Origem: Revista O Cristão – Evangelização
“Faze a Obra de Um Evangelista”
As questões da vida e da morte, céu e inferno, estão envolvidas na pregação do evangelho. Isso dá uma solenidade peculiar à sua proclamação. “Porque para Deus somos”, diz o apóstolo, “o bom cheiro de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. Para estes, certamente, cheiro de morte para morte; mas, para aqueles, cheiro de vida para vida. E, para essas coisas, quem é idôneo?” (2 Co 2:15-16). Esta verdade solene e de peso é conhecida por todos os Cristãos, e deve levar todos a vigiar e cuidar da salvação das almas imortais. É verdade que nem todos são evangelistas no sentido de serem pregadores públicos, mas todos podem evangelizar dizendo uma palavra para o coração ou consciência à medida que o Senhor nos dá oportunidade. Tudo o que é necessário para tal trabalho é o amor pelas almas – um amor que age em harmonia com o coração de Cristo. Este é o melhor dom do evangelista. Milhões de almas finalmente estarão no céu e engrandecerão o cântico dos remidos, que foram levados a conhecer o Senhor por uma palavra apropriada, por conversas pessoais e orações. Por mais importante que seja o ministério da Palavra para os Cristãos, nunca é uma questão de vida ou morte.
Uma obra para todos fazerem
O Senhor tem Seus obreiros especiais para os diferentes departamentos de Seu serviço, mas TODOS podem procurar ganhar almas para Cristo. Aquele que disse: “Apascenta os Meus cordeiros” e “Apascenta as Minhas ovelhas”, disse também: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”. O grande apóstolo, que cuidou do rebanho de Cristo como ninguém desde então, pôde dizer: “Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus”, e novamente: “Ai de mim se não anunciar o evangelho”, e, com sua última epístola, ele exorta seu filho Timóteo “participa das aflições do evangelho”, e o encarrega de “faze a obra de um evangelista” (At 20:24; Lc 14:23; 1 Co 9:16; 2 Tm 1:8; 2 Tm 4:5).
Um sintoma doentio
“É um sintoma doentio”, disse alguém, “quando o simples evangelho não é apreciado. Isso mostra que a mente está em ação, em vez de a consciência exercitada diante de Deus ou as afeições engajadas com Cristo. O Espírito, que conduz a toda a verdade, conecta tudo em Seu ensino com aquelas grandes verdades primárias: a Pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo”. Não são poucos, infelizmente, em nossos dias, que são afetados por esse sintoma pouco saudável. “É apenas o evangelho”, dizem alguns, especialmente aqueles que assumem um tom elevado de espiritualidade e que falam com desdém sobre os fervorosos obreiros do evangelho.
Um zelo saudável
Mas, sejam quais forem os nossos pensamentos individuais sobre o evangelho, somos obrigados a pensar nisso de acordo com a Palavra do Senhor e pela causa dos não-salvos. “Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?” (Mc 8:36). Aqui o bendito Mestre assegura a todos os Seus servos que uma alma humana é mais valiosa do que todo o mundo material. E pode ser uma coisa leve aos Seus olhos que qualquer dos Seus servos seja indiferente aos meios do eterno bem-estar daquilo que é tão precioso para Ele? Ele não recomendou, da maneira mais elevada, o zelo dos quatro homens que trouxeram, apesar de todas as dificuldades, o homem paralítico e o puseram a Seus pés? “E Jesus, vendo-lhes a fé” – a deles, não a do paralítico – “disse ao paralítico: Filho, perdoados estão os teus pecados” (Mc 2). Nós queremos tal zelo agora, em conexão com toda nossa pregação – corações fervorosos que trariam, na fé, pobres almas paralisadas ao lugar onde o Espírito de Deus está operando. Tal zelo é certamente encontrará sua recompensa brilhante. De nenhum outro modo um pregador pode ser tão ajudado e encorajado. Aquele que então honrou a fé dos quatro é imutável e honra tal fé agora.
Uma grande responsabilidade
Uma grande responsabilidade, portanto, repousa com todos os que conhecem o evangelho – as boas novas da salvação para os perdidos. Reter esta verdade, ou de qualquer forma impedir a sua plena e livre proclamação, é roubar do pecador a sua única esperança do céu, e a Cristo da Sua especial glória como o Salvador. “Pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê”. Que dignidade e glória isso dá ao evangelho! Não é nada menos que o poder de Deus – “e qual a sobreexcelente grandeza do Seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do Seu poder; que manifestou em Cristo, ressuscitando-O dos mortos e pondo-O à Sua direita nos céus”. Tais são os maravilhosos resultados da abençoada missão do evangelho da graça de Deus. Levanta todos os que a recebem desde as profundezas de sua culpa e miséria, e os coloca na presença de Deus, perdoados e aceitos no Amado.
Este é o evangelho que o Senhor deu a Seus servos, ou, como Paulo expressa: “Conforme o evangelho da glória do Deus bem-aventurado, que me foi confiado” (1 Tm 1:11). Privilégio indizível! Responsabilidade solene! Ser comissionado pelo próprio Senhor para proclamar esse evangelho, longe e perto, que é a mais alta demonstração da glória divina na demonstração mais rica de graça soberana para o homem.
Que Ele, em misericórdia, conceda que o leitor e o escritor sejam encontrados fiéis a essa confiança sagrada. E que só o Seu nome tenha todo o louvor e a glória.
Adaptado de Choice Meditations of the Gospel
