Origem: Revista O Cristão – Justificação
Vivendo Uma Vida Justificada
Na epístola de Paulo aos Gálatas, ele nos permite perceber, como em sua própria pessoa, que a “justificação pela fé”, que ele está ali defendendo, não é um mero dogma ou proposição que possa exercitar o intelecto ou dar um tema à mente para discutir. Ele nos permite saber que ele próprio provou ser uma verdade cheia de vida e poder. Existe essa diferença, entre outras, entre essas duas epístolas. Em Romanos, recebemos essa doutrina proposta em sua glória moral com suas implicações sobre a glória de Deus e sobre a condição do pecador crente, como já vimos.
Paulo vive isso
Em Gálatas, o apóstolo se mostra a si mesmo para nós em conexão com essa doutrina. Ele a vive, em vez de ensiná-la ou comprová-la, embora também faça isso. Ele está defendendo-a contra os que contestam e não simplesmente a propondo aos pecadores. No fervor do espírito, ele é conduzido por Deus a nos contar como essa doutrina, esse princípio de fé, ilustrou sua virtude em sua própria pessoa, e também, em relacionamentos variados, para com as criaturas ao seu redor, para com aos contestadores, como na própria presença de Deus, e em conexão com este presente século mal.
Quanto à criatura, essa doutrina ou princípio de fé o tornou independente. Ele poderia ir para a Arábia. Ele poderia virar as costas para Jerusalém e tudo o que estava lá para aprovar e revigorá-lo, e olhar para as solidões do deserto (Gálatas 1).
Quanto ao contestadores, ela o torna tão corajoso quanto um leão, não intimidado nem mesmo pela presença de um Pedro, que naquele momento, mais do que qualquer outro homem, tinha todo respeito na carne (Gálatas 2).
Como na presença de Deus, ela o fez livre e feliz, respirando ali o Espírito de adoção, e conhecendo a liberdade de alguém aceito no Amado (Gálatas 4).
Como em conexão com este presente século mal, ela lhe deu a vitória sobre ele. Ele foi crucificado para o mundo, e o mundo para ele (Gálatas 6).
A fonte de esperança e amor
Estas são algumas das reflexões da doutrina da justiça divina, ou justificação por fé, na alma deste querido apóstolo. Não era a mera posse intelectual de um dogma que pode fazer essas coisas pela alma. Essa doutrina implica restauração a Deus – restauração pessoal e imediata. Adão, pelo pecado, O perdeu; o pecador, pela fé, O recupera. É a fonte de esperança e de amor – como ele nos diz nesta mesma epístola (Gl 5:5-6). A justificação por fé é a religião de um pecador na confiança pessoal e imediata em Deus.
Defendendo a verdade
O apóstolo protege essa verdade contra todos os invasores, sejam eles chefes na criação, como anjos, chefes no ofício, como apóstolos, ou chefes nos caminhos de Deus, como a lei (Gl 1:8; 2:11-21; 4:19-31). Os anjos devem ser amaldiçoados, se quiserem negar essa verdade. Pedro deveria ser repreendido na cara sem ser poupado, se ele tentasse encobrir isso. A lei, que era a própria voz de Deus em seu tempo e lugar, deve permanecer em silêncio quando essa verdade se proclama.
Assim, vemos a riqueza daquele lugar para o qual a justificação pela fé traz o pecador. Isso o traz para a família de Deus, fazendo dele um filho. Isso o traz para a esperança ou perspectiva da glória como sua herança. Lá, nesses lugares ricos, ensina-o a respirar o ar da liberdade e do amor (Gl 3:26. 5:1, 5-6).
Adaptado de Short Meditations
