Origem: Revista O Cristão – Luz e Trevas
Luz e Trevas – Quão Sério é este Tema?
Na Palavra de Deus, luz é usada para representar o bem e trevas para representar o mal. Envolver-se com espíritos maus não está de acordo com a Palavra de Deus e é algo errado. Na verdade, eles são demônios, seres maus que pertencem às trevas. Mas a pergunta que deve ser feita é: “Quão sério realmente é para o Cristão estar envolvido com as coisas das trevas?” Para responder a esta questão, olharemos como a Escritura vê a luz e as trevas e a relação de uma com a outra.
Deus é Luz
Em primeiro lugar vemos que a própria natureza de Deus é Luz porque lemos em 1 João 1:15: “Deus é Luz, e não há n’Ele treva nenhuma”. Por esse versículo podemos ver que existe uma separação absoluta destas duas coisas e uma falta completa de treva (ou mal) na natureza de Deus. Esta característica de Sua natureza é tão importante que Seu primeiro ato na criação, no primeiro dia, foi dizer: “Haja luz” (Gn 1:3). O que Deus fez depois disso não é apenas notável, mas também é vital que todos os Cristãos prestem bastante atenção a isso. Em Gênesis 1:4 nos é dito: “E viu Deus que a luz era boa; e fez Deus separação entre a luz e as trevas”. Este foi o Seu primeiro ato em relação a esta criação – Ele introduziu a luz e imediatamente fez separação entre a luz e as trevas! Desde então, Satanás e o homem têm tentado misturar e confundir estas duas coisas, mas elas estão para sempre separadas por Deus. Note em Isaías 5:20 o que o Senhor diz a respeito daqueles que tentam misturar luz com as trevas: “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; os quais põem trevas por luz e luz por trevas, e mudam o amargo em doce e o doce em amargo!” (TB) Aqui vemos a mesma conexão: bom = luz, mal = trevas. E o Senhor diz: “Ai dos que” misturam essas coisas.
Luz moral
Assim como a luz natural foi introduzida no mundo na criação, a luz moral foi introduzida no mundo quando o Senhor Jesus nasceu nesta Terra. Em João 1:1-9 é dito que Ele era: “a luz dos homens”. Aprendemos que “a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam”. O Senhor Jesus neste mundo foi o perfeito Exemplo e Testemunha de tudo o que era correto e bom, mas quando a luz resplandeceu, o sistema do mundo permaneceu inalterado. E o mundo, estando em trevas e sendo encabeçado por seu príncipe, Satanás, recusou a luz e determinou acabar com ela. No propósito de Deus, Ele permitiu que eles seguissem este curso, e então o Senhor Jesus foi entregue em suas mãos. Ele disse as seguintes palavras em Lucas 22:53: “Tenho estado todos os dias convosco no templo e não estendestes as mãos contra Mim, mas esta é a vossa hora e o poder das trevas”. E então, na cruz do Calvário, eles levantaram suas mãos perversas contra o Senhor Jesus Cristo e fizeram as piores coisas que podiam fazer a Ele. Também aprendemos que, em três horas de trevas, Deus puniu a Ele ali por nossos pecados. Agora, nos é dito que porque Ele foi entregue àquelas trevas, Deus agora “nos tirou da potestade das trevas e nos transportou para o reino do Filho do Seu amor” (Cl 1:13).
O poder das trevas
Mas o que é este poder das trevas do qual fomos libertados? Já o vimos como o sistema do mundo que é encabeçado por seu líder – Satanás – e que se opõe a Cristo. De Satanás é dito em 2 Coríntios 4:4: “o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a Imagem de Deus”. Vemos, assim, que Satanás está em atividade no mundo, cegando as mentes e mantendo os homens nas trevas e cerrando a luz do evangelho. E os homens estão desejando que isso realmente aconteça, porque nos é dito em João 3:19-21: “O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más” (ARA). O homem permanece voluntariamente nessas trevas, gozando suas obras más, e é indiferente ao fato que ele está preso pelo poder de Satanás. Quando somos salvos, descobrimos a realidade daquilo do qual fomos libertos. Em Atos 26:18 nos é dito que fomos convertidos “das trevas à luz, e do poder de Satanás a Deus” (TB). Em Efésios 5:8 nos é dito: “Porque, noutro tempo, éreis trevas, mas, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz”. E, assim como nosso Senhor era a Luz do mundo, agora Ele nos diz: “Vós sois a luz do mundo”, e: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens” (Mt 5:14-16).
A luz do evangelho
Como vimos em 2 Coríntios 4:4 é o resplandecer do glorioso evangelho de Cristo que trouxe esta luz. Assim como Deus disse: “Haja Luz”, na criação do mundo, Ele também começa o novo nascimento com a luz do evangelho. A fonte contínua de nossa luz também é a Palavra de Deus, porque é dito em Salmos 119:130: “A entrada das Tuas palavras dá luz” (ACF).
Deixar nossa luz brilhar também inclui o fato de que nós não devemos ter nada a ver com as trevas. Assim como a luz natural completamente dispersa e afugenta todas as trevas onde quer que ela brilhe, assim a luz moral que os Cristãos devem emitir a sua volta dissipa as trevas morais. Em Efésios 5:11 nos é dito: “E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as” (ARA).
O relacionamento
Agora, vamos olhar para o que mais as Escrituras têm para nos dizer em relação ao crente e seu relacionamento com a luz e com as trevas. Talvez a mais severa denúncia da mistura dessas duas coisas é citada em 2 Coríntios. A passagem completa é a seguinte:
“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei e entre eles andarei; e Eu serei o seu Deus, e eles serão o Meu povo. Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e Eu vos receberei; e Eu serei para vós Pai, e vós sereis para Mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso. Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus” (2 Co 6:14-18).
Novamente, vemos a conexão demonstrada aqui entre justiça, luz e Cristo. Em contraste, a conexão também é feita entre a injustiça, as trevas e Belial (Satanás). Estas coisas são postas em oposição um ao outro nos mais fortes termos: “Que sociedade… Que comunhão… Que concórdia?” Não existe nenhuma! E então nos é dito: “Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo”. Será que fazemos ideia o quão importante são essas coisas?
A promessa
Qual é a promessa que segue imediatamente? Ele diz: “Eu vos receberei; e Eu serei para vós Pai, e vós sereis para Mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso.”. Você tem um relacionamento vivo e diário com Deus como seu Pai – Alguém que Se importa com você e está envolvido em cada circunstância de sua vida? Se você está envolvido com espíritos maus, ocultismo, ou qualquer outra obra das trevas, você não pode desfrutar desse relacionamento com Ele. Deus é o Pai de todos os que creem (Jo 1:12), mas é impossível desfrutar dessa comunhão com Ele a menos que estejamos separados das trevas, pois Sua natureza é luz e n’Ele não existe treva nenhuma.
Note também que é dito que Ele é o “Senhor Todo-Poderoso”. Muitos continuam com as obras das trevas por medo, porém nosso Pai, que anseia por andar conosco em tal comunhão vívida e próxima, é o “Todo-Poderoso”. Não existe necessidade de medo, e fé se levanta acima do medo para que confiemos n’Ele.
