Origem: Revista O Cristão – Fraqueza e Força
Um Espinho na Carne
Para que Paulo não se exaltasse acima da medida, um espinho na carne foi dado a ele. Aprendemos da epístola aos Gálatas que foi algo que o tornou desprezível em sua pregação. Era algo para impedir que ele se ensoberbecesse, mas isso não representava força. Temos a benção de Paulo no terceiro céu. Temos o homem em Cristo que pode agradecer e bendizer a Deus pelo que fomos feitos em Cristo – quem pode dizer entre todos nós: “dando graças ao Pai, que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz” (Cl 1:12). Mas depois disso, temos outra coisa, a carne e sua inclinação para se ensoberbecer. E então encontramos uma terceira coisa, a carne que se torna extremamente desagradável. Mas isso não é força – pelo contrário, é o esvaziamento da força. Você não pode conseguir que Deus ajude a carne e ajude a vontade própria, antes, Ele vai quebrantá-las. Ele te humilhará por isso, mas nunca a ajudará. Ele quebra o vaso para que possamos saber que o poder não é do homem, mas de Deus. De modo que ele diz: “quando estou fraco, então, sou forte” (2 Co 12:10). Quando estou fraco, eu sinto que estou fraco. Conheço a verdade sobre mim mesmo. Aqui o apóstolo estava pregando, e sua maneira de pregar era desprezível, ainda assim centenas de pessoas se converteram através de sua pregação. Bem, isto não vem do que é desprezível: Isto não vem de Paulo, mas de Deus. O Senhor então, quando fez com que ele sentisse sua fraqueza, disse: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Co 12:9). Se Paulo tivesse considerado sua própria força, Cristo não precisaria ter dado muito a ele, mas se Paulo não tinha nenhuma, a força que veio de Cristo estava nele. O homem foi trazido para um estado de fraqueza consciente para que o poder de Cristo repousasse sobre ele.
Cristo no homem
Agora aqui temos, não o homem em Cristo, mas Cristo no homem, e é isso que queremos aqui embaixo. Se pensarmos no homem em Cristo, isso é a perfeição. Mas quando se trata de caminhar aqui, queremos força e sinceridade – queremos poder. Se o poder está em mim, existe o velho homem, e isso não serve. O velho homem precisa ser afastado, e então outro poder entra. Eu tenho Cristo comigo, portanto, sou um homem dependente. Cristo disse: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4:4). Nós O vemos constantemente dependente, e sempre certo. Isso é o que é tão difícil para nós, assim, nos envolvemos em mau comportamento justamente quando passamos a agir em independência de Deus. É por isso que tantas vezes vemos Cristãos cair, depois de um período de grande alegria. Por quê? Porque sua alegria o afastou da dependência de Deus. Quando estou esvaziado de mim mesmo, e estou em angústias, enfermidades e necessidades por amor de Cristo, então posso dizer que me gloriarei nelas. Por quê? “Para que em mim habite o poder de Cristo”, onde haverá bênção – nada sendo feito em minha própria consciência, mas tendo a consciência do poder de Cristo repousando sobre mim. Este não é o homem em Cristo, mas o poder de Cristo repousando sobre ele enquanto ele caminha aqui embaixo – é Cristo no homem. Supondo que eu esteja vazio, e que Cristo esteja vivendo em mim, o que devo obter? Eu não estarei sempre no terceiro céu, mas Cristo está sempre lá. Eu tenho minha segurança lá, minha vida lá, minha justiça lá, tudo o que preciso está lá. Cristo é o meu título: Eu estou em Cristo, e não no primeiro Adão.