Origem: Revista O Cristão – Governo e Cristianismo
Os Ministros de Deus Para Nós
“Não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus” (Que cena terrível seria este mundo se não houvesse governos!) Embora o Cristão devesse estar separado da política, ele pode agradecer a Deus por aqueles que Ele ordena – ministros de Deus para o nosso bem (Rm 13:4).
Nós alertaríamos os companheiros de fé em relação a um hábito predominante no mundo de falar mal dos governantes. Isso não nos convém; pelo contrário, devemos prestar “honra a quem honra”. Embora não tenhamos nada a ver com o estabelecimento de governantes, devemos ser os mais respeitosos dentre todas as pessoas para com eles.
O lugar de oração
Outro privilégio que temos é orar por eles; De fato, somos exortados a fazer “deprecações, orações, intercessões e ações de graças… por todos os que estão em eminência [autoridade – ARA]” (1 Tm 2:1-2). Quem pode medir o efeito sobre a tranquilidade de qualquer nação que as intercessões de separados e devotados santos de Deus causam! Não é ajudando a escolher governantes, nem nos misturando na política, que essa influência é efetuada. Considere Ló em Sodoma, por exemplo; ele estava bem no meio de sua política e não era de nenhuma ajuda, enquanto seu tio piedoso Abraão, que estava separado dela, poderia fazer intercessão em nome daquela cidade perversa. Deus ouviu a intercessão de Abraão, mas a impiedade do lugar tinha ido longe demais para que o julgamento fosse retido. Ló não percebeu a iminência do julgamento, nem foi apto a interceder pela cidade. Suas associações políticas cegaram seus olhos. Seus contatos morais cegaram sua alma e arruinaram sua família.
A história do mundo registra o fato de que, quando os Cristãos perderam de vista sua vocação celestial e procuraram ajudar a alcançar certos objetivos políticos ou tentaram obter o favor e o apoio dos “poderes constituídos”, eles o fizeram para o seu próprio prejuízo. Não é bom se apoiar em “um braço de carne”; antes, “É melhor confiar no SENHOR do que confiar nos príncipes” (Sl 118:9).
Tomando partido
Por mais terrível e ímpio que seja o comunismo ateu, é de se temer que em muitos lugares onde os comunistas ganharam o controle, os Cristãos sofreram justamente por terem tomado partido contra eles e procurado por meios políticos impedir que os comunistas chegassem ao poder. Dessa forma, os Cristãos, que deveriam ter mantido sua separação, se tornaram identificados com forças políticas. Então, quando a nova autoridade foi criada, eles foram tratados como inimigos políticos. Os comentários inflamados contra o comunismo por parte de alguns líderes Cristãos neste país talvez tenham contribuído para a gravidade da perseguição contra os Cristãos em tais lugares. Satanás tem sido muito bem-sucedido em seduzir os Cristãos a esquecer o seu caráter de estrangeiro terrenal e sua cidadania celestial e a fazer com que eles procurem adaptar o Cristianismo aos caminhos e objetivos do mundo. Há pouca ou nenhuma censura por esse tipo comprometedor de Cristianismo no mundo. O deus deste mundo facilmente faz uso dele para seus próprios fins. O Cristianismo se tornou integrado com a política mundial, reformas e avanços de todos os tipos.
Estrangeiros e peregrinos
De certa forma, deveríamos ser mais parecidos com os cativos judeus na Babilônia. Eles foram tirados de suas próprias terras e eram estrangeiros (não peregrinos numa jornada para casa, como nós somos) em uma terra estrangeira, mas foram informados por Deus por meio de Jeremias: “procurai a paz da cidade para onde vos fiz transportar; e orai por ela ao SENHOR, porque, na sua paz, vós tereis paz” (Jr 29:7). Eles não deviam estar empenhados em consertar as coisas na terra de seu cativeiro, mas podiam e deveriam recorrer à oração em favor daquele lugar, não no espírito de buscar sua grandeza, mas para que desfrutassem da paz. No mesmo espírito, devemos orar pelos que estão em autoridade, “para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade” (1 Tm 2:2).
Não nos esqueçamos de que somos “peregrinos e forasteiros” neste mundo. Nossa cidadania está no céu (Fp 3:20); nosso chamado é para o céu (Hb 3:1); nossa esperança está no céu (Cl 1:5). No entanto, apesar de tudo isso, os Cristãos que agem de acordo e fazem intercessão por aqueles que estão em autoridade são o maior poder para o bem em qualquer terra.
Adaptado de Christian Truth, 6:26-28
