Origem: Revista O Cristão – Galardões

Galardões e Graça

Como é dito na parábola dos talentos – Mateus 25:14-30 – O Senhor chamou os Seus próprios servos, e deu a cada um deles de acordo com suas diversas capacidades ou habilidades, e partiu em Sua jornada. Veremos que a graça fez toda a diferença no caráter e na aceitação, embora os dons, sendo exercitados por graça, pudessem dar o seu galardão apropriado, de acordo com Sua designação divina. Existem três coisas na parábola. Primeiro, os talentos foram conferidos por Cristo a Seus próprios servos, o que mostra que eles não são habilidades naturais ou circunstâncias temporais, mas são peculiares aos servos de Cristo. Em seguida, estes são conferidos de acordo com a competência ou adequação do vaso, um homem é um “vaso escolhido” que recebe os dons, e há a capacidade do vaso, bem como a extensão e o caráter do dom. Terceiro, o uso dele era um assunto diferente; o “um talento” foi dado de acordo com a habilidade bem como os “cinco talentos”. O Senhor, dando de acordo com a habilidade, provou a adequação da designação de Deus e a responsabilidade existente naquele a quem foi dado o talento, mas o uso correto do talento não dependia disso. A posse do talento criava a responsabilidade pelo seu uso.

Aquilo que levou ao seu uso correto não é o reconhecimento do homem ou a nomeação pelo homem. A graça que utilizou o talento é a confiança pessoal no caráter e aceitação de Deus. A graça é comprovada pela manifestação de sua confiança no Senhor e descansa nisso; ela usa o talento pela virtude de seu conhecimento pessoal e confiança em Seu caráter. Isso é o que caracteriza a diferença entre os servos bons e maus. Aquele que era um bom servo agia de acordo com sua confiança pessoal no caráter do Senhor e um mau servo não fazia assim.

Há dois pontos marcados como consequência na volta do Senhor. Primeiro, há uma grande recompensa dada no governo: Ele é feito governante sobre muitas coisas. Em segundo lugar, há associação pessoal real com Cristo em bênção, não sendo abençoado sob Ele como alguém que é governado, mas: “Entra no gozo do teu Senhor”. Não parece que a energia e o poder do Espírito Santo sejam retirados, embora a cena de seu exercício possa ser diferente (regência e gozo em vez de trabalho como um servo), salvo do servo inútil, que é lançado fora da luz e glória do reino.

Que nos lembremos que a fidelidade consiste no uso de um dom com base na confiança pessoal e individual no caráter do Senhor como nosso Mestre. Esta é a evidência de graça – não esperando por nada ou querendo qualquer coisa além dela. O servo que não usou o talento quando o tinha, tinha noções falsas de Deus, maus pensamentos, a ausência de graça e um princípio inteiramente condenado pelo Senhor como a prova do mal.

Extraído de Collected Writings 24: 229-230

J. N. Darby

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