Origem: Revista O Cristão – Vasos
A fé diz: “Pede…não poucos”
Estas palavras foram proferidas pelo profeta Eliseu no ouvido de uma viúva aflita que tinha chegado a ele para falar de sua triste história (veja 2 Reis 4:1-7). Eliseu sabia bem em nome de Quem ele estava falando – em cujo tesouro ele estava extraindo. Ele não disse: “Tome cuidado para não pegar vasos de mais”. Ele sabia que isso era impossível. A fé nunca sacou mais do que havia no banco de Deus, que tem “riquezas insondáveis” para seu crédito ali. Ainda a fé nunca trouxe um vaso vazio a Deus que Ele não tenha preenchido. No caso desta viúva, o azeite deixou de fluir somente quando não havia mais um vaso vazio para recebê-lo. A fonte não tinha fim, foi a promessa da fé de manter o canal aberto. Que a lembrança dessas coisas tenha o efeito feliz de encorajar nosso coração na vida de fé. O coração de amor terno de nosso Pai quer que extraiamos abundantemente de Seus recursos infinitos.
Pegue vasos vazios
Seu coração está perturbado pela sensação de pecado interior? “Vai, pede para ti vasos emprestados… vasos vazios” para receber os ricos suprimentos da graça que fluem de um Cristo crucificado e ressuscitado – nosso Fiador – nosso Grande Sumo Sacerdote – nosso Advogado. Jesus carregou todos os seus pecados na cruz e os colocou de lado para sempre. O olho de Deus nunca mais poderá ver seus pecados. Ele realmente colheu uma colheita de glória, os colocando longe. A graça divina colheu uma colheita mais rica no meio de um mundo de pecadores do que jamais poderia ter colhido em meio à multidão de anjos que não caíram. “Vá”, portanto, “pede para ti vasos emprestados… vasos vazios, não poucos”.
Mais uma vez, o seu coração está abatido sob o peso da tristeza? As frias garras da morte se apoderaram do querido objeto de suas afeições? Um espaço vazio foi criado em seu coração – um espaço vazio que nenhum objeto terrenal pode preencher? Então lembre-se que o coração de Jesus está transbordando de terna empatia. Ele sentiu sua tristeza. Se Ele estivesse aqui Ele não reprimiria sua dor. Ele Se sentaria ao seu lado e misturaria Suas lágrimas com as suas. Mas você diz: “Ele não está aqui”. É verdade, mas Ele está à destra da Majestade nos céus e você pode contar com certeza com a empatia de Seu coração. “Vá”, então, em luto e triste, “pede para ti vasos emprestados… vasos vazios”, para receber as abundantes consolações que fluem do coração de Cristo, cuja Palavra encorajadora para você é: “Pede para ti vasos emprestados… não poucos”.
Há azeite suficiente
Pode ser, no entanto, que nosso coração não esteja perturbado com a questão de pecado, nem se curve sob o peso da tristeza. Nosso coração está estabelecido em graça, e o amado círculo no qual estão nossos afetos permanece intacto. Mas então os cuidados familiares ou comerciais pressionam nosso espírito. Nossos filhos não estão agindo como gostaríamos ou nossas perspectivas de negócios são sombrias. Se tal é a nossa posição, nós também podemos aprender uma lição doce e temperada das palavras de Eliseu. Podemos sair e pegar emprestado os vasos vazios, pois há “azeite” suficiente para nós, até mesmo o “óleo de alegria” para nosso espírito sobrecarregado. Para nós a palavra é: “Lança o teu cuidado sobre o SENHOR, e Ele te susterá” (Sl 55:22). “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus” (Fp 4:6). Lance o seu cuidado diretamente, e inteiramente, Àquele que é capaz e está disposto, e tão disposto quanto Ele é capaz, de sustentá-lo. Em uma palavra, “vai, pede para ti vasos emprestados… vasos vazios” nos quais as copiosas torrentes da paz divina podem fluir para o seu espírito perplexo e ansioso.
Deus pode encher nosso vaso
Mas talvez o nosso exercício não provenha de uma consciência conturbada, de um coração em luto ou de um espírito perplexo com questões domésticas ou comerciais. O fato é que toda a cena nos repeliu e nos desapontou. E ainda não tanto o mundo, em vez disso, no próprio meio de amigos Cristãos, todas as nossas esperanças foram arruinadas. Havíamos olhado para aqueles Cristãos de uma certa distância, e eles pareciam apresentar a aparência de tudo que era adorável e atraente. No entanto, infelizmente, ao chegarmos para estar entre eles, não pudemos ver nossa esperança e nosso coração acalentados, uma vez tendo grandes expectativas, está agora contristado com uma dolorosa decepção. Este não é um caso incomum. Há muitos corações contristados dentro da Igreja de Deus. Mas, bendito seja Deus, os profundos sulcos do nosso coração são apenas muitos “vasos… vasos vazios”, nos quais podemos receber as correntes de conforto e consolo que emanam de “Jesus Cristo… o mesmo ontem, e hoje, e eternamente”, e o coração que tem muitos sulcos já está equipado com vasos “não poucos”. Deus certamente preencherá esses vasos; e então aquele que estava desapontado volta a ser um canal de bênção na cena que o havia decepcionado.
Os vasos emprestados
Em uma palavra, seja qual for o estado ou condição da alma – seja uma questão de pecado ou tristeza, dificuldade ou desapontamento – a mensagem de Deus é uma e a mesma. “Vai, pede para ti vasos emprestados”, e note, são “vasos vazios”, “não poucos”. Que graça magnífica brilha nas palavras “vazio” e “não poucos”! Nosso vaso deve estar vazio. Deus não irá derramar em um vaso meio cheio com suprimentos da criatura. Em todos os casos, o vaso deve estar vazio, pois somente então será totalmente manifesto que o “azeite” veio diretamente do próprio Deus. A palavra “vazio” tira a criatura de cena. As palavras “não poucos” deixa espaço para que Deus entre em cena.
Estas são verdades simples, mas simples como são, elas se mantém conectadas com o grande elemento essencial da vida divina na alma. Que elas possam ser mais profundamente gravadas em nosso coração pela pena eterna do Espírito Santo.
Christian Truth (adaptado)
