Origem: Revista O Cristão – Graça

Graça, Piedade e Glória

A graça, a pura graça de Deus, é o único poder de uma caminhada santa e piedosa neste mundo. Como o Senhor disse a alguém que estava passando por profunda provação: “A Minha graça te basta, porque o Meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Co 12:9). É somente pela graça que podemos ornamentar a “doutrina de Deus, nosso Salvador, em tudo. Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente” (Tt 2:10-14). A lei exige obediência perfeita e não cederá em nenhum ponto, mas não dá poder para obedecer. O favor divino, que é nossa única força, flui para nós por meio do canal de nosso gracioso e bendito Salvador. Ele é a regra da vida do crente, e a graça de Deus é seu poder para segui-Lo. “Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (Jo 1:17). Desta porção em Tito aprendemos as três coisas seguintes:

Primeiro: A GRAÇA traz salvação – livramento completo. No momento em que a graça de Deus, em Cristo Jesus, é recebida por fé, há completa salvação para a alma – uma libertação total do pecado e de todas as suas consequências. A condição do pecador aos olhos de Deus é imediatamente mudada. Ele “passou da morte para a vida” – de uma condição de morte para uma de vida eterna. Esta é também a fonte e poder da santidade. O crente, estando vitalmente conectado com Cristo – um participante da natureza divina e habitado pelo Espírito Santo – produz frutos para Deus.

Segundo: A mesma graça que traz salvação leva à PIEDADE verdadeira e prática. “Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente”. Ou seja, a graça nos ensina a negar tudo o que é diferente de Deus e desagrada a Ele, e também a negar as tendências do nosso próprio coração de sair em busca das coisas do mundo. Mas a graça nos ensina a fazer o que é bom e correto, bem como a negar o mal e o que é errado. Devemos viver “sobriamente” – grande sobriedade, moderação, equilíbrio mental, temperamento e conduta devem caracterizar cada crente. Além disso, devemos viver de maneira “justa” – justa e honestamente para com os homens – e “piedosos” – em toda a santidade de coração e vida para com Deus. Esta é a verdadeira santificação, a saber, a separação do mundo – separados para Deus. Tais são os felizes frutos da soberana e ilimitada graça de Deus para os pecadores perdidos e arruinados neste presente século mau – o mundo maligno atual..

Terceiro: A graça ensina o crente a procurar GLÓRIA. Alguém pode ser um Discípulo negligente, mas a lição é bastante clara. “Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo”. Aqui colocamos diante de nós o próprio Cristo, a esperança do nosso coração e da glória vindoura – a plena manifestação da glória milenar de nosso Deus Salvador. A graça que traz salvação e leva à piedade nos coloca na posição de esperar, vigiar e aguardar o Senhor do céu. Infelizmente essa bendita esperança é tão pouco entendida e tem tão pouca influência em nosso coração. O que pode ser mais claro? A graça que traz a nossa salvação e a coloca diante de nós é adequada e destinada a governar nossas afeições e formar nosso caráter para o bendito Senhor. Sua primeira Aparição foi em graça. Sua segunda Aparição será em glória. Nesta passagem nossa salvação e caminhada são docemente conectadas com ambas.

Que sejamos levados a um conhecimento mais profundo da GRAÇA, a um caráter mais elevado de PIEDADE e a uma mais transformadora esperança da GLÓRIA.

Things New and Old, Vol. 1, pág. 177(adaptado)

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