Origem: Revista O Cristão – Opinião versus Verdade

A Inspiração Absoluta da Escritura Sagrada

Ao ponderar o caminho de nosso Senhor, ao considerar Sua vida maravilhosa, há um ponto que exige nossa profunda e reverente atenção, e essa é a maneira pela qual Ele sempre usou a Palavra de Deus – o lugar que Ele sempre deu à Escritura Sagrada. Consideramos que este é um assunto de grande importância no momento presente. A Palavra de Deus obtém seu próprio lugar supremo como a única regra, o único padrão, a única autoridade para o homem. Ela o encontra em cada posição, em cada relacionamento, em cada esfera de ação e em cada estágio de sua história moral e espiritual. Ela lhe diz o que deve fazer e o que não deve. Fornece-lhe ampla orientação em cada dificuldade. Ela desce, como veremos, aos detalhes mais minuciosos – detalhes que, de fato, nos enchem de espanto pensar que o Alto e Poderoso que habita a eternidade poderia ocupar-se com eles – pensar que o onipotente Criador e Sustentador do vasto universo poderia Se inclinar para legislar sobre o ninho de um pássaro (Dt 22:6).

Tal é a Palavra de Deus, aquela revelação inigualável, aquele volume perfeito e inimitável que é único na história da literatura. E podemos dizer que um encanto especial do livro de Deuteronômio é a maneira pela qual ele exalta a Palavra de Deus e nos impõe o santo e feliz dever de obediência incondicional e sem hesitação.

Obediência 

Sim, repetimos, e enfatizamos fervorosamente as palavras – obediência incondicional e sem hesitação. Gostaríamos que essas palavras soassem aos ouvidos dos Cristãos professos em todo o comprimento e largura da Terra. Vivemos em um dia especialmente marcado pelo estabelecimento da razão do homem, do julgamento do homem, da vontade do homem. Em suma, vivemos no que o apóstolo inspirado chama de “dia do homem” (1 Co 4:3 – JND). De todos os lados, nos deparamos com palavras altivas e arrogantes sobre a razão humana e o direito de todo homem de julgar, raciocinar e pensar por si mesmo. O pensamento de ser absoluta e completamente governado pela autoridade da Escritura Sagrada é tratado com soberano desprezo por muitos que são os guias religiosos e mestres da Igreja professa. Para qualquer um que afirme sua crença reverente na inspiração plena, na total suficiência e autoridade absoluta da Escritura, isso é suficiente para rotulá-lo como um homem ignorante e de mente estreita, no julgamento de alguns que ocupam as posições mais altas na Igreja professante. Em nossas universidades, faculdades e escolas, a glória moral do volume divino está desaparecendo rapidamente e, em vez disso, nossos jovens são levados e ensinados a andar à luz da ciência e à luz da razão humana. A própria Palavra de Deus é impiamente colocada no tribunal do julgamento do homem e reduzida ao nível do entendimento humano. Tudo o que se eleva além da fraca visão do homem é rejeitado.

Julgamento humano 

Assim, a Palavra de Deus é virtualmente colocada de lado, pois claramente, se a Escritura deve ser submetida ao julgamento humano, ela deixa de ser a Palavra de Deus. É o cúmulo da loucura pensar em submeter uma revelação divina e, portanto, perfeita, a qualquer tribunal seja ele qual for. Ou Deus nos deu uma revelação ou não. Se Ele nos deu, essa revelação deve ser primordial, suprema, acima e além de qualquer dúvida, absolutamente inquestionável, infalível, divina. Todos devem se curvar à sua autoridade sem uma única pergunta. Supor por um momento que o homem é competente para julgar a Palavra de Deus, capaz de se pronunciar sobre o que é ou o que não é digno de Deus dizer ou escrever, é simplesmente colocar o homem no lugar de Deus. E é precisamente isso que o diabo visa, embora muitos de seus instrumentos não estejam cientes de que estão ajudando nos desígnios dele.

Mas nos sentimos persuadidos de que a resposta mais digna e eficaz à infidelidade, em cada uma de suas fases, será encontrada no repouso calmo do coração que descansa na bendita certeza de que “toda a Escritura é inspirada por Deus” (2 Tm 3:16 – ARA). E novamente, “Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança” (Rm 15:4). A primeira dessas preciosas citações prova que a Escritura veio de Deus; a segunda, que veio até nós. Ambas, juntas, provam que não devemos acrescentar nem tirar nada da Palavra de Deus. Não há nada faltando e nada supérfluo. O Senhor seja louvado por esta sólida verdade fundamental e por todo o conforto e consolo que flui dela para todo verdadeiro crente.

C. H. Mackintosh

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