Origem: Revista O Cristão – Jó: O caminho de Deus é com ele
A Grandeza de Deus Demonstrada em Seus Tratamentos com Jó
O Livro de Jó nos mostra, como nenhum outro livro, como Deus controla todas as coisas para realizar Seus propósitos de bênção para os Seus. A maneira complexa pela qual Deus une as ações de Satanás, da esposa de Jó, de seus três amigos e do humilde Eliú para realizar Seus propósitos é uma testemunha de Seu grande poder, sabedoria e entendimento. Jó era um objeto especial do favor de Deus, e o livro é dado como uma demonstração de como as provações nas quais Ele nos coloca são para o nosso bem e bênção. A melhor bênção na leitura do livro não se encontra no entendimento de todas as discussões complexas, mas em ver o fim dos caminhos de Deus para com Jó – que Ele é misericordioso. Acreditamos que o Senhor nos deu este livro para nos ajudar enquanto passamos por provações.
A obra de Satanás
Satanás é o primeiro agente usado. Jeová chama a atenção para a vida perfeita e reta de Jó. Satanás sugeriu que Jó era piedoso por causa da proteção e bênção que Deus lhe deu e prontamente propôs um plano que ele achava que faria com que Jó amaldiçoasse a Deus. O Senhor Jeová permite isso com certas restrições que não permitem que ele vá além da razão de Deus para a provação. Satanás pode ser um agente em nossas provações, mas Deus está acima de tudo e Satanás não pode ir além do que Deus permite. Satanás foi imediatamente para medidas extremas de morte e destruição, doenças corporais e sofrimento, procurando refutar o que Deus lhe dissera e fazer com que Jó fracassasse. Não houve cuidado com o bem-estar de Jó da parte de Satanás, nem seus meios terríveis cumpriram sua previsão. Jó manteve sua integridade e não amaldiçoou a Deus. Parece que o esforço final de Satanás foi semear uma semente de desconfiança ou desespero no coração da esposa de Jó, levando-a a dizer: “Amaldiçoa a Deus e morre”.
Mas o Senhor tinha outras razões para permitir que Satanás fizesse o que ele fez. Ele desejava o bem e a bênção de Jó. Ele viu algo em Jó que era um obstáculo para essa bênção. A bênção que o Senhor reservou para Jó era muito melhor do que Jó podia obter por sua própria justiça. Esse plano exigiu uma provação para que Jó cessasse sua própria justiça e se apegasse somente a Deus. Os três amigos são os agentes usados por Deus para continuar a provação.
Os três amigos de Jó
Depois que Satanás terminou tudo o que pôde fazer, os amigos de Jó vieram consolá-lo. Mas em vez de ajudar diretamente Jó, levando-o a Deus, cada um deles usa sua própria experiência, lógica e tradição. Seus esforços para ensiná-lo por que todas essas coisas aconteceram, sendo imprecisos, só poderiam levar Jó a um caminho de resistência e justificação própria. Embora suas palavras sejam muitas vezes verdadeiras em si mesmas, elas erraram o motivo da provação. O poderoso trabalho de Deus em nossa vida é grande demais para ser explicado pelo entendimento humano. Precisamos entrar no santuário para aprender por que Deus permite provações.
Deus usou os três amigos para trazer para fora de Jó o que ninguém mais podia ver. Isso era necessário para revelar o que precisava ser exposto e julgado. Jó, em sua defesa contra suas acusações erradas, erroneamente atribuiu injustiça a Deus (Jó 27:2). Era correto que Jó sempre procurasse ser justo e reto, mas defender-se estava errado. Só Deus é nosso juiz. Nenhum homem colocado em provação é ao mesmo tempo o avaliador ou juiz. Quando começamos a nos defender, com certeza erraremos, embora seja especialmente difícil não defender a posição de alguém quando as acusações são falsas. Deus foi fiel em ter em mãos um homem que O representaria apropriadamente no momento correto.
As palavras fiéis de Eliú
Geralmente, só depois de termos parado de falar é que começamos a aprender, e Eliú espera sabiamente por esse momento, antes de começar a falar. Ele começa justificando a Deus e depois aponta os erros de Jó e dos seus amigos. Ele não assume uma posição de superioridade e dureza, mas fala como alguém feito de barro. Ele é cuidadoso em não acusar Jó das coisas invisíveis em seu coração; antes, ele pega apenas o que cada um disse e fala fielmente a verdade. Depois de dar a Jó a oportunidade de responder, Eliú conclui o discurso com uma admoestação para temer a Deus. Ele realmente traz Jó à presença de Deus, e então ele também se cala.
O Senhor então assume de onde Eliú parou. Ele traz Jó para um entendimento mais completo de Quem Ele é e do Seu grande poder. Jó reconhece sua própria condição vil após o primeiro discurso. Depois do segundo, Jó vê a Deus como Ele é e é restaurado ao Senhor.
O grande propósito de Deus abençoar poderia então ser graciosamente derramado na vida de Jó. Ele, então, recebe o dobro de tudo que ele havia perdido durante a provação. “Porque tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito, para que, pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15:4). “Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso” (Tg 5:11).