Origem: Revista O Cristão – Arrebatamento
Felicidade
Uma recente edição especial da Revista Time foi intitulada, “A Ciência da Felicidade”, enfocando o que nos faz felizes e como podemos ajustar nosso pensamento e comportamento para ter uma vida mais alegre. Desnecessário dizer que o tema trouxe algumas leituras interessantes, pois abordou as várias maneiras pelas quais a pesquisa científica tinha, supostamente, nos mostrado como ser feliz. Os autores são Laura Kubzansky e K. “Vish” Viswanath, codiretores do Lee Kum Sheung Center for Health and Happiness (Centro de Saúde e Felicidade) em Harvard T. H. Chan School of Public Health (Escola Pública de Saúde). No decorrer da revista, eles exploram várias razões pelas quais os seres humanos não são felizes, e fazem sugestões para superar esses problemas.
Como poderíamos esperar, a abordagem deles é em grande parte secular, mas achei curioso que algumas das conclusões a que chegaram fossem apoiadas pela Escritura. Citaremos alguns desses exemplos. Vale ressaltar que muitas vezes a palavra “mais feliz” é usada pelos autores, pois a pesquisa do homem consiste em “comparar-se entre si” (2 Co 10:12). A verdadeira felicidade vem somente em conhecer a Cristo, em ter Ele como nosso Salvador e em andar em comunhão com Ele.
Resiliência
Percebendo que coisas ruins às vezes acontecem em nossa vida, o artigo valoriza muito a resiliência – a capacidade de “se recuperar” de eventos difíceis que podem surgir em nosso caminho. Entre as maneiras de se desenvolver a resiliência, eles mencionam o seguinte:
- “Desenvolva um conjunto básico de crenças que nada pode abalar;
- Tente encontrar significado em qualquer evento estressante ou traumático que tenha acontecido com você;
- Seja rápido para pedir suporte quando as coisas derem errado.”
Para aqueles de nós que conhecem a Palavra de Deus, é fácil ver como todos esses três métodos de desenvolvimento de resiliência são encontrados nela. Visto que recebemos “um Reino que não pode ser abalado” (Hb 12:28), não devemos desprezar… “a correção do Senhor”, nem devemos “desmaiar” “quando, por Ele, fores repreendido” (Hb 12:5). Em vez disso, devemos ser exercitados por meio disso a fim de desfrutar do “fruto pacífico de justiça” (Hb 12:11), que vem do aprendizado da lição que Deus pretende para nós. Em tudo isso temos não só o apoio uns dos outros, mas também o Senhor, que prometeu: “Não te deixarei, nem te desampararei” (Hb 13:5).
Dinheiro
Os autores também mencionam o dinheiro, apontando que aqueles que são muito pobres não são tão felizes quanto aqueles que têm o suficiente para viver confortavelmente. Mas é interessante que, além desse nível básico de conforto, eles descobriram que mais dinheiro não traz mais felicidade. Nos Provérbios, lemos: “não me dês nem a pobreza nem a riqueza… para que, porventura, de farto Te não negue… Ou que, empobrecendo, venha a furtar” (Pv 30:8-9).
Casamento e estresse
O artigo também aponta que, um bom casamento e uma família que dê apoio, contribuem em grande parte para mais felicidade. Novamente, o próprio Senhor disse no início da história do homem: “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2:18), e a Escritura reconhece que a companhia e a ajuda de outros é uma grande misericórdia, especialmente em dificuldades.
Além disso, a falta de estresse e tensão na vida, juntamente com uma verdadeira gratidão por aquilo que temos, são o que favorece um longo caminho para a felicidade. Mais uma vez, a Escritura nos diz que, “O coração alegre serve de bom remédio, mas o espírito abatido virá a secar os ossos” (Pv 17:22).
Há até mesmo várias referências na Palavra de Deus no artigo, como “E ninguém põe vinho novo em odres velhos” e “é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus”. Tem até uma citação de Eclesiastes: “Eis que tudo era vaidade e aflição de espírito” (Ec 1:14). Mas tudo isso está misturado com citações de religiões falsas, levando à conclusão deles de que “aqueles com uma prática espiritual ou que seguem as crenças religiosas tendem a ser mais felizes do que aqueles que não o fazem”.
