Origem: Revista O Cristão – O Filho de Deus
“Há Muitos deuses”
Como resultado das guerras e derramamento de sangue ocasionados por conflitos entre as várias religiões do mundo, surgiu um movimento que prega a tolerância e promove o “diálogo inter-religioso” para descobrir pontos em comum e trabalhar juntos em prol da humanidade. Como parte desse movimento, está sendo postulado que toda religião adora essencialmente o mesmo Deus, mas de uma maneira diferente.
Reuniões ecumênicas foram convocadas para incentivar pesquisas que levariam a “recursos cooperativos” para ajudar todas as religiões. Mesmo entre os Cristãos esse movimento teve um certo apelo e está ganhando força, principalmente entre os que sofreram, direta ou indiretamente, discórdia religiosa. Miroslav Volf, um proeminente teólogo da Yale Divinity School, escreveu um livro, “Allah: Uma resposta Cristã”, no qual ele argumenta que o deus muçulmano “Allah” é o mesmo Deus adorado pelos Cristãos. Tendo visto sérios conflitos religiosos em seu país, a Iugoslávia, ele argumenta que “ter valores comuns tornará possível negociar diferenças”. Vamos examinar tudo isso à luz da Palavra de Deus.
No começo da existência do homem neste mundo, Deus Se revelou a ele e desejou sua companhia. Mas o homem escolheu desobedecer a Deus e, ao introduzir o pecado no mundo, afastou-se de Deus. Depois de permitir que o homem visse o resultado de ser deixado para si mesmo, Deus destruiu o mundo com um dilúvio, mas salvou oito pessoas na arca, que depois foram usadas para repovoar a Terra. Nesse momento, todos eles tinham claramente o conhecimento do Deus verdadeiro. E o que aconteceu depois? Lemos em Romanos que “tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus, nem Lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu” (Rm 1:21). Como um resultado, porque “como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso” (Rm 1:28).
Idolatria
Não parece ter havido idolatria antes do dilúvio de Noé, mas depois se desenvolveu muito rapidamente. O homem não queria o Deus verdadeiro, pois seu coração pecador queria se entregar às coisas que sua consciência, na presença de Deus, condenaria. Em vez disso, a imaginação do homem, energizada por Satanás, criou deuses em todos os lugares e de todos os tipos, pois o homem em sua natureza tem um espírito – uma parte consciente de Deus em seu ser.
Imensos sistemas foram estabelecidos, e a infinidade de deuses e religiões que abundam hoje em dia é o resultado de tudo isso. Houve variações ao longo do tempo e em diferentes culturas, mas há um tema comum a todos os falsos deuses e religiões. Estes são deuses adequados ao coração pecaminoso do próprio homem – deuses que ele pode manipular para se adequar aos seus propósitos pecaminosos. Embora possa ser encoberta por princípios morais de alto tom, as religiões criadas pelo homem estão associadas à mais terrível degradação em concupiscências pecaminosas, pois os homens fazem deuses que lhes permitem gratificar suas paixões. Citando J. N. Darby: “O homem procura em vão satisfazer a necessidade de seu coração por meio de objetos que o degradam e que, por fim, o fazem esquecer o Deus verdadeiro”.
A revelação de Deus
Em tudo isso vem a revelação de Deus sobre Si mesmo, primeiro por Seu poder na criação, depois por Sua Palavra e, finalmente, por enviar Seu Filho a este mundo. Deus não pode ser conhecido, exceto por Sua revelação de Si mesmo. Mas Ele Se revelou a nós por Sua Palavra no Velho Testamento, e depois de maneira mais completa por enviar Seu Filho. O único Deus verdadeiro foi revelado como um Deus trino; um Deus da verdade, mas também do amor e da graça. É uma das perfeições da Escritura que isso também tem sido associado à revelação da bondade em Deus, para não nos ocupar com o mal, embora a Palavra de Deus julgue o mal em seu caráter moral.
O único Deus verdadeiro
Quando todas essas coisas são cuidadosamente consideradas, fica claro que as falsas religiões NÃO adoram o mesmo Deus que a Palavra de Deus revela. Em vez disso, o homem inventou o que combina com sua condição perdida, embora, em muitos casos, emprestado da revelação divina para tentar dar alguma legitimidade aos sistemas falsos que ele estabeleceu.
A Palavra de Deus é clara: “Em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4:12). Não é necessário investigar o que é falso, nem “negociar” entre o falso e o verdadeiro. “Porque, ainda que haja também alguns que se chamem deuses, quer no céu quer na Terra (como há muitos deuses e muitos senhores), Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de Quem é tudo e para Quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo Qual são todas as coisas, e nós por Ele” (1 Co 8:5-6). Por um lado, nos é dito: “não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas” (Ef 5:11), enquanto, por outro lado, devemos lembrar que “Deus, nosso Salvador… deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (1 Tm 2:3-4 – ARA). “Olhai para Mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da Terra; porque Eu Sou Deus, e não há outro” (Is 45:22).
