Origem: Revista O Cristão – Galardões

Um Galardão pelo Serviço Fiel

É essencial observar que essa parábola em Mateus 20:1-16 se refere ao serviço, pois os trabalhadores são enviados para a vinha. Também não há dúvida de que ela surgiu da pergunta de Pedro: “Eis que nós deixamos tudo e Te seguimos; que receberemos?” (Mt 19:27). Em resposta, o Senhor graciosamente disse a Seus discípulos que eles deveriam ter um lugar especial no reino e se sentariam em doze tronos, julgando as doze tribos de Israel. Ele também lhes disse que todos os que haviam deixado qualquer coisa por causa de Seu nome seriam abundantemente recompensados. Ele então acrescentou o aviso significativo de que muitos dos que foram primeiros seriam últimos e os últimos seriam os primeiros, e isto Ele continuou explicando na parábola. “Porque”, diz Ele, “o Reino dos céus é semelhante a um homem, pai de família, que saiu de madrugada a assalariar trabalhadores para a sua vinha” (Mt 20:1).

Temos, em seguida, uma descrição dos vários trabalhadores, com as diferentes horas em que foram contratados. Mas, de fato, existem apenas duas classes, aqueles que concordaram com a quantia que deveriam receber, e aqueles que se colocaram nas mãos do Mestre para que Ele lhes desse o que considerava justo.

Aqueles que concordaram com a moeda de um denário eram, em uma palavra, servos por lei, enquanto aqueles que se entregaram Àquele que os havia chamado estavam sob o poder da graça. Para os primeiros, o trabalho era um meio de recompensa; para os últimos, era um privilégio e, portanto, eles o valorizavam em si mesmos, conhecendo algo da graça que o havia concedido. Tudo isso é revelado quando o mordomo acerta as contas com os trabalhadores. Em obediência ao seu senhor, ele começa com os últimos, e todos receberam uma moeda. Isso excitou a ira dos primeiros, pois se os últimos receberam uma moeda, certamente eles tinham direito a mais. A resposta foi que eles haviam recebido o que eles negociaram, que o mestre tinha o direito de fazer o que ele queria com aquilo que era seu, e que os olhos deles não deveriam ser maus porque ele era bom.

A exibição da graça, com todos os seus direitos soberanos, apenas excitou a inveja do coração natural – daí a inimizade do judeu quando o evangelho foi proclamado aos gentios, e assim, embora o “primeiro”, ele se tornou o “último”. Assim aconteceu com esses trabalhadores. Aqueles que foram trabalhar na vinha por último deixaram a presença do mestre satisfeitos com sua bondade, e assim se tornaram os “primeiros”, enquanto aqueles que foram os primeiros em seus trabalhos deixaram sua presença com murmúrios em seu coração e em seus lábios, estranhos ainda à graça. Então os últimos serão os primeiros (referindo-se a Mateus 19:30), e os primeiros serão os últimos, pois muitos são chamados (como todos esses trabalhadores tinham sido), mas poucos escolhidos.

Adaptado de The Christian Friend, 1887

E. Dennett

Compartilhar
Rolar para cima