Origem: Revista O Cristão – O Amor de Cristo nos Constrange

A Lei e a Graça

Há sempre uma forte tendência em nós de “saborear as coisas dos homens” nas coisas de Deus. Colocamos nossa própria construção nos pensamentos de Deus e extraímos nossas próprias conclusões, não percebendo que eles não são como nossos pensamentos, mas infinitamente mais elevados e abençoados (Is 55:8-9). Assim, nós rebaixamos os pensamentos de Deus. Olhe, por exemplo, para a liberdade. Quão grande é a distinção entre o pensamento humano e o divino neste ponto preciso! A liberdade, de acordo com o homem, é obstinação, todo limite retirado da vontade humana, resultando na pior forma de corrupção e apostasia. Os judeus em seu pior estado de escravidão, tanto temporal quanto espiritual, tiveram a audácia de dizer: “Somos descendência de Abraão, e nunca servimos a ninguém; como dizes Tu: Sereis livres?” Quão solene é a resposta de Jesus àqueles orgulhosos por terem essa sua liberdade: “Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado” (Jo 8:34). O apóstolo Pedro mostra muito claramente que nos dias em que vivemos, os mais orgulhosos de terem sua liberdade são miseráveis escravos da corrupção (2 Pe 2:18-19). Somos chamados à “liberdade”, não uma liberdade para a carne agir, mas para servirmos.

Os Cristãos são frequentemente levados a conectar sua adoração e seu serviço com sua salvação. Mas a verdade é que eles são libertados por Cristo a fim de adorar, servir a Deus e servir a seus irmãos. Sim, e servir a todos os homens, tantos quanto puderem. O evangelho é a lei da liberdade, a lei do amor. E quão fácil e abençoada é a lei do amor: O amor tem um poder constrangedor (que leva a). A lei, ao contrário, um poder impeditivo. A lei da liberdade não é “não farás”, mas a sua linguagem é: “Correrei pelo caminho dos Teus mandamentos, quando dilatares o meu coração” (Sl 119:32). Até que a questão de nossa aceitação individual seja resolvida, o coração não é “dilatado” para servir a Deus. Somos libertados do pecado pela redenção que está em Cristo Jesus, para nos tornarmos servos de Deus. A verdadeira liberdade e a verdadeira santidade estão inseparavelmente conectadas. “A lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus” nos libertou da lei do pecado e da morte. Quando realmente nos libertamos, em vez de julgar os outros, somos livres para interceder por eles, conhecendo a graça em que nós mesmos estamos. Um espírito legalista é sempre um espírito que busca falhas. Se estivéssemos mais na região da graça, deveríamos estar menos na região do julgamento. Mas quando nos tornamos legalistas, nós mordemos e devoramos uns aos outros, em vez de ministrar graça uns aos outros, aplaudindo uns aos outros e assim por diante, de modo a nos capacitar a pisar com um passo leve este deserto cansativo.

J. L. Harris (adaptado)

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