Origem: Revista O Cristão – Neemias

O Encorajamento da Fé em Dias Maus

Quando a história do povo de Deus se escurece, Deus sempre levanta uma luz; quanto mais profunda a escuridão, mais brilhante a luz. Este princípio é docemente ilustrado no Velho Testamento, e eu me volto para três Escrituras que mostram que quanto maior a ruína, mais brilhante a luz, onde a fé estava em operação.

Primeiro, 2 Crônicas 30. As coisas já eram ruins o suficiente nos dias de Ezequias, com as portas fechadas e lâmpadas apagadas, mas ele se dirigia ao povo de Deus, e eles se reuniram e celebraram a Páscoa no décimo quarto dia do segundo mês, aproveitando-se de um privilégio que Deus permitiu (veja Nm 9:13). Grande “alegria” prevaleceu, então eles decidiram ter outros sete dias, e lemos: “celebraram ainda sete dias com alegria” (2 Cr 30:23). Ezequias simplesmente achegou-se diante do Senhor e, como consequência direta e natural, “houve grande alegria em Jerusalém, porque, desde os dias de Salomão, filho de Davi, rei de Israel, tal não houve em Jerusalém” (v. 26).

Foram dias muito agradáveis no reinado de Salomão, sem dúvida, mas estes eram ainda melhores do que eles. Você descobre também que, quando todos estavam completamente felizes diante do Senhor, eles começaram a se ocupar com os interesses do Senhor. O povo trazia o dízimo de todas as coisas “em abundância”, e os sacerdotes e levitas eram “encorajados” (2 Cr 31:4-5). Quando começaram a dar, o Senhor começou a abençoar. À medida que a alegria no Senhor se eleva, o interesse e cuidado por Suas coisas irrompem, e “montões” (v. 6, 12) encontram o olhar do rei alegrado. O Senhor nos deu ânimo muitas vezes, mas, infelizmente, quão rapidamente nós afundamos. Assim foi também na história de Judá.

Um avivamento 

Segundo, as coisas ficaram muito baixas até o tempo de Josias e então houve outro reavivamento. O mal foi julgado (2 Cr 34:3, 7); então “Hilquias, o sacerdote, achou o livro da Lei do SENHOR” e “Safã leu nele perante o rei” (v. 14, 18). A Palavra de Deus produziu arrependimento e humildade, e daí em diante “Josias celebrou a Páscoa ao SENHOR em Jerusalém” (2 Cr 35:1). E o registro é dado: “Nunca, pois, se celebrou tal Páscoa em Israel, desde os dias do profeta Samuel, nem nenhuns reis de Israel celebraram tal Páscoa como a que celebrou Josias” (v. 18). Foi a Páscoa mais notável desde que o reino foi estabelecido. Nem as celebradas por Salomão se aproximaram dessa. Que encorajamento para a fé!

Terceiro. Mas, infelizmente, a bênção desfrutada não guardará a alma a menos que os olhos estejam focados; uma falha mais profunda se segue; o povo se afasta novamente de Deus e então vão para o cativeiro. A graça de Deus, no entanto, nunca desiste dos seus, e, por meio da misericórdia, há uma recuperação parcial no tempo de Esdras. Um notável reavivamento ocorre e muitos retornam da Babilônia para o centro terrenal de Deus – Jerusalém. Este é apenas uma figura do que aconteceu em nossos dias, nos quais o Senhor operou de uma forma bendita por meio de Seu Espírito, reavivou o interesse em Sua Palavra e reuniu de volta Seus santos ao terreno divino. Neemias, seguindo Esdras, começa a construir o muro.

Um muro de separação 

Isso era separação. Zorobabel construiu o templo, Neemias o muro, com muitos ajudantes verdadeiros. Quase todos estavam envolvidos na obra, até mesmo as irmãs. Novamente, a Palavra do Senhor tornou-se preciosa e foi atendida (Ne 8:1-8). “Este dia é consagrado ao Senhor”, frase duas vezes ouvida, e “a alegria do Senhor é a vossa força” foi a trombeta da chamada do Espírito. Se nosso coração está se deleitando em Cristo, sempre há força e poder, e entendimento também, então a próxima coisa é: Eles celebraram a festa dos tabernáculos. Eles anteciparam o Milênio, de fato, havia mais apreensão da mente do Senhor neste momento do que jamais havia ocorrido em sua história anterior – pois “E toda a congregação dos que voltaram do cativeiro fez cabanas e habitou nas cabanas; porque nunca fizeram assim os filhos de Israel, desde os dias de Josué, filho de Num, até àquele dia. E houve mui grande alegria” (v. 17). Nunca, no dia mais brilhante do poder real, tal coisa aconteceu. Apenas mostro este princípio na história do povo de Deus, que se houver fé e desejo de seguir a Sua Palavra, quanto mais escuro o dia, mais brilhante será a bênção, se houver obediência. Quanto mais na ruína você os rastreia, mais ousada se torna a fé em sua ação.

W. T. P. Wolston (adaptado)

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