Origem: Revista O Cristão – Mulheres do Novo Testamento

Febe Nossa Irmã

O capítulo final de Romanos (capítulo 16) é uma carta de recomendação para uma irmã chamada “Febe”, juntamente com saudações a vários irmãos em Roma. Inclui uma advertência para que se afastassem de pessoas que causavam divisão e que poderiam enganá-los, e termina com uma doxologia que une as duas partes do ministério de Paulo como sendo o meio de estabelecer os santos em toda a verdade de Deus.

Nos versículos 1-2, Paulo escreve: “Recomendo a você Febe, nossa irmã, a qual é ministra da assembleia que está em Cencreia” (JND). Essa carta de recomendação apresentou formalmente Febe à assembleia em Roma. Ela estava viajando de Cencreia (o porto de Corinto, a três quilômetros de distância) para Roma por algum “assunto” pessoal e provavelmente era a portadora da carta.

O uso de tais cartas era uma prática comum entre os irmãos na igreja primitiva (At 18:27; 2 Co 3:1). A existência delas mostra o cuidado que tiveram na comunhão entre as assembleias. Havia perigos que ameaçavam a comunhão dos santos, e eles precisavam ter cuidado a quem recebiam, tanto no nível pessoal (1 Tm 5:22), quanto coletivamente como assembleias (At 9:26-28). Falsos irmãos estavam assumindo a profissão Cristã com má doutrina e práticas profanas, e estavam corrompendo os santos (2 Co 11:12-15; Gl 5:7-12; 2 Pe 2:1; 1 Jo 4:1-6; Jd 4). Em vista desse perigo, a comunhão dos santos não era aberta, nem fechada, mas protegida. Esse cuidado ainda deve ser usado entre as assembleias Cristãs que procuram estar reunidas segundo as Escrituras. Na verdade, visto que a corrupção na profissão Cristã é maior hoje do que nunca, esse cuidado é necessário mais do que nunca. Se uma pessoa em comunhão à mesa do Senhor vai a uma assembleia onde é conhecida, é bom ter uma carta, mas não é necessária (2 Co 3:1-3). Mas se uma pessoa está visitando uma assembleia onde não é conhecida, uma carta de recomendação deve ser usada.

Uma ministra da assembleia 

Podemos nos perguntar o que essa irmã estava fazendo atuando como uma “ministra da assembleia” em Cencreia, quando a Escritura ensina que as irmãs não devem ministrar publicamente segundo a Palavra de Deus e ensinar na assembleia (1 Co 14:34-35; 1 Tm. 2:11-12). No entanto, essa pergunta reflete um mal-entendido comum. O problema é que o pesquisador está tentando entender a passagem usando os significados convencionais (comumente aceitos) que os homens atribuíram aos termos bíblicos. É triste dizer, mas a Cristandade atribuiu significados antibíblicos a muitos termos bíblicos, e essas ideias foram popularizadas e aceitas pelas massas. Mas isso gerou muita confusão. Ter nossa mente tingida por esses pensamentos antibíblicos torna difícil aprender o verdadeiro significado de uma passagem.

No exemplo que temos diante de nós, é um erro pensar que um ministro é um clérigo (um suposto pastor que lidera uma congregação de Cristãos). Dentro do significado da Escritura, um ministro é uma pessoa (homem ou mulher) que realiza um serviço para o Senhor em coisas espirituais (At 6:4; 1 Pe 4:11) ou temporais (Mt 10:41-42; At 6:2-3; 13:5; 19:22; 1 Tm 3:10). Visto que uma irmã, de acordo com a ordem na Escritura, não deve ministrar a Palavra de Deus publicamente na assembleia, Febe deve ter ministrado à assembleia nas coisas temporais. Alguém afirma em sua tradução de nota de rodapé que a palavra pode ser traduzida como “diaconisa”, que é uma serva que serve nas coisas temporais. Ela pode ter varrido o chão da sala de reuniões onde os santos se reuniam em Cencreia, ou algo assim. Ela não teria estado no cargo oficial de diácono porque esse deveria ser preenchido por homens (1 Tm 3:8-13). Visto que Paulo afirma que ela tinha “socorrido a muitos”, é possível que tivesse o dom de “ajudadora” (1 Co 12:28 – JND).

B. Anstey

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