Origem: Revista O Cristão – Jerusalém
Jerusalém – “O Senhor Está Ali”
No Velho Testamento, Jerusalém claramente era o lugar onde Jeová tinha posto Seu nome e onde Seu templo seria finalmente construído. “Porém escolhi Jerusalém para que ali estivesse o Meu nome” (2 Cr 6:6). Israel era a nação que foi especialmente escolhida por Deus para receber o conhecimento do Deus verdadeiro, pois “as Palavras de Deus lhe foram confiadas” (Rm 3:2). Eles deveriam ser um farol de conhecimento espiritual e instrução para outras nações. Como eles eram o povo escolhido, o templo de Deus em Jerusalém deveria ser “Casa de Oração para todos os povos” (Is 56:7). De uma forma limitada, isso aconteceu durante o reinado de Salomão, que prefigurava o reinado de Cristo em glória milenar. Naquele tempo, outras nações reconheceram a bênção de Deus sobre Salomão e sua sabedoria, de modo que “todos os reis da Terra procuravam ver o rosto de Salomão, para ouvirem a sua sabedoria que Deus lhe dera no seu coração” (2 Cr 9:23). Lemos que a rainha de Sabá, entre outras coisas, ficou impressionada com “a sua subida pela qual ele subia à Casa do SENHOR” (2 Cr 9:4).
O declínio de Salomão
Mas, como bem sabemos, o declínio começou na segunda metade do reinado de Salomão, e suas mulheres estrangeiras “lhe perverteram o coração para seguir outros deuses” (1 Rs 11:4). Isto trouxe o julgamento de Deus e resultou na divisão do reino, logo após o filho de Salomão, Roboão, subir ao trono. É triste dizer que o declínio continuou, embora Deus tenha dado ao reino de Judá bons reis e grandes avivamentos. Porém, finalmente, o pecado de Israel tornou-se tão grande que Deus não poderia mais suportá-lo. Primeiro o reino de Israel (o reino do norte) foi levado ao cativeiro pelos assírios (cerca de 721 a.C.), e então o reino de Judá foi levado cativo pelos babilônios (cerca de 605 a.C.). A bela cidade de Jerusalém foi destruída, seu templo demolido e seus muros derrubados, e grande parte da cidade foi queimada. Finalmente, setenta anos depois, o rei persa, Ciro, ordenou que o templo fosse reconstruído, e mais tarde os muros da cidade também foram reparados, porém Israel não era mais uma nação soberana, e a glória “Shekinah” de Deus não era mais vista no templo.
A rejeição de Jesus
Vários profetas foram enviados aos Judeus que retornaram do cativeiro, porém chegou um momento em que Deus foi compelido a dizer: “Que farei? Mandarei o Meu Filho amado; talvez, vendo-O, O respeitem” (Lc 20:13). Este foi o último teste para Israel, e sabemos bem que o Filho de Deus foi rejeitado, expulso e crucificado. O lamento de nosso Senhor sobre Jerusalém é muito emocionante: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis Eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não quiseste? Eis que a vossa casa se vos deixará deserta. E em verdade vos digo que não Me vereis até que venha o tempo em que digais: Bendito Aquele que vem em nome do Senhor!” (Lc 13:34-35). Desde então, a profecia de Oséias tem sido cumprida: “Porque os filhos de Israel ficarão por muitos dias sem rei, e sem príncipe, e sem sacrifício, e sem estátua, e sem éfode ou terafins” (Os 3:4).
A última glória
Mas Jerusalém será “pisada pelos gentios” para sempre? Paulo nos responde esta pergunta em Romanos 11:1: “Rejeitou Deus o Seu povo? De modo nenhum!” Todas as promessas de Deus dadas no Velho Testamento a respeito da futura glória terrenal de Israel certamente serão cumpridas. Virá uma época quando “o SENHOR bramará de Sião e dará a Sua voz de Jerusalém” (Jl 3:16) contra os inimigos de Israel. Quando o Senhor tiver destruído os inimigos de Israel, “Habitarão nela, e não haverá mais anátema, porque Jerusalém habitará em segurança” (Zc 14:11 – TB). Deus então restabelecerá o Seu povo terrenal em sua terra, e eles reconhecerão o seu Messias, o mesmo a Quem crucificaram. Naquele tempo certamente dirão: “Bendito Aquele que vem em nome do SENHOR” (Sl 118:26). Outras nações também dirão: “Vinde, e subamos ao monte do SENHOR e à Casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os Seus caminhos, e nós andemos pelas Suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e a Palavra do SENHOR, de Jerusalém” (Mq 4:2). O templo glorioso do Milênio será construído, e a profecia de Ageu será cumprida: “A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o SENHOR dos Exércitos” (Ag 2:9).
O centro de governo
Naquele tempo, Jerusalém será a capital de Deus na Terra e o Seu centro de governo. Durante a maior parte de sua história, Jerusalém era comparativamente pequena, pelo menos geograficamente, mas pela descrição em Ezequiel 48, nos parece que no Milênio, a cidade e o complexo do templo serão muito maiores do que anteriormente. Até mesmo os gentios serão envolvidos na reconstrução da cidade: “E os filhos dos estrangeiros edificarão os teus muros, e os seus reis Te servirão” (Is 60:10). A cidade terá uma magnificência de acordo com Aquele que estará ali, e ao mesmo tempo haverá bênçãos em plenitude como resultado. Há vários anos um amigo meu que estava visitando Jerusalém equivocadamente dirigiu seu carro alugado (com placas israelenses) até o bairro árabe da cidade. Quase que imediatamente as crianças na rua pegaram pedras e atiraram no carro. Em um dia por vir, todo esse ódio e violência desaparecerá, “E as ruas da cidade se encherão de meninos e meninas, que nelas brincarão” (Zc 8:5).
Porém o mais importante de tudo, podemos ler que “Voltarei para Sião e habitarei no meio de Jerusalém” (Zc 8:3). Como somos lembrados no título deste artigo, “o nome da cidade desde aquele dia será: O SENHOR Está Ali” (Ez 48:35).
