Origem: Revista O Cristão – Vestes
A Esposa do Cordeiro se Prepara!
Em Apocalipse 19:7 lemos: “Sua esposa se aprontou”. Embora este comentário se refira à Igreja, neste contexto o termo “noiva” não seria apropriado. Agora existem dois tipos de aptidão, e a Igreja é o assunto de ambos. Primeiro, Deus, no exercício de Sua graça soberana, nos torna aptos para a glória celestial, como lemos: “Dando graças ao Pai, que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz” (Cl 1:12). Segundo, os crentes têm que se preparar antes de entrar em Sua eterna glória. Nossa vida deve ser revisada no tribunal de Cristo (2 Co 5:10). A luz do trono examinará cada momento de nossa vida, descobrindo o oculto e revelando o verdadeiro caráter do ato, palavra e serviço. Os enigmas da vida serão explicados, problemas não resolvidos serão resolvidos e todos os erros e mal-entendidos serão corrigidos. Esta, e mais, é a aplicação do tribunal de Cristo aos santos celestiais e precede o casamento. “Sua esposa se preparou”. A luz do trono fez a sua bendita obra, produzindo um grande alívio de todos os incidentes de sua história na Terra.
O que seria se, na glória, nos lembrássemos de um incidente doloroso que não estivesse resolvido? O pensamento seria intolerável. Mas todos sairão do tribunal como um assunto tratado entre cada santo e Deus. Tampouco deve ser entendido como significando juízo judicial, por tudo o que foi resolvido na cruz. Aparecemos diante do tribunal de Cristo, coroados e glorificados, “ressuscitará em glória” (1 Co 15:43), para ter a luz do trono lançado sobre o passado. Nós então passaremos deste lugar de revisão e julgamento com sua perscrutadora luz para a presença amada do Cordeiro como Sua noiva e esposa para sempre.
Vestidos de noiva
“E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos” (Ap 19:8). A prostituta estava magnificamente vestida, mas sua pompa, esplendor e ornamentos foram reivindicados como uma questão de direito. Com a noiva é diferente, ela está pronta por causa da graça, porque “foi dada a ela”. Sem dúvida, há recompensas por serviço prestado, como nos é mostrado claramente em Mateus 25:14-23. “Deus não é injusto para Se esquecer da vossa obra e do trabalho da caridade [amor]” (Hb 6:10). Esquecer é algo que bem pode acontecer conosco, mas Ele nunca Se esquecerá.
Há, no entanto, outro lado dessa questão que sempre deve ser levado em conta, a saber, a soberania de Deus. É direito d’Ele dar ou reter. Muitos eminentes servos de Deus fizeram um naufrágio da verdadeira vida e serviço, negligenciando a grande verdade que equilibra tudo – Deus é soberano. A parábola dos talentos em Mateus 25 mostra a graça de Deus em recompensar, enquanto a parábola do pai de família em Mateus 20 é uma demonstração da soberania de Deus em dar a todos igualmente, independentemente do trabalho ou do tempo de serviço.
As vestes de linho puro em que os anjos estão vestidos – aqueles que seguram as taças do julgamento (Ap 15:6) – expressam o caráter justo de sua missão, pois é uma missão de julgamento. O puro e lustroso linho fino da mulher do Cordeiro é a sua justiça, ou “atos justos”, feitos na Terra. Mas ela não reivindica nenhum mérito, pois esses atos de justiça foram realizados pelo poder do Espírito Santo nela. As cores espalhafatosas nas quais a prostituta está vestida apresentam um forte contraste com o linho puro, branco e brilhante da noiva. Suas vestes falam de seu caráter prático. Ela agora pode entrar no desfrute do eterno companheirismo e união da natureza mais próxima (a da esposa) com o marido, o Cordeiro. Suas ações na Terra foram avaliadas em seu verdadeiro valor no céu. Ela está disposta neles ou, nas palavras expressivas de nosso texto, “se preparou”. Ela passa do tribunal de Cristo para o casamento e daí para o seu lugar no reino.
