Origem: Revista O Cristão – Ana, Mical, Abigail, Bate-Seba

Lágrimas de Ana

A respeito de Ana, lemos em 1 Samuel 1:6-7: “Sua competidora excessivamente a irritava … quando ela subia à casa do Senhor”. Que estado de coisas é este – esta mulher de fé, sendo tão testada! Ela sobe à casa do Senhor, onde deveria ter tido alívio, mas, em vez disso, a escuridão das dúvidas apresentadas pelo adversário quanto à bondade de Deus atormentava cada pensamento dela. Sem dúvida, ela tinha grande confiança em Deus, mas mesmo os filhos de Deus mais fiéis estão sujeitos a dúvidas e perguntas que, se não julgadas, nos tirariam da segurança e do gozo de Sua presença.

Seu marido 

O primeiro a ouvi-la chorar é o seu marido, que tem coração e vontade de lhe dar o que puder. O problema era que ele tinha a capacidade de ouvir e entrar no choro dela, mas não tinha recursos para atender a sua necessidade. A única coisa que ele poderia oferecer a ela era dele mesmo e limitado à sua própria experiência. “Não te sou eu melhor do que dez filhos?” (1 Sm 1:8). Quantas vezes nos voltamos para outra pessoa bem-intencionada – alguma outra fonte de conforto –, enquanto ignoramos o fato de que os recursos desses consoladores são tão limitados quanto os nossos.

O mal-entendido de Eli 

A segunda pessoa a ouvi-la chorar foi Eli, e talvez ele não achasse possível que alguém verdadeiramente piedoso viesse orar no templo, pois ele havia se transformado em uma sede do mal. Ele pensou que ela era apenas mais uma pessoa bêbada e perturbada. Ele tinha os recursos, mas a incapacidade de ouvir. Quantas vezes buscamos consolo em uma fonte que não podia penetrar na amargura de nossas próprias almas! “O coração conhece a sua própria amargura” (Pv 14:10). Em vez de consolo, recebemos críticas ou uma desconsideração da dor que estamos sentindo.

O Senhor ouviu 

Ah, mas o terceiro ouvido que ouviu seu clamor foi o do Senhor. Ana diz em 1 Samuel 1:26-27: “eu sou aquela mulher que aqui esteve contigo, para orar ao SENHOR. Por este menino orava eu; e o SENHOR me concedeu a minha petição que eu Lhe tinha”. Sim, Eli ficou por perto, mas ela o ignora e dá todo o crédito ao Senhor. Foi o Senhor Quem a ouviu, mas só Ele poderia responder à sua dor. Somente o Senhor poderia preencher o vazio.

Minhas lágrimas em Teu odre 

Quantas vezes somos como Ana, esquecendo que somos “um com Ele” e que nossas lágrimas são Suas lágrimas. Ele nos comprou com Seu próprio sangue. “Põe as minhas lágrimas no Teu odre” (Sl 56:8). Que sejamos como a sunamita em 2 Reis 4, que contornou os dois primeiros “altares” e não se contentou até que ela se curvou aos pés do Doador de todo o bem e que fez da dor dela a Sua dor. Que possamos nos lembrar de apresentar nossas lágrimas e nossas tristezas somente em nosso verdadeiro altar. É lá, e somente lá, que encontraremos graça para nosso tempo de necessidade e provisão divina que nos dará consolo duradouro.

“Aquele que confia em Jeová, a benignidade o cercará” (Sl 32:10 – TB).

“Confiai n’Ele, ó povo, em todos os tempos; derramai perante Ele o vosso coração” (Sl 62:8).

“Bendito seja o Deusde toda consolação” (2 Co 1:3).

D. Jacobsen

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