Origem: Revista O Cristão – Edificando Sabiamente

Edificando para o Tempo Presente ou para a Eternidade?

Desde o início da história do homem neste mundo, tem havido tentativas de edificar estruturas que durariam mais do que a vida daqueles que as construíram e, portanto, seriam monumentos duradouros para recordar a história dos construtores. Em outro artigo nesta edição, já mencionamos a cidade que Ló edificou e, mais antigamente, a torre de Babel, que os homens tentaram edificar após o dilúvio. É digno de nota qual o objetivo declarado daquela torre: “façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a Terra” (Gn 11:4). Isso estava em contradição direta com o propósito de Deus, pois Sua instrução a Noé era: “frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a Terra” (Gn 9:1). Não era a vontade de Deus que todos permanecessem no mesmo lugar. Quando Deus confundiu as línguas, naquele tempo, forçou os homens a se separarem.

Edifícios duradouros 

Os edifícios mais impressionantes e duradouros deste mundo são provavelmente as pirâmides do Egito, que aparentemente têm pelo menos 4.000 anos de idade. O tamanho e a grandeza delas é impressionante. A grande pirâmide de Gizé cobre aproximadamente 53.000m² (um quadrado de aprox. 230m de cada lado) em sua base, é composta de 2.300.000 pedras e pesa cerca de 6.000.000 toneladas. Enquanto a maioria das pedras pesa cerca de 2½ toneladas, algumas pesam até 80 toneladas.

A manufatura na grande pirâmide é impressionante. Quando a visitei pela segunda vez (há mais de 25 anos), levei um pedaço de papel comigo. Quando entramos na câmara funerária, andei cuidadosamente por toda a sala, tentando encaixar meu pedaço de papel nos espaços entre as pedras. As pedras estavam tão bem encaixadas que eu não podia deslizar o papel nem em 1 ou 2 milímetros em qualquer lugar.

Muito mais tarde, no tempo de Davi, está registrado na Escritura que o filho de Davi, Absalão, erigiu uma coluna e “chamou aquela coluna pelo seu próprio nome; pelo que até ao dia de hoje se chama o Pilar de Absalão” (2 Sm 18:18).

Mais tarde, outros também edificaram estruturas que eles esperavam que durassem indefinidamente. Nabucodonosor, rei de Babilônia, poderia vangloriar-se: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com a força do meu poder e para glória da minha magnificência?” (Dn 4:30). No entanto, mais tarde, a cidade de Babilônia foi tão destruída que muitos historiadores questionaram se ela já havia existido. Foi somente na década de 1840, quando Sir Austen Layard começou suas escavações no Oriente Médio, que as ruínas da antiga Babilônia foram descobertas. É claro que nenhum verdadeiro crente jamais duvidou do relato na Escritura ou questionou a existência da antiga Babilônia.

A reconstrução de Londres 

Na segunda metade do século XVII, na Inglaterra, um arquiteto inteligente e famoso chamado Sir Christopher Wren foi responsável pela reconstrução de Londres, Inglaterra, depois que o Grande Incêndio destruiu grande parte da cidade em 1666. Muitos templos atuais em Londres, incluindo a Catedral de São Paulo, foram projetados e edificados por ele. Há boas evidências de que ele era um verdadeiro Cristão, mas quando ele morreu e foi enterrado na Catedral de São Paulo, seu filho não resistiu a colocar um epitáfio em seu túmulo, em latim: “Se queres ver o meu mausoléu, olha à tua volta.”

Muitas outras estruturas sobreviveram, pelo menos parcialmente intactas, desde os tempos gregos e romanos, como a Acrópole de Atenas, alguns dos aquedutos, o Coliseu de Roma, algumas pontes e alguns anfiteatros. Poderíamos continuar, descrevendo outros edifícios que o homem fez em eras passadas. Alguns permaneceram, mas muitos desapareceram ou estão em ruínas.

O tempo, a energia e o dinheiro envolvidos na construção de alguns desses edifícios são fenomenais e, embora alguns deles possam ter sido edificados para uso prático, muitos foram claramente edificados para a glória humana. Mas todos perecerão um dia, seja sob o juízo direto de Deus ou quando esta Terra for queimada antes da criação dos “novos céus e da nova Terra, em que habita a justiça” (2 Pe 3:13).

Viver à vista da eternidade 

Que privilégio é viver neste mundo à vista da eternidade! Em seus dias, cerca de 3.500 anos atrás, Moisés viu claramente além de tudo o que este mundo tinha a oferecer e escolheu “antes, ser maltratado com o povo de Deus do que por, um pouco de tempo, ter o gozo do pecado porque tinha em vista a recompensa” (Hb 11:25-26). O apóstolo Paulo, da mesma forma, teve “por perda todas as coisas” para que pudesse “ganhar a Cristo” (Fl 3:8). Sua visão das suas ações era sempre para “aquele dia”, quando sua vida seria revista à luz do que Deus valorizava. Ele poderia dizer a Timóteo: “Eu sei em Quem tenho crido, e estou convencido de que Ele é capaz de guardar para aquele dia o depósito que Lhe confiei” (2 Tm 1:12 JND). Esse depósito nunca poderia ser roubado, cair em ruínas ou ser destruído, pois “aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (1 Jo 2:17).

Nestes últimos dias, à medida que o orgulho do homem se eleva a um zênite, precisamos de ainda mais graça e coragem espiritual para ver “de longe”, pois “assim vos será amplamente concedida a entrada no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1:9, 11).

W. J. Prost

Compartilhar
Rolar para cima