha… e o nome da estrela era Absinto”. Embora esteja além do escopo deste artigo entrar em todos os significados possíveis desta estrela, no entanto, é evidente a partir do contexto que ela representa um governante, ou alguém que recebeu responsabilidade diante de Deus. Sua autoridade original vem do céu, mas ele acaba sendo um apóstata degradado que cai sob o julgamento de Deus. Outra estrela é descrita em Apocalipse 9:1: “e vi uma estrela que do céu caiu na Terra”. Esse é outro governante maligno, distinto daquele do capítulo 8, e possivelmente é o anticristo. Foi-lhe permitido que abrisse o poço do abismo, do qual sai uma grande quantidade de demônios que causam sofrimento incalculável a um grupo específico na Terra.
A resplandecente Estrela da manhã
Mas Deus não termina Sua Palavra nessa mensagem. Em vez disso, em Apocalipse 22:16, o Senhor Jesus nos lembra que, para Sua Igreja, Ele pode dizer: “Eu Sou a Raiz e a Geração de Davi, a resplandecente Estrela da manhã”. Podemos olhar para o céu noturno – a noite presente deste mundo – e aguardar que Ele apareça como a Estrela da manhã a qualquer momento!