Origem: Revista O Cristão – O Digno Juiz
A Humilhação e Exaltação de José
Em Gênesis temos a conhecida história da vida de José, sendo a favorita de muitos, que ilustra a dignidade do Senhor Jesus como Governante e Juiz. Por causa do que José passou nos primeiros 30 anos de sua vida, ele realmente mereceu ter sido feito governante. Ninguém poderia ser comparado com José ou reivindicar o lugar dado a ele pelo Faraó. A história é realmente uma figura do nosso Salvador, o Senhor Jesus Cristo.
Vejamos as três partes da vida de José que o qualificaram para ser governante. Em cada parte, José provou-se fiel a um grande custo para si mesmo. Primeiro, ele foi fiel ao seu pai como um filho, apesar da inveja de seus irmãos. Segundo, na casa de Potifar ele era fiel como servo e, terceiro, finalmente, na prisão, cuidava do bem-estar de seus companheiros de prisão, embora esquecido por eles. Sobre a exaltação de José, nunca lemos sobre alguém acusando-o ou que ele era indigno de sua exaltação. Nenhum de seus irmãos estava com inveja. Alguém poderia se perguntar como Potifar e sua esposa teriam temido a José. O mordomo, consciente da sua falta em defender José diante do Faraó, lembra-se de José e de sua capacidade de interpretar sonhos.
Fiel como filho
A história de José começa com a declaração de como seu pai o amava porque era o filho de sua velhice. Isto foi escrito por Moisés muito tempo depois, mas ilustra como Deus conhece o futuro e pode escolher e amar Seus filhos de antemão. Cada um dos irmãos de José não conhecia o seu próprio coração e invejavam José, ao invés de procurarem ser filhos fieis. É como a história de Caim e Abel. Até mesmo Tiago e João, juntamente com sua mãe, procurariam um lugar de favor juntamente com o Senhor em Sua exaltação, mas não entendiam a que custo isso seria. O Senhor graciosamente responde a eles mostrando como isto seria obtido – ser batizado com o batismo que estava diante d’Ele – uma vida de abnegação e obediência até a morte.
Os sonhos de José vêm em seguida na história e desenvolvem ainda mais a verdade de que Deus tinha um plano que Ele comunicaria a essa família, um plano que era necessário crer e seguir. Os sonhos devem ter sido a chave para a capacidade de José continuar seguindo por tanto tempo, apesar das circunstâncias (Sl 105:17-19). Mas seus irmãos o odiaram mais do que nunca por causa dos sonhos. Cada ato da obediência de José era para seus irmãos testemunho do próprio fracasso deles. Mas José honrou seu pai e contou a seu pai quando os filhos de Bila e Zilpa quiseram fazer algo maligno na família. Ele foi fiel no seu relacionamento familiar.
“Tu estarás sobre a minha casa”
Quando chegou a hora de José ser exaltado, Faraó disse a ele: “Tu estarás sobre a minha casa, e por tua boca se governará todo o meu povo; somente no trono eu serei maior que tu” (Gn 41:40). A obediência de José, começando na casa de seu pai, seguiu José em cada esfera de responsabilidade. Sua obediência o preparou para o lugar que Faraó lhe deu. José provou que podiam confiar nele para fazer a coisa certa em todas as circunstâncias. As vestes de linho fino que Faraó deu a ele eram uma testemunha de sua conduta justa. O registro de sua vida estava limpo. José sempre fazia o que era certo, mesmo que tivesse que sofrer por isso. A fidelidade é uma prova da capacidade de uma pessoa governar bem. Um reino é estabelecido fazendo a coisa certa sem concessões. Podemos ser muito gratos que nosso Senhor Jesus Cristo tenha provado ser o Único que reinará em justiça.
Fiel como Servo
José foi vendido como escravo e, nesse papel, continuou a servir bem. Potifar notou que o Senhor estava com ele e que José foi o meio de abençoar sua casa. José viveu diante dos olhos de Deus e ganhou favor para com seu mestre. Durante um período de tempo, com a confiança de seu mestre, tudo foi colocado em suas mãos. Ele ganhou a confiança total de Potifar. Quando a esposa de Potifar tentou seduzi-lo, José, em repulsa ao pecado moral, fugiu dela. Ela se virou amargamente contra ele e o culpou pelo próprio erro dela. Mas as ações de José foram totalmente fiéis ao seu mestre e a Deus, e se guardou de cometer imoralidade. Além disso, obedientemente suportou em silêncio a severa penalidade aplicada a ele, embora ele fosse inocente. Ele foi enviado para a prisão, mas não disse nada em legítima defesa. Que exemplo de fidelidade! Não é essa a pessoa que é necessária para defender os princípios de Deus sobre o que é certo e errado? Será que cada um de nós não desejaria tal pessoa para julgar as circunstâncias morais ao nosso redor? Com razão, Faraó pôde dizer a seus servos: “Acharíamos um varão como este, em quem haja o Espírito de Deus? … Pois que Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão inteligente e sábio como tu” (Gn 41:38-39). Então “tirou Faraó o anel da sua mão, e o pôs na mão de José, e o fez vestir de vestes de linho fino, e pôs um colar de ouro no seu pescoço; E o fez subir no segundo carro que tinha” (vs. 42-43).
Fiel como prisioneiro
A história de José continua com os duros anos de prisão, mas o Senhor estava com ele e mostrou-lhe misericórdia. O carcereiro-mor observou as qualidades de José e colocou-o no comando de todos os prisioneiros. Circunstâncias humilhantes e difíceis não o impediram de servir. Quando o copeiro-mor e o padeiro-mor ficaram turbados, José notou e perguntou sobre isso. Ele não estava procurando o favor deles, mas estava ocupado com o serviço. Ele foi capaz de dizer-lhes que a interpretação dos sonhos vem de Deus. Ele cria em Deus e ainda estava esperando por Deus para que se concretizassem os seus próprios sonhos. As três séries duplas de sonhos – os de José, o do copeiro-mor e do padeiro-mor, e os de Faraó – se unem a um último dia, quando os sonhos de José se tornariam realidade e ele reinaria. Vinham de Deus, e a obediência de José a Deus permitiu a interpretação dos sonhos. Apesar da bondade de José ao copeiro-mor, seu pedido ao copeiro foi esquecido por dois anos. O verdadeiro serviço não pode ser baseado na apreciação e recompensa dos que são servidos. Mas Deus é Fiel, Ele recompensa a fidelidade do serviço, e chegou a hora em que Deus levantou José para o mais alto lugar de serviço.
A exaltação de José ao segundo lugar no reino não modificou seu coração de serviço. Lá ele serviu durante os sete anos de abundância seguidos pelos anos de fome quando se uniu a seus irmãos e a seu pai. José, que a pedido de seu pai, vagou no campo dizendo: “Procuro meus irmãos”, poderia então dizer a seus irmãos que Deus o havia enviado ao Egito para preservar a vida. “Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, senão Deus, que me tem posto por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa, e como regente em toda a terra do Egito” (Gn 45:8).
Assim nosso Senhor Jesus Cristo, tendo Se mostrado Fiel como Servo fiel na Terra até a morte, agora é exaltado ao céu. “Pelo que também Deus O exaltou soberanamente e Lhe deu um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na Terra, e debaixo da Terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2:9-11).
