Origem: Revista O Cristão – A Ressurreição

Lidando com a Morte e Reagindo à Ressurreição

A morte e a ressurreição nos afetam de maneiras diferentes. Vale a pena considerar dois exemplos contrastantes de mulheres no Velho Testamento cujos filhos foram ressuscitados dos mortos. A primeira mulher era uma viúva de Sarepta que morava com seu filho durante uma fome quando Elias veio a ela. Em obediência ao seu comando, ela deu ao profeta Elias sua última refeição. Por sua vez, ele recompensou a obediência dela, sustentando-os com comida durante toda a fome. A segunda mulher era uma mulher rica de Suném, que providenciou alojamento para Eliseu. Como recompensa, o profeta prometeu a ela um filho. Ambos os filhos morreram mais tarde. A reação das duas mães foi muito diferente. A medida de fé de cada uma foi revelada por meio de suas provações. Podemos concluir, também, que a reação delas foi em parte resultado do ensino que receberam dos dois respectivos profetas.

A viúva de Sarepta morava perto de Sidom, na época em que Elias pediu a Deus que retivesse a chuva como testemunho contra o mal em Israel. Sua mensagem foi um chamado para Israel retornar a Jeová, o verdadeiro Deus. Durante a fome, Elias prometeu à viúva que a farinha e o azeite não faltariam até que Jeová Deus enviasse chuva. Isso foi cumprido, mas depois o filho adoeceu e morreu. Sob esta provação, a mulher reagiu com duas perguntas. A primeira foi: “Que tenho eu contigo, homem de Deus?” Ela questionou seu relacionamento com o profeta e mostrou uma falta de confiança no profeta, após ele milagrosamente prover para eles. A segunda pergunta foi: “Vieste tu a mim para trazeres à memória a minha iniquidade e matares meu filho?” Nisto vemos que ela era insegura em sua própria alma. Ela não tinha paz sobre seus pecados. Ela sabia sobre o poder de Deus, mas nada sobre o perdão de Deus. Seus comentários foram negativos.

A mulher de Suném percebeu que Eliseu era um homem santo de Deus e providenciou um local de alojamento para ele ficar quando ele viesse. Isso foi mais do que obediência a uma ordem; foi um ato de bondade de seu coração. Quando Eliseu quis recompensá-la, ela, satisfeita com suas circunstâncias, recusou a oferta. Mas o profeta, que não queria dever nada a ela, por sugestão de Geazi, prometeu a ela um filho. Mais tarde, quando o filho morreu, ela o pegou e o deitou na cama do homem de Deus, fechou a porta e saiu. Não havia como questionar seu relacionamento com o profeta. Pelo contrário, ela foi diretamente para ele. Foi ele quem deu a ela o filho. O comentário dela sobre o caminho para o profeta foi: “vai bem”. Ela confiava nele, e suas reivindicações a ele eram baseadas na graça dele, não no mérito dela. Ela tinha paz em suas circunstâncias.

Depois que o filho da viúva morreu, Elias pediu o filho sem vida e “o tomou do seu regaço, e o levou para cima, ao quarto, onde ele mesmo habitava, e o deitou em sua cama”. Lá, ele orou para que o Senhor não trouxesse mal à viúva. A alma do menino entrou nele novamente e Elias o levou até sua mãe e disse: “Vês aí, teu filho vive”. Sua resposta foi: “Nisto conheço, agora, que tu és homem de Deus e que a Palavra do SENHOR na tua boca é verdade”. Ela reconheceu que Deus estava perto dela no profeta, mas não havia reconhecimento de relacionamento com Deus por meio do profeta, nem houve palavra de agradecimento. Aqueles que pensam que merecem bênçãos costumam ser ingratos. Ela parece ter recebido seu filho de volta na mesma base que o tinha antes. Não há progresso de fé como Ana, que entregou seu filho ao Senhor.

É reconfortante ver a atitude da sunamita quando Eliseu lhe disse: “Toma o teu filho. E veio ela, e se prostrou a seus pés, e se inclinou à terra; e tomou o seu filho e saiu”. Suas prioridades estavam certas; ela adorou o Senhor primeiro e depois pegou seu filho. Ela entregou seu filho ao Senhor, colocando-o na cama do profeta. Ela se submeteu à vontade de Deus e recebeu seu filho de volta com base em Sua bondade. Isso leva a louvor e ação de graças.

Que o Senhor conduza cada um de nós a se levantar em fé a respeito de Seus caminhos perfeitos conosco, ao atravessarmos o vale da sombra da morte. “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque Tu estás comigo; a Tua vara e o Teu cajado me consolam” (Sl 23:4).

D. C. Buchanan

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