Origem: Revista O Cristão – Aves
Uma Estranha Pomba
Não são apenas os nomes divinos que têm significados; também há significado em nomes humanos, pelo menos na história da Escritura. Às vezes, eles expressavam a fé daqueles que os concediam; Eva, Noé e José são exemplos disso. Às vezes, novos nomes eram dados como marcas de senhorio ou propriedade. Assim Faraó renomeou José (Gn 41:45), Nabucodonosor fez o mesmo com Daniel e seus amigos (Dn 1:7), e o Senhor Jesus deu o sobrenome Cefas a Simão, o pescador (Jo 1:42). E o que devemos dizer do próprio nome do Salvador e seu significado? “Lhe porás o nome de JESUS [Jeová o Salvador], porque Ele salvará o Seu povo dos seus pecados” (Mt 1:21).
Jonas era como seu nome?
Jonas significa “pomba”. O que estava na mente de seus pais quando escolheram seu nome não está registrado, mas somos lembrados de que foi em uma forma corpórea de uma pomba que o Espírito Santo desceu sobre o Homem Jesus Cristo (Lc 3:22). Esse adorável emblema de pureza, gentileza e paz se adequava perfeitamente Àquele sobre quem ela veio. Mas com Jonas, onde descobrimos qualquer coisa semelhante a uma pomba em sua atitude para com o povo de Nínive? Certamente suas garras cruéis são sugestivas de uma ave muito diferente!
Não podemos deixar de comparar nosso profeta com José, o levita de Atos 4:36-37. Tão bondosos eram seus atos e tão gracioso era o seu ministério que os apóstolos lhe deram o sobrenome de Barnabé, que, traduzido, significa “filho da consolação” ou “filho do encorajamento”. Barnabé mereceu seu nome antes de recebê-lo; Jonas recebeu um nome docemente sugestivo que ele parece nunca ter merecido!
Nínive se arrependeu
Nínive se arrependeu; seu rei, seus nobres e todo o povo caíram juntos aos pés de seu Criador que estava indignado de modo justo. O céu assim se encheu de alegria, como o Senhor nos ensina em Lucas 15. Mas, enquanto o céu regozijava, “isso desagradou extremamente a Jonas, e ele ficou irado” (Jn 4:1 – ACF). Ai, o que é o homem! Que exposição da estreiteza e do egoísmo do coração humano, mesmo em um servo de Jeová divinamente escolhido e especialmente favorecido! Ele teria preferido que toda a população de uma vasta cidade perecesse a que sua própria reputação de profeta sofresse! Ele ficou pasmado de ter saído pelas ruas de Nínive anunciando o juízo dentro de 40 dias, apenas para descobrir que a sentença divina foi retirada! No entanto, por que Deus teria dado um aviso prévio de 40 dias, a menos que desejasse dar tempo para arrependimento? Não nos diz Pedro que Ele é longânimo para conosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento? (2 Pe 3:9 – ARA) Não disse Ele, muito antes dos dias de Pedro: “Porque não tomo prazer na morte do que morre, diz o Senhor JEOVÁ; convertei-vos, pois, e vivei” (Ez 18:32)?
O comportamento de Jonas
Tivesse Jeová lidado com a própria nação de Jonas como ele gostaria que fosse com Nínive, nem um israelita de nenhuma tribo seria encontrado hoje na Terra. O comportamento de Jonas nos lembra do rude filho mais velho em Lucas 15:28, que “se indignou e não queria entrar”, porque o pai estava derramando graça sobre um pecador que estava retornando.
O profeta desapontado orou para que pudesse morrer. Se a morte era tão desejável, por que ele pediu para ser libertado da barriga do peixe?! Elias também certa vez pediu para morrer, porque seu testemunho não estava prosperando como ele esperava (1 Rs 19:4). Felizmente, Deus pretendia para ele uma triunfante trasladação, sem passar pela morte de forma alguma. Uma partida semelhante e maravilhosa é a esperança correta de todos os Cristãos hoje.
Embora tão errado quanto poderia estar espiritualmente ao fazer sua oração rabugenta, Jonas não havia perdido todo o senso de seu verdadeiro relacionamento com Deus. Assim, ele se dirigiu a Ele como “Jeová” e disse: “Ah! Jeová, não foi esta a minha palavra, estando eu ainda no meu país? Por isso é que me apressei a fugir para Társis; pois eu sabia que Tu és um Deus clemente e misericordioso, tardio em irar-se e de grande beneficência, e que Te arrependes do mal” (Jn 4:2 – TB). Se ele realmente conhecia todas essas coisas maravilhosas sobre Deus, deveria ter sido sua alegria proclamá-las a pecadores em todos os lugares. Nós agora conhecemos a Deus mais intimamente do que Jonas. A cruz do Calvário revelou graça e misericórdia como Jonas não poderia ter imaginado. É nossa alegria proclamá-la a jovens e idosos? Se quisermos ser um verdadeiro testemunho de Deus, nosso coração deve estar em sintonia com o grande coração compassivo de Deus. Devemos desenvolver um anseio pelos que estão perecendo, e deveria ser nossa oração e trabalho que possamos “por todos os meios, chegar a salvar alguns” (1 Co 9:22).