Tendências
É revelador notar que um tema especial como esse ocorre quando o homem está literalmente “à beira da loucura” e mal sabe em que direção virar. Uma vez que Deus e Suas reivindicações têm sido abandonados, o coração dos homens está de fato “desmaiando de terror”, e muitas vezes esse medo assume formas muito irracionais. Mas como outra edição da Revista Time comentou muito bem: “Em uma sociedade temível e tribalista, somos conduzidos pela emoção, que é a moeda das mídias sociais”. O nível de estresse e ódio na sociedade ocidental está aumentando, o que, por sua vez, causa um aumento na linguagem rude e violenta. Isso então se traduz em ações violentas. Para aqueles que são um pouco instáveis ou talvez se sintam um tanto marginalizados na sociedade, a violência sem sentido é geralmente direcionada simplesmente à pessoa ou instituição que representa sua desilusão. O nível de felicidade e contentamento neste mundo está diminuindo rapidamente, não aumentando, e o homem sente a necessidade, de alguma forma, reverter essa tendência, concentrando-se no que o faz feliz.
Conclusões
Embora algumas boas conclusões sejam apresentadas nesta edição especial da Revista Time, como seria de esperar, ela falha em não abordar a raiz do problema. Isto é, o homem no mundo de Caim, procurando felicidade num mundo que está manchado pelo pecado, e deixando Deus completamente de fora, exceto como um conceito nebuloso que não está fundado em nenhuma verdade absoluta. A raiz da infelicidade do homem é o pecado no mundo, e seus efeitos não podem ser revertidos pelo homem natural. Ele pode sentir-se o mais confortável possível neste mundo arruinado, mas, finalmente, ele reconhecerá o veredito de Salomão: “Eis que tudo era vaidade e aflição de espírito”. Um homem pode, de maneira temporal, ser mais feliz do que outro, pois o pecado introduziu desigualdade e ganância no mundo. Existem aqueles que se sentem relativamente confortáveis nesta vida e aqueles que passam por necessidades. Mas, sem Deus, todo esse conforto é meramente “prazeres transitórios do pecado” (Hb 11:25 – ARA). Não importa o que tenhamos nesta vida, nunca poderá nos dar completa satisfação ou felicidade. Como alguém observou: “A felicidade é um estado de espírito, não uma questão de circunstâncias”.
Soluções
Em segundo lugar, as soluções propostas não se elevam acima do próprio homem. Algumas das recomendações dadas são boas e razoáveis, mas muitas vezes não há poder para realizá-las. Dizem que devemos mostrar mais gratidão pelo que já temos, mas o homem em sua natureza caída sempre quer o que ele não tem. Dizem que devemos ajudar mais aos outros, mas o homem natural é egoísta e egocêntrico. Dizem que devemos dar um “tempo” na tecnologia moderna, mas a maioria das pessoas hoje é viciada em seu celular, em sua música, no Facebook e em outros veículos de mídia social. Dizem que devemos sair mais e fazer mais exercícios, mas a obesidade global quase dobrou nos últimos trinta anos, especialmente entre as crianças. Tudo isso cumpre as palavras do Senhor por meio de Jeremias: Eu sei “que não é do homem o seu caminho, nem do homem que caminha, o dirigir os seus passos” (Jr 10:23).
Outras alternativas
Terceiro, a busca do homem pela felicidade leva-o a todos os tipos de caminhos diferentes, incluindo aqueles que não são apenas pecaminosos, mas perigosos. Desde que o mundo rejeitou a Cristo, Satanás é seu deus e príncipe, e ele governa o homem por seus desejos. Como o deus deste mundo, ele tem arquitetado falsas religiões, que agora estão sendo procuradas por muitos seguidores em países que antes eram considerados Cristãos. Há uma forte ênfase em um artigo sobre o conceito de “mindfulness” (atenção plena) – o foco em tudo o que estamos fazendo no presente, ao invés de ter nossas mentes preocupadas com o que quer que seja que possa vir na nossa agenda. (Para uma discussão mais completa sobre mindfulness, veja a edição de junho de 2017 da revista O Cristão).
Como foi apontado no artigo sobre mindfulness, o conceito está enraizado no budismo e pode levar as pessoas desavisadas a influências satânicas. O desejo de algo “espiritual” sem Cristo sempre foi um caminho para a superstição demoníaca, e pode ser o precursor de hoje da “operação do erro” que irá prevalecer, durante o período da tribulação, naqueles que rejeitaram o evangelho da graça de Deus. Uma vez que o artigo nivela todas as religiões como semelhantes, a mensagem é que não importa em que você deposita sua fé, contanto que você tenha uma “crença central”. Essa ilusão é exatamente o que Satanás usa para acalmar os homens com uma falsa sensação de segurança.
Verdadeira felicidade
Mas Deus nos disse em Sua Palavra que a verdadeira felicidade vem somente quando o homem olha para fora de si mesmo, para o Deus que não apenas o ama, mas providenciou um caminho de volta para Si mesmo por meio do dom de Seu Filho. Em Cristo temos um Objeto que preenche nosso coração, não apenas neste mundo, mas por toda a eternidade. Nosso testemunho ao mundo é nosso gozo em Cristo, que é independente de nossas circunstâncias.
