Origem: Revista O Cristão – Trombetas

A Festa das Trombetas

As primeiras quatro festas aconteciam perto umas das outras no início do ano; isso fica claro a partir de Levítico 23. Em seguida, vinha o momento de colher até que o último molho fosse cortado (Pentecostes), mesmo que ainda houvesse bons grãos caídos nos cantos dos campos. Procuraremos agora, com a ajuda de Deus, examinar as três últimas festas. Todas elas aconteciam próximas umas das outras, no sétimo mês.

O mesmo Senhor que agora é glorificado no Céu como Cabeça da Igreja também reinará na Terra como Rei de Israel e Senhor de toda a criação. Ele será honrado acima nos Céus e embaixo na Terra, e todos se unirão para reconhecer a Jesus de Nazaré, “Senhor de todos”. Por essas razões, sugerimos que as últimas festas tenham talvez um duplo significado. Seu significado principal é, sem dúvida, uma exposição dos eventos que virão sobre esta Terra, mas parece que as últimas festas também têm uma aplicação secundária que pode predizer eventos relacionados com a Igreja no céu, pois nunca devemos esquecer que a porção de Israel é a Terra, mas a porção da Igreja é sempre nos céus.

A última série de festas 

A Festa das Trombetas dá início à última série de “festas fixas de Jeová” (TB). Em Números 10:2, Deus ordenou a Moisés que fizesse duas trombetas de prata. Esta festa era um momento especial de soar essas trombetas. Foi chamada “um memorial de sonidos de trombetas” (Lv 23:24 – TB). Isso não nos fala daquela notável trombeta que será tocada em um dia vindouro? Então, “Ele enviará os Seus anjos com grande clangor de trombeta, os quais ajuntarão os Seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus” (Mt 24:31 – ARA).

Lemos em Isaías 18:3-7, “Vós todos, habitantes do mundo e moradores da Terra, quando uma bandeira for levantada nos montes, olhai, e, quando uma trombeta for soada, ouvi! […] Naquele tempo, será levado a Jeová dos Exércitos um presente de um povo disperso e assolado […] ao lugar do nome de Jeová dos Exércitos, o monte Sião” (JND). Existem muitas outras passagens que nos mostram que a Festa das Trombetas prediz aquele toque da trombeta que chamará Israel de volta à sua própria terra.

A Festa das Trombetas 

Mas, na Festa das Trombetas, não é o próprio Deus quem toca a trombeta? Se Deus, em Sua graça, fala em se lembrar novamente de Seu povo, não é verdadeiramente Deus que toca a trombeta para chamar Seu povo a se lembrar d’Ele? Israel se esqueceu de seu Deus e O abandonou, e agora parece que Deus se esqueceu, abandonou e rejeitou o Seu povo. Mas isso é somente na aparência. Paulo pergunta: “Rejeitou Deus o Seu povo?” E a resposta é clara e decisiva: “Deus não rejeitou o Seu povo, que antes conheceu” (Rm 11:1-2). O dia está próximo quando a trombeta soará, mostrando que Deus novamente se lembra de Israel e do Seu concerto com eles. Pobre Israel, quão pouco eles sabem sobre descanso e alegria agora, com toda a turbulência em sua terra! Mas, embora saibamos que Israel deve primeiramente passar pelos mais terríveis juízos, ainda assim, o seu descanso e alegria logo virão. Não pode ser possível que as primeiras notas daquela trombeta de prata, ou seu eco do alto, estejam começando a cair nos ouvidos de Israel?

O chamado da trombeta vindo do céu 

Mas se até mesmo o eco das notas de longe estão começando a soar, nos dizendo que a trombeta de prata está “para tocar”, regozijemo-nos e levantemos a cabeça, e esperemos com mais anseio pela nota de outra trombeta que parece ser um repique curto e forte: “Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta” (1 Co 15:52).

Não, não é a trombeta que chama Israel de volta à sua terra que nós, a Igreja, estamos esperando, mas pelo próprio Senhor Jesus, pois “o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Ts 4:16-17). E novamente: “Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados” (1 Co 15:51-52).

Que dia de gozo, alegria e descanso será para a Igreja! Então estaremos para sempre com o Senhor. Seremos como Ele, pois O veremos como Ele é. Então, já não mais através de um espelho, obscuramente, mas face a face! E os entes queridos que partiram antes serão ressuscitados primeiro, e estaremos juntos novamente para não mais nos separarmos!

A trombeta após a colheita 

Na Festa das Trombetas, o Senhor adverte especialmente contra qualquer “obra servil” feita naquele dia. Quão diferente do ensino de alguns de que é somente por nossos próprios esforços em vigiar e vencer que podemos ao menos ter esperança de ver aquele dia ou ouvir aquela trombeta! Tais mestres pouco sabem o valor da redenção anunciada naquelas notas da trombeta de prata, tampouco sabem a inutilidade de sua própria obra servil em se fazerem aptos para aquele dia. Não, não é o medo de sermos deixados para trás naquele dia que Deus coloca diante de nós motivo para nos mantermos limpos aqui, mas a bendita esperança de vê-Lo e ser como Ele. “E qualquer que n’Ele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também Ele é puro” (1 Jo 3:3).

A Festa das Trombetas segue a colheita descrita em Levítico 23:22. Cremos que a colheita simboliza a vinda do Senhor para a Sua Igreja, mas as trombetas de prata desta festa não podem senão trazer à nossa mente a trombeta que chama a Igreja para estar para sempre com o Senhor e estão, evidentemente, intimamente relacionadas com ela. A Festa das Trombetas acontecia no primeiro dia do mês; esse é o período em que a lua fica mais escura e menor. A estrela da manhã aparece pouco antes do amanhecer, quando a noite é mais escura. Portanto, irmãos, conforme vemos a Igreja professa piorando, conforme a vemos ficando mais escura e mais fria, e cada vez mais parecida com o mundo, vamos olhar para cima e aguardar com mais fervor pela Estrela da Manhã e escutar mais atentamente o som da trombeta.

O Senhor sempre deixa claro que Sua vinda é iminente. “Porque ainda um poucochinho de tempo, e O que há de vir virá e não tardará” (Hb 10:37). Que estejamos sempre, diariamente e a cada hora, esperando por Ele, e que nosso coração sempre esteja clamando: “Amém! Ora vem, Senhor Jesus!”.

G. C. Willis (adaptado)

